Tarte de maçã escondida [ou a que sabe o outono?]
Hoje choveu por aqui. Ontem fez bastante vento e já não consegui sair à rua sem casaco, ainda que continue de manga curta por baixo. Aos poucos, a meteorologia de outono vai ficando conforme os nossos livros da primária a pintavam, ainda que por períodos mais curtos ou intermitentes, com algumas situações atípicas pelo meio.
Eu, que em tempos gostei da ideia de ter uma família maior, confesso que às vezes fico aterrorizada em pensar no que a geração mais nova vai ter de enfrentar em termos de mudanças climáticas, e concluo que ter dois filhos a ter de lidar com isso é mais do que suficiente. E obviamente que penso que faço pouco para combater o problema.
Usar guardanapos de pano, levar um saco de casa para as compras (às vezes esqueço-me) ou evitar colocar os legumes e as frutas em sacos plásticos no supermercado (abacaxi, melão e curgetes, por exemplo, já não coloco em sacos, e por isso evito ir a hipermercados, para não ter de pesar as peças antes e colar-lhes uma etiqueta), não é muito para o estado em que as coisas estão e espero conseguir começar a contribuir com mais, ou melhor dizendo, com menos.
Mas falemos dos sabores do outono perfeito. Do outono que chega em tons castanhos e dourados e nos deixa a antecipar tardes no sofá, com o forno ligado. O meu outono perfeito sabe a castanhas assadas, a tangerinas (gosto das agrestes, ácidas), a diospiros com canela, abóboras gratinadas e, claro, a tartes de maçã. Ou a várias coisas com maçã, desde crumbles a gelado de maçã assada, passando por bolos, tortas e até entradas originais. Mas há qualquer coisa de mágico nas tartes de maçã, não concordam? Fazem parte do meu imaginário de conforto, de comida caseira, de felicidade sonhada ao ler os livros de quadradinhos da Disney - quem se lembra das tartes da Vovó Donalda?
Esta versão que hoje trago é mais saudável que outras versões aqui do blog. Por quê? Porque leva menos massa e a massa é feita de farinha de aveia, farinha de espelta integral e azeite. No recheio não resisti a usar um pouco de manteiga, o que lhe dá aquele sabor irresistível. E leva um pouco de gengibre, para ajudar a combater e prevenir as constipações típicas desta época. Numa palavra: deliciosa.
E o vosso outono perfeito, a que sabe?
TARTE DE MAÇÃ ESCONDIDA
6/8 fatias
Para a massa:
80 g de farinha de aveia
80 g de farinha de espelta integral
35 g de azeite extravirgem
70 g de água fria
1 pitada de sal
Para o recheio:
5 maçãs descascadas e partidas em cubinhos
1 colher de açúcar mascavado escuro
3 colheres de sopa de açúcar amarelo
Um fio de limão para regar as maçãs descascadas
Canela em pó qb
Um pedacinho de gengibre fresco ralado
50 g de manteiga
Ovo batido para pincelar
Açúcar em pó para finalizar (opcional)
Começar por fazer a massa: juntar todos os ingredientes numa taça e amassar formando uma bola. Achatar em forma de disco, envolver em película e levar ao frigorífico durante cerca de 1 hora.
Entretanto preparar o recheio: adicionar aos cubos de maçã, para além do fio de limão, o açúcar, a canela e o gengibre.
Levar ao lume com a manteiga e deixar cozinhar até a maçã amolecer, cerca de 25 minutos (vai depender da maçã que utilizar, os cubos devem ficar soft, mas não desfeitos).
Pré-aquecer o forno nos 170º.
Colocar o recheio num prato de ir ao forno (o meu tem 20 cm de diâmetro na parte mais larga).
Numa superfície enfarinhada, esticar a massa até ficar relativamente fina, cerca de dois milímetros de espessura.
Cobrir o prato com a massa (e com as sobras fazer decorações, se o desejar).
Pincelar com ovo e levar a cozer cerca de uma hora ou até a massa ficar firme ao toque.
É boa morna ou fria e, se forem muito gulosos, já sabem que uma bola de gelado faz-lhe uma ótima companhia.
OUTRAS RECEITAS DELICIOSAS COM MAÇÃ:
- Tarte de maçã Express
- Rolo de maçã
- Maçã assada com crumle de amêndoa
- Gelado de Maçã com molho toffee
- Tarte-bolo de maçã da minha mãe