Já há muito que queria partilhar convosco uma das receitas de família que me são mais queridas. O “Bacalhau coberto” da minha mãe - e o nome do prato é mesmo assim, curto e simples - é uma instituição. Desde pequena que o vejo a ser servido na véspera de Natal - feito sobretudo a pensar nos mais novos, que torciam o nariz ao bacalhau cozido com todos. Mimos de mãe e de avó.
E se é verdade que volta e meia a minha mãe prepara esta receita, é no Natal e nos dias mais frios que esta comida de conforto nos sabe melhor. Desafiada pelo Bacalhau da Islândia a apresentar uma receita onde o fiel amigo fosse a estrela*, lembrei-me então de cozinhar o ‘Bacalhau coberto’, elogiado por todos os que já o provaram. Uma receita que tem atravessado gerações, pois a minha mãe aprendeu a fazê-la com a minha avó paterna.
É natural que a minha mãe lhe tenha dado o seu toque pessoal e eu, depois de apontar a receita, decidi também introduzir um ou outro detalhe, que não altera em nada a sua essência: puré, cebolada em azeite generoso, bacalhau cozido lascado, ovo cozido, puré, azeitonas. Ou seja, um empadão de bacalhau, mas que já a minha avó Luísa designava por “Bacalhau coberto”.
A qualidade do bacalhau é essencial para a qualidade final da receita e com o Bacalhau da Islândia, não há como não ficar um prato delicioso. Não é à toa que lhe chamam “o melhor bacalhau do mundo”. Pescado de forma sustentável nas águas geladas islandesas e salgado de acordo com o saber transmitido de geração em geração nas aldeias piscatórias desta ilha do norte da Europa, o Bacalhau da Islândia apresenta uma lasca perfeita e um sabor irrepreensível, depois de corretamente demolhado.
Um peixe que nos chega de um país frio e cheio de maravilhas naturais (a Islândia está no topo da minha wishlist de viagens), e que vem aquecer as nossas mesas com um mundo de possibilidades em termos de receitas. Este “Bacalhau coberto” é apenas uma das mil e uma formas de cozinhar este ingrediente nobre, e o meu desejo é que que sirva de mote para momentos felizes à volta da mesa.
BACALHAU COBERTO
Para 5/6 pessoas
Para o puré:
1 kg de batatas descascadas e cortadas aos pedaços
200 g de cenoura descascada e ralada
400 ml de leite meio-gordo
Sal, pimenta preta e noz-moscada qb
1 colher de sopa bem cheia de manteiga
Para o recheio:
3 lombos de Bacalhau da Islândia demolhado
4 dentes de alho
2 folhas de louro
1 cebola pequena + 2 cebolas grandes
3 ovos
2 colheres de sopa de pimento vermelho em conserva
Azeite
Para finalizar:
1 ovo batido
1 punhado de azeitonas descaroçadas
Comece por fazer o puré, usando um robot de cozinha ou uma panela tradicional. Leve a cozer no leite a batata e a cenoura (esta deve ser ralada, para que fique cozida ao mesmo tempo que a batata), temperando com sal, pimenta preta e noz-moscada. Quando estiver tudo bem cozido, junte a manteiga e reduza a puré.
Entretanto leve a cozer os lombos de bacalhau com um dente de alho esmagado, uma cebola e uma folha de louro. Noutro tacho com água, leve a cozer três ovos – coloque na água um fio de vinagre para que depois seja mais fácil descascá-los.
Numa frigideira ou tacho baixo e largo, coloque um bom fundo de azeite e leve a refogar as restantes cebolas cortadas em meias-luas e os restantes dentes de alho laminados e uma folha de louro. Deixe cozinhar até a cebola estar bem macia e a ficar translúcida.
Pré-aqueça o forno nos 180º. Antes de começar a montar o empadão, lasque o bacalhau, eliminando peles e espinhas e descasque e parta os ovos em rodelas.
Pincele uma assadeira com azeite e faça uma camada com cerca de metade do puré. Regue com a maior parte da cebolada e faça uma camada com as lascas do bacalhau. Disponha por cima as rodelas de ovo cozido, espalhe tirinhas de pimento vermelho assado em conserva e salpique com mais um pouco da cebolada. Tape com o restante puré.
Espalhe por cima algumas azeitonas descaroçadas e pincele com ovo batido. Leve ao forno até sentir que está bem quente, a borbulhar e com uma cor dourada. Sirva com legumes cozidos.
Notas:
- Este é daqueles pratos práticos de forno, que pode ser preparado com antecedência e depois é só colocar no forno, sem stress ou cozinha desarrumada;
- Continuo sem cozinha (e sem casa, na verdade). Esta sessão fotográfica foi, por isso, feita em casa dos meus pais. O que, tendo em conta a receita, fez todo o sentido ;)
Já aqui vos tinha falado na iniciativa "Adoramos a nossa gastronomia com Coca-Cola", que pretende divulgar e valorizar a nossa cozinha tradicional tão rica, nomeadamente junto dos mais novos, que muitas vezes sentem o nosso património gastronómico como algo distante, perdido algures no tempo dos seus avós.
Este longo roteiro pelo melhor que se cozinha em cada região de Portugal, começou em junho no Algarve, e aproxima-se da região final, que será o Grande Porto, cidade que acolherá o evento final.
Neste post antigo do blog, protagonizado pelas Lulinhas à Algarvia, ou neste aqui, onde brilhou o Polvo à moda dos Açores, podem saber mais sobre a mecânica desta ação, que irá identificar o prato mais representativo de cada região, através do voto popular.
Curiosos para conhecerem os pratos vencedores até agora? Aqui vai a lista dos mais votados por região:
Algarve - Cataplana
Grande Lisboa - Bife à Portuguesa
Sul Tejo Litoral - Choco Frito
Açores - Bife à regional
Madeira - Espetada madeirense
Norte Litoral - Leitão Assado
Centro Litoral - Bacalhau assado com batatas a murro
E é uma receita de bacalhau assado com batatas a murro que trago hoje. À falta de brasas, assei-o no forno. E as batatinhas a murro também têm um truque, para demorarem menos.
Mas antes de passarmos à receita, relembro que ainda podem votar e até ganhar prémios com a vossa participação, nos pratos das seguintes regiões: Norte Interior, Baixo Minho, Alto Minho e Grande Porto. Informem-se sobre as respetivas datas, quais os pratos a concurso, quais os restaurantes aderentes e como participar em adoramosanossagastronomia.pt
BACALHAU ASSADO COM BATATINHAS A MURRO
Para 2
2 lombos de bacalhau demolhado
Cerca de 10 batatas pequenas para assar
1 molho de grelos ou espinafres
6 dentes de alho
2 ou 3 hastes de salsa
Sal qb
Pimenta preta qb
Azeite qb
Vinagre qb
Numa taça, faça uma dose generosa de molho com azeite, alguns dentes de alho picados, sal e pimenta preta acabada de moer.
Lave bem as batatas e leve-as a cozer numa panela com água a ferver temperada com sal.
Pré-aqueça o forno nos 200º.
Num pirex, coloque um fundo do molho de azeite preparado, disponha os lombos de bacalhau, regue com mais um pouco desse azeite aromatizado e leve ao forno durante cerca de 25 minutos ou até o bacalhau começar a querer lascar.
Entretanto lave e seque bem os grelos os os espinafres. Se usar espinafres salteie-os na frigideira com um fio de azeite e alho picado, temperando-os com um pouco de sal. Se usar grelos, coza-os primeiro, escorra-os bem e salteie-os da mesma forma que faria com os espinafres.
Entretanto escorra as batatas, dê-lhes um pequeno "murro", coloque-as numa assadeira e tempere-as com o molho de azeite preparado no início da receita. Junte um pouco de vinagre e salsa picada, envolva bem e leve-as ao forno até aloirarem.
Emprate todos os elementos, regue com mais um fio de azeite, se achar necessário, e sirva.
Nota: quem me segue pelo facebook sabe que a minha cozinha está em obras. Tem sido uma aventura e estou em pulgas para ver o resultado final. Esta receita foi por isso confecionada e fotografada noutra cozinha (mais uma aventura!) Estejam atentos ao fb e ao Instagram do Lume Brando, onde vou dando conta de como as obras estão a correr e onde mostrarei alguns detalhes da cozinha nova ;)
Lembram-se de vos ter falado aqui no blogue da iniciativa “Adoramos a nossa gastronomia com Coca-Cola”? Pois é, esta ação que pretende homenagear, pelo 3º ano consecutivo, o melhor da cozinha regional portuguesa, continua a decorrer a todo o vapor, rumo ao grande evento final que se irá realizar no Porto, em Novembro.
Ao longo destes meses, os portugueses de todas as regiões, incluindo as ilhas, estão convidados a provar o Top 3 dos pratos regionais da sua zona e votar no prato e no restaurante aderente favorito.
Em www.adoramosanossagastronomia.pt podem conhecer as 12 regiões, os pratos e os restaurantes a concurso por cada região, bem como as datas de dinamização da iniciativa. O objetivo é, no final, encontrar os 12 pratos regionais preferidos dos portugueses e celebrar a nossa cozinha maravilhosa.
O arranque foi dado no Algarve e os três pratos em jogo eram a Cataplana, o Arroz de Lingueirão e as Lulinhas à Algarvia – podem ver a minha versão das lulas, aqui.
E sabem qual foi o prato vencedor? Não, não foram as lulinhas, apesar de ser o meu preferido: foi a Cataplana!
Curiosos por saber os pratos que já venceram até agora? Eu digo-vos:
Algarve – Cataplana
Grande Lisboa - Bife à Portuguesa
Sul Tejo Litoral - Choco frito
Por estes dias, vota-se nos três pratos finalistas dos Açores e resolvi fazer novamente uma aposta: por mim, voto no Polvo assado, cuja versão Lume Brando podem encontrar mais abaixo. O Polvo assado, juntamente com o Bife à Regional e os Chicharros, são os três representantes dos Açores, cujo vencedor será apurado no Jantar Regional ainda esta semana.
Mas esta iniciativa, literalmente deliciosa, não se fica por aqui: vejam as regiões e as datas que se seguem:
Madeira – 7 de agosto a 3 de setembro
Norte Litoral – 14 de agosto a 10 de setembro
Centro Litoral – 21 de agosto a 17 de setembro
Norte Interior – 28 de agosto a 24 de setembro
Sul Tejo Interior - 4 de setembro a 1 de outubro
Baixo Minho – 11 de setembro a 8 de outubro
Alto Minho – 18 de setembro a 5 de outubro
Grande Porto – 25 de setembro a 22 de outubro
Ah, e não se esqueçam de que, paralelamente, quem participar na ação através do voto, habilita-se a prémios e ofertas. Saibam tudo aqui!
E agora, a receita de Polvo assado dos Açores. Já sabem que eu tenho sempre de meter a minha colherada e é raro conseguir seguir uma receita de uma ponta à outra sem qualquer desvio. Desta vez, juntei a receita que encontram no site desta iniciativa, com a receita de polvo guisado dos Açores que Maria de Lourdes Modesto incluiu no livro “Cozinha Tradicional Portuguesa”.
Ficou excelente e acho que a partir de agora vou cozinhar sempre assim o polvo: cozê-lo no refogado, em vez de cozê-lo apenas com um fundo de água e uma cebola. Não só o polvo ganha sabor extra, como a calda que se gera, que podemos usar num arroz, fica mais rica.
1 polvo médio (cerca de 1,5 kg), limpo e arranjado
1 cebola grande
2 dentes de alho
1 folha de louro
1 colher de café cheia de colorau
3 batatas grandes
Azeite qb
Vinho tinto qb
Sal qb
Leve um tacho ao lume com um fundo de azeite, junte a cebola e o alho picados, e a folha de louro, e deixe amolecer. Quando a cebola estiver translúcida, junte o polvo, tape e deixe cozer.
Vai ganhar bastante líquido. O que é que eu fiz, quando o polvo estava a ficar tenro? Retirei parte dessa calda e reservei-a. Juntei ao polvo o colorau e meio copo de vinho tinto, retifiquei de sal. Deixei que fervesse e juntei as batatas partidas aos cubos, para que ficassem guisadas neste molho.
Assim que as batatas ficaram cozidas, retirei o polvo e as batatas para uma assadeira com um fundo de azeite. Juntei a calda à calda anteriormente reservada. Reguei o polvo e as batatas com um fio de azeite e levei a alourar ao forno, na função grill.
Servi com legumes, e pão torrado, como manda a tradição açoriana.
Este blog tem andado demasiado calórico. Esta receita de peixe muito simples, inspirada nos assados "in a bag" do Jamie Oliver pretende repor o equilíbrio por estas bandas, antes que outras sugestões doces façam o seu caminho.
En papillote é como os franceses designam esta forma de cozinhar os alimentos. Prática, rápida e saudável. O peixe (também se pode usar frango ou peru, em bifes finos), acaba por cozinhar nos próprios líquidos e com a ajuda do vapor que se cria na "bolsa", feita em papel vegetal ou de alumínio.
Quando me falta o tempo, quero cozinhar peixe e não tenho nenhuma receita planeada, esta é uma das soluções a que costumo recorrer. E se nunca sai igual - ou porque muda o peixe ou porque mudam os legumes, conforme o que há no frigorífico e no congelador - fica sempre saboroso. Esta foi uma das últimas variações e resultou especialmente bem.
4 filetes de peixe congelados (eu usei Panga* mas pode usar-se outro peixe branco) 1 cenoura 1/2 alho-francês 1/2 pimento vermelho Sumo de 1/2 limão Um bom fio de azeite Sal e pimenta preta moída na altura Salsa qb Folha de alumínio
Descongelar ligeiramente os filetes (não precisam de estar completamente descongelados). Pré-aquecer o forno nos 200º, com o tabuleiro de alumínio do forno lá dentro (ou outro tabuleiro colocado sobre a grade a aquecer). Num prato fundo, juntar aos filetes a cenoura e o pimento partidos em juliana, o alho-francês partido em rodelas finas, a salsa, o sumo de limão, um bom fio de azeite, o sal e a pimenta. Envolver tudo muito bem. Fazer uma bolsa em papel de alumínio com tamanho suficiente para acolher todos os ingredientes, fechando bem todos os lados (dobrando e enrolando as pontas do papel), à excepção de um. Introduzir o peixe e a respectiva marinada na bolsa, fechar bem esse último lado, e colocá-la sobre o tabuleiro previamente aquecido. Levar a assar durante cerca de 20 minutos. Servir com arroz branco, por exemplo.
*O peixe panga, também conhecido por peixe-gato, tem visto a sua popularidade crescer por cá, sobretudo devido ao seu preço atractivo. A sua qualidade tem sido muito discutida, no entanto, um estudo da Deco-Proteste veio tranquilizar os consumidores.
Esta foi uma das primeiras receitas Bimby que experimentei. Já há muito que queria preparar uns wraps e depois de ter visto esta sugestão na revista oferecida com a máquina (Momentos de Partilha - Maio 2009), achei que era uma 'multa' interessante para levar para um piquenique. Quem não tem Bimby, não se preocupe! Pode comprar wraps já prontos, até porque ainda dá trabalho estender a massa e passar os wraps pela frigideira.* Quanto ao recheio, é muito fácil de fazer.
Wraps de Atum
Sem Bimby: 16 wraps (ou tortilhas) de compra
+
1 cebola média 1 dente de alho 1 cenoura média 1 rodela de pimento verde (c/ cerca 1 cm largura) 1 rodela de pimento vermelho (c/ cerca de 1 cm de largura) 3 pés de salsa 30 g azeite (cerca de 2 colheres de sopa) 1/2 colher de chá de sal 4 latas de atum 1 lata pequena de milho
Picar a cebola, o alho, os pimentos e a salsa, e ralar a cenoura. Levar um tacho ao lume com o azeite e começar por refogar a cebola, o alho, a cenoura, os pimentos e o sal. Juntar depois o atum e a salsa, deixando cozinhar mais alguns minutos, mexendo e envolvendo tudo. Retirar do lume e deixar arrefecer. Depois de frio, envolver o milho. Seguir as instruções dos wraps para aquecê-los e amolecê-los ligeiramente e recheá-los com o preparado de atum. Corte-os ao meio, se preferir. Estão prontos a servir ou a embalar para levar para o piquenique!
Com Bimby:
Para a massa dos wraps: 500 g de farinha tipo 65 100 g de banha 2 c. chá de sal 250 g de água
Coloque no copo a farinha, a banha, o sal e misture 10 seg/vel 7. Adicione a água e programe 10 seg/Vel 7. De seguida programe 1 min/vel Espiga. Retire, cubra com película aderente e deixe descansar 30 minutos. Após este tempo e depois de ter preparado o recheio, divida a massa em 16 bolas com cerca de 50 g cada. Numa superfície enfarinhada e com a ajuda de um rolo, estenda cada bola num círculo. Coloque um wrap de cada vez numa frigideira anti-aderente aquecida até dourar dos dois lados. Espalme as bolhas de ar com uma escumadeira e vá empilhando os wraps, mantendo-os quentes. Quando estiverem todos prontos, recheie-os com o preparado de atum descrito a seguir. Corte-os ao meio, se preferir. Estão prontos a servir ou a embalar para levar para o piquenique!
Para o recheio: os mesmos ingredientes enumerados na versão 'sem Bimby'
Coloque no copo a cebola, o alho, a cenoura, os pimentos, a salsa, o azeite e pique 8 seg/vel 4. Com a espátula baixe o que ficou na parede do copo. Refogue 5 min/varoma/vel 1. Adicione o sal, o atum bem escorrido e programe 3 min./100º/vel inversa/vel colher. Retire para uma taça e deixe arrefecer. Depois de frio envolva o milho.
*Quem não tem Bimby, pode sempre tentar fazer a massa com a ajuda de um robot de cozinha convencional ou mesmo à mão. Eu é que não arrisco dizer passos nem procedimentos, pois a minha experiência ainda não dá para tal...
Este prato não é muito próprio para esta época do ano. E o facto é que já foi há uns tempos que o fiz pela última vez, altura em que aproveitei para fotografar. Aliás, isso vê-se pelas ervilhas de quebrar que cozi para acompanhar! Mas estava a incomodar-me ver o blog sem posts novos e resolvi resgatar esta receita que faço imensas vezes nos dias mais frescos. Aprendi-a com a minha mãe, o que a torna ainda mais especial. Digamos que é uma açorda por camadas que vai ao forno, para tostar um pouco e ficar mais bonita.
Lá em casa todos gostam deste prato de peixe, incluindo os mais novos.
Açorda de peixe da Avó V.
Para 4 3 postas ou lombos de pescada médios (prefiro usar postas, pois a pele e as espinhas dão mais sabor à água de cozedura) 2 cebolas grandes 4 dentes de alho 4 tomates médios maduros (ou 1 lata de tomate pelado) 1 folha de louro 3 a 4 pães (podem e devem ser do dia anterior, muitas vezes até faço com pão que tenho congelado) Azeite Sal Salsa ou Coentros (opcional)
Cozer o peixe em bastante água com um dente de alho e uma folha de louro. Escorrer, limpar de peles e espinhas e reservar a água da cozedura. Num tacho, colocar um bom fundo de azeite e cozinhar o restante alho e as cebolas às rodelas até começarem a ganhar cor. Juntar o tomate sem pele nem grainhas partido aos pedaços, temperar com sal e cozinhar bem, até o tomate se desfazer (pode fazer-se esta tomatada com antecedência). Entretanto amolecer bem o pão partido aos pedaços na água de cozer o peixe (quanto mais quente estiver a água, mais depressa o pão amolece) e escorrer bem. Num prato de forno, colocar uma primeira camada da tomatada. A seguir espalhar o pão amolecido, depois espalhar os pedaços de peixe cozido e polvilhar com salsa ou coentros frescos. Terminar com a restante tomatada e levar ao forno pré-aquecido, na posição grill para tostar um pouco.
Muitas vezes, a minha mãe junta camarão ao peixe, para enriquecer a açorda. O prato pode ser feito só com camarão, para uma refeição mais requintada. Nesse caso, deve usar-se a água de cozer os crustáceos para amolecer o pão.
Gosto de quiches. Ou de tartes salgadas, acho mais bonito chamar-lhes assim. Foi muitas vezes o nosso jantar, acompanhadas de uma boa salada, sobretudo quando ainda não havia miúdos. Só que já há muito tempo que não fazia nenhuma. Primeiro porque são muito recorrentes nas festas de aniversário lá de casa (e no início do ano tive várias) e segundo porque, no momento da verdade, acabava por me render sempre aos ingredientes e às combinações mais usuais: "bacon e alho francês", "bacalhau", "atum", "espinafres e queijo". Noutro dia, a mãe do G. fez uma diferente, uma receita apontada enquanto cozinhava e na televisão que servia de som de fundo, um chefe apresentava a sua rubrica de culinária. Era um programa da manhã mas o resto a sua memória não fixou, por isso não posso dizer quem é o autor. Mas posso dizer que é muito boa e fácil de fazer, pois experimentei-a a semana passada. E é uma forma prática e original de comer salmão. Aqui está ela:
Tarte de salmão e alho francês
1 base de massa (quebrada, folhada ou areada, usei quebrada, de compra) 4 talos de alho francês Salmão fresco aos cubos (usei duas postas) 4 ovos Molho Béchamel (usei 1 pacote pequeno da Parmalat, temperado com um pouco de sal e noz moscada, mas da próxima vez talvez use um pouco mais, para que a tarte fique ainda mais cremosa) Manteiga (usei Azeite) Sal Pimenta preta (opcional)
Ligar o forno nos 200º. Refogar o alho francês partido às rodelas em azeite até ficar bem macio. Forrar uma tarteira com a massa e picá-la com um garfo para que não empole, coza melhor e deixe cozer os ingredientes (eu gosto de a levar ao forno sem recheio durante uns 10 minutos para ficar mais cozida e estaladiça). Partir o salmão aos cubos e espalhá-los sobre a massa. Espalhar por cima o alho francês. Bater os ovos, juntá-los ao molho béchamel, temperar de sal, pimenta e noz moscada, mexer bem e verter sobre os restantes ingredientes. Levar ao forno durante cerca de 30/35 minutos ou até ficar bem douradinha.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5327802022747692498" /> id="BLOGGER_PHOTO_ID_5327802148145100578" /> Este é muitas vezes o jantar cá em casa. Um favorito de grandes e pequenos. Lembrava-me de ter visto uma vez numa Teleculinária uma receita deste género. Um dia, na impossibilidade de encontrar rapidamente o exemplar em questão, nas caixas que se amontoam no escritório cheias de revistas, precisei de me apoiar na memória. E desde aí uso esta fórmula, nem sempre seguida à risca, pois depende das quantidades dos ingredientes que tiver na altura. As fotos já mostram o soufflé (do francês souffler que significa "soprar") abatido, mas o certo é que os meus nunca chegam a crescer muito. Agora que tenho o livro de que falei no post anterior, talvez comece a dominar melhor a técnica. Em todo o caso, o soufflé é aquele prato que nunca deve esperar pelos convivas, mas sim ao contrário. Por causa disto, o famoso chef francês Escoffier (1846-1935), num jantar de gala com um longo menu, como não sabia a hora certa a que iria servir o soufflé, foi cozendo sucessivamente soufflés até uma das fornadas poder ser levada rapidamente para a mesa. Em casa, não precisamos de ser tão rigorosos. Pode perder-se um pouco no efeito visual e na textura, mas acho que o sabor supera qualquer falha na conciliação dos tempos de cozedura e serviço.
Soufflé de peixe
Para 4
3 lombinhos de pescada congelados 1 cebola grande 2 cenouras médias/grandes 3 dentes de alho 6 ovos Azeite Farinha Leite sal, pimenta e noz moscada
Fazer um refogado com a cebola e o alho picado, juntar a cenoura ralada (quanto mais cenoura mais saboroso fica) e deixar ganhar uma ‘corzinha’. Juntar os lombos de pescada e deixar cozer, até se desfazerem. Temperar com sal. Juntar um pouco de farinha e depois leite para o preparado ganhar uma consistência cremosa, tipo bechamel. Temperar com pimenta preta e noz moscada moídas na altura. Juntar as gemas, deixar cozinhar um pouco. Rectificar os temperos e retirar do lume. Bater as claras em castelo e envolver no preparado anterior, Verter para um pirex untado com manteiga (alto, de preferência) e levar ao forno pré-aquecido nos 190º durante cerca de 35 minutos. Servir de imediato com salada de alface e rúcula, por exemplo.
Muito fácil e rápida de preparar, esta receita pode ser uma alternativa ao tradicional bacalhau cozido da ceia de Natal.
Bacalhau com broa (4 pessoas)
4 postas de lombo de bacalhau demolhadas 2 cebolas médias 2 dentes de alho 1 folha de louro 4 fatias finas de presunto (opcional) 1/2 Broa de milho Azeite Vinho branco Manteiga ou margarina Sal (se necessário), pimenta
Forrar o fundo de uma assadeira com a cebola cortada à camponesa (meias-luas), o alho picado e a folha de louro dividida em dois. Fazer um corte nas postas do bacalhau, entre a pele e a “carne” e introduzir a fatia de presunto (também fica muito bem sem presunto). Colocar as postas na assadeira, por cima da cama de cebola e alho, com a parte que tem o presunto virada para baixo. Regar muito bem com azeite, temperar com pimenta moída na altura e regar ainda com vinho branco. Esfarelar a broa de milho, depois de retirada a crosta/casca. “Tapar” o bacalhau com uma boa camada de broa esfarelada. Espalhar por cima pedacinhos de manteiga ou margarina e levar a forno bem quente. Quando a broa estiver bem dourada, o bacalhau já deve estar cozinhado (35/40 minutos, depende do forno e da altura das postas).
Servir com batatinha a murro e legumes verdes salteados (grelos, feijão verde ou bróculos)