Creme de cogumelos e castanhas [Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #11]
Quando, há quinze dias, falei aqui do livro "Novas receitas paleo", tinha estado a pesquisar sobre livros com este regime alimentar, e dei conta de que havia um livro novo no mercado, de uma autora portuguesa, que falava de uma variante desse regime: a alimentação primal. É esse o livro que vos trago hoje.
Confesso que nunca tinha ouvido falar em alimentação ou estilo de vida 'primal' ('Primal Blueprint', no original, um conceito criado por Louren Cordain) e pelo que fui lendo entretanto, as diferenças entre esta e a dieta Paleo estão agora bastante esbatidas. Pelo que percebi, a alimentação 'primal', ainda que também se inspire nas bases alimentares dos nossos antepassados pré-revolução agrícola, é mais inclusiva e abrangente em termos de ingredientes. Mas o melhor, é sabermos o que diz Márcia Patrício, a autora do livro e a blogger por detrás do Temperos da Argas sobre isto. Está lançado o #dizmeoquelês 11!
Como sempre, este post conta com o apoio da Bertrand Livreiros 💛
Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #11
"Temperos da Argas" - Márcia Patrício - Chá das Cinco
"Gosto de pensar na alimentação primal como um regresso ao tempo dos nossos bisavós, onde a alimentação era maioritariamente proveniente das terras cultivadas pela família ou de trocas entre vizinhos. O que se pretende é uma alimentação mais natural, cozinhada maioritariamente por nós, evitando as embalagens, os pacotes com aditivos que pretendem a conservação dos produtos durante meses."
[...] O objetivo é otimizar os efeitos que os alimentos e o estilo de vida têm no nosso organismo, usando o exemplo do home do Paleolítico, com uma alimentação natural, utilizando, claro, os alimentos disponíveis e a culinária moderna."
É desta forma que Márcia nos apresenta o seu regime alimentar e introduz os seus princípios básicos:
- a presença de legumes e fruta
- a preferência por carne, peixe e ovos de boa origem
- a preferência por laticínios fermentados de animais de produção extensiva
- a (quase) eliminação do glúten
- a (quase) eliminação de alimentos processados e refinados
Assim, nas páginas do livro, iremos encontrar 100 receitas, que vão ao encontro deste estilo de cozinha, divididas por diferentes categorias: Pão; Bolos e Bolachas; Sobremesas e Snacks Doces (talvez os três capítulos mais interessantes do livro, uma vez que são o tipo de receitas mais difíceis de criar sem farinhas ou açúcares convencionais), Pequeno-almoço, Sopas; Carne; Peixe; Snacks Salgados e Marmitas e, ainda, um capítulo final dedicado aos 'Básicos', com receitas de molhos e compotas.
Desta vez, não escolhi uma receita doce para testar. Já entramos oficialmente no outono e achei que esta sopa de cogumelos seria perfeita para a época. Até porque adorei a sua simplicidade e, claro, os seus ingredientes (sou só louca por castanhas e adoro cogumelos ☺️).
Mas marquei outras receitas do livro, como por exemplo as 'Bolachas tipo Maria", os "Pastéis de nata", o "Pão de tâmaras", o "Bolo do caco", o "Paleopic" (chocapic versão mais saudável), a "Caldeirada cremosa de peixe" ou os "Rissóis de camarão" (cuja massa e recheio abdicam da tradicional farinha de trigo e onde até o pão ralado é substituído por farinha de mandioca torrada (a farinha que se usa para fazer farofa).
Resumindo: "Temperos da Argas" não é um daqueles livros que compramos porque só de olhar ficamos com água na boca, até porque a fotografia não é, definitivamente, o seu ponto forte. Diria que é um livro 'funcional' e prático. Não daqueles que levamos para o sofá para ler como se fosse um romance, mas daqueles que levamos para a cozinha para lhe darmos uso a sério, caso nos identifiquemos com este regime alimentar (muitas das receitas podem ser perfeitamente incluídas em dietas vegetarianas, veganas ou low-carb). Está bem escrito, num tom descontraído e simpático. Inclui alguma informação sobre alimentação e saúde. As receitas são variadas e adequadas aos diferentes momentos do dia e, de uma maneira geral, parecem de simples e rápida confeção.
Querem saber mais sobre o livro? É só espreitar aqui >>> na livraria Bertrand online.
Siga para a receita do creme de cogumelos!
CREME DE COGUMELOS E CASTANHAS
Receita original: livro "Temperos da Argas", de Márcia Patrício
Para 4 doses em taças pequenas
400 g de água
100 g de cogumelos
100 g de castantas sem pele
70 g de alho-francês
2 colheres de sopa de azeite extravirgem
1 dente de alho
Sal e pimenta preta qb
Creme ou leite de coco para servir (opcional)
Vinagre ou creme balsâmico para servir (opcional)*
Folhinhas de tomilho para decorar (opcional)
Numa panela ou num robot de cozinha, leve a saltear no azeite o alho laminado, os cogumelos limpos e fatiados e o alho-francês em rodelas.
Quando começarem a murchar, retire alguns cogumelos e reserve-os para decorar as taças ao servir.
Junte as castanhas e a água, tempere de sal e pimenta e deixe cozinhar cerca de 35/40 minutos ou até as castanhas estarem bem cozidas.
Triture e retifique os temperos, se necessário.
Sirva quente em tacinhas individuais, decoradas com folhinhas de tomilho e os cogumelos reservados, um fio de leite de coco e/ou outro fio de vinagre ou creme balsâmico*. Também pode servir com croutons, se preferir.
*Apesar de ter gostado da receita, ao provar senti falta de alguma acidez. Da próxima, irei juntar uma cebola pequena aos ingredientes iniciais, mas talvez mantenha o fio de vinagre balsâmico. Não aparece nas fotografias, mas coloquei um pouco deste vinagre no momento de servir e fez um contraste maravilhoso!
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