Este é o livro mais pequeno e fino - incluindo no preço - que até agora trouxe aqui à rubrica. O que não significa que seja aquele com menos valor. Apesar de ter vários livros com receitas de bolos e cupcakes, não tinha nenhum com a chancela do canal Food Tube, de Jamie Oliver. E queria perceber se a qualidade editorial dos livros do Jamie se mantinha nestas edições mais modestas, de autores que colaboram com o chef no desenvolvimento de receitas e vídeos.
A resposta é: sim. O bom gosto e o cuidado no design do livro mantêm-se e as fotografias têm igualmente a assinatura de David Loftus, essa lenda viva da fotografia de comida, ainda que se trate de um livro mais simples: cento e poucas páginas, tamanho A5 e capa 'mole'.
Se precisávamos de mais um livro de receitas de bolos e cupcakes? Bem, eu acho que há sempre qualquer coisa de novo e interessante em cada livro. Na clara impossibilidade de os termos todos, a escolha deve refletir os nossos gostos, as nossas preferências na hora de irmos para a cozinha ou até as nossas intolerâncias ou regimes alimentares específicos.
Diria que "O Livro dos Bolos & Cupcakes" é para quem ainda não tem um preconceito em relação às receitas com elevadas quantidades de manteiga e açúcar... quase que me atrevo que é um livro politicamente incorreto para os dias de hoje, tais as receitas calóricas que apresenta.
No entanto, conscientes de que estes ingredientes não são os mais saudáveis, podemos sempre guardar estas receitas para dias especiais, ou até partir delas e das combinações de sabores que propõem, para criarmos versões mais saudáveis (não é o caso dos cupcakes de torradas com canela cuja receita que segue mais abaixo, em que respeitei quase religiosamente a receita do livro!)
A autora do livro é Jemma Wilson, fundadora da Crumbs & Doilies e a cara do Cupcake Jemma, o canal de Jemma no YouTube. Jemma colabora ainda com o canal de YouTube de Jamie, o FoodTube, daí ter surgido o convite do chef inglês para que fizesse o livro.
Para além de um breve capítulo com truques e dicas e de outro com receitas básicas de massas e coberturas, que inclui receitas como a do 'molho de caramelo salgado', de 'ganache' e de 'merengue', entre outras, o livro apresenta as receitas divididas pelas 4 estações do ano. Assim, temos sugestões mais frutadas e frescas para o verão e primavera, e sabores mais reconfortantes para as estações frias. Algumas das sugestões que achei mais interessantes, são:
- Cupcakes de chá verde com caramelo crocante de sésamo
- Bolo de limão, pistácio e cardamomo
- Cupcakes vegan de fudge de baunilha
- Cupcakes de mojito
- Cupcakes de amêndoa e molho de cereja (na capa do livro)
- Cupcakes mexicanos de chocolate & malagueta
- Cupcakes de pipocas amanteigadas
- Bolo de Jaffa
- E os Cupcakes de torradas com canela, cuja receita deixo mais abaixo.
No total, "O Livro dos bolos & cupcakes" oferece-nos 50 receitas bem doces, que se comem também com os olhos.
Resumindo: Este é um livro prático, com boas receitas para quem ainda não afastou definitivamente o açúcar branco e a manteiga da sua cozinha. Está bem escrito, apresenta um design cuidado, colorido e algo 'feminino'. Todas as receitas surgem fotografadas e ainda que a abordagem fotográfica seja um pouco diferente da dos livros de Jamie, menos depurada, nota-se o clique experiente de David Loftus.
Antes de passarmos à receita, relembro que a rubrica "Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes" conta com o apoio da livraria Bertrand 💛
Ligeiramente adaptado do livro "O Livro dos Bolos & Cupcakes", de Cupcake Jemma
Para cerca de 12 queques
3 fatias de pão rústico
130 g de manteiga sem sal amolecida
100 g de açúcar
15 g de açúcar mascavado escuro
100 g de farinha com fermento
1/4 de colher de chá de bicarbonato de sódio
1 colher de chá de canela em pó
2 ovos
1 colher de sopa de leite
Para a cobertura:
150 g de manteiga sem sal amolecida
300 g de açúcar em pó
Canela moída a gosto
2 colheres de sopa de leite
Ligue o forno nos 170ºC.
Torre as fatias de pão, barre-as com manteiga e volte a levá-las ao forno ou à torradeira até estarem bem tostatinhas e possam ser trituradas no robot de cozinha. Deixe arrefecê-las, triture-as e reserve.
Forre uma forma de queques com formas de papel.
Na taça da batedeira, junte os açúcares e bata pata desfazer eventuais grumos.
Adicione, peneirando, os restantes ingredientes secos.
Junto os ovos, a manteiga e 25 g das torradas e bata com a batedeira durante 1 minuto.
Adicione o leite e bata até estar bem integrado.
Distribua a massa pelas formas de papel - não encha demasiado, apenas até 1/3 da forma de papel (é capaz de obter mais do que 12 queques).
Leve ao forno durante cerca de 20 minutos.
Deixe arrefecer um pouco, retire da forma de queques e deixe arrefecer sobre uma rede.
Para a cobertura, bata a manteiga até estar lisa e brilhante e depois vá juntando o açúcar em pó e a canela, batendo bem. Junte o leite - veja se necessita de adicionar mais açúcar ou mais leite, até obter um creme macio, mas com firmeza para se usar o bico pasteleiro (opcional) e aguentar a forma.
Termine polvilhando os queques com o pão torrado triturado e, se desejar, um pouco da mistura de açúcar granulado com canela.
Descobri (depois de os fazer!), que a Jemma tem um vídeo com esta receita! Cliquem aqui para ver.
Por aqui, o começo de 2020 faz-se com fruta da época.
No fim de semana passado, trouxe do pomar dos meus pais um cesto cheio de tângeras. Por muito que goste de comê-las ao natural (apesar de terem muitas sementes) ou beber o seu sumo, é impossível não querer usar algumas em bolos ou sobremesas.
Já agora, e por que sei que não é uma variedade muito comum, cito o que a Infopédia diz sobre a tângera: "citrino de cor laranja e polpa cor de laranja, forma achatada, sumarento e adocicado, de tamanho maior do que a tangerina e menor do que a laranja vulgar, resultante de hibridação da tangerineira (Citrus retuclata) com a laranjeira-doce (Citrus sinensis)."
Não foi fácil escolher a receita. Ou melhor, foi difícil fugir do típico bolo, que é o que nos vem logo à cabeça quando temos esta fartura de citrinos. Mas queria experimentar algo diferente e lembrei-me da receita de Tarte de leite-creme com baunilha e citrinos do livro "Tartes Caseiras", de Linda Lomelino.
Repliquei a receita com alguns ajustes (a receita original leva laranjas sanguíneas e toranjas, por exemplo) e partilho-a de seguida, com os votos de um feliz e doce vinte-vinte!
TARTE DE LEITE-CREME E TÂNGERAS
Ligeiramente adaptado do livro "Tarte Caseiras" de Linda Lomelino
Para a massa:
1 chávena de farinha de trigo sem fermento (cerca de 140 g)
2 colheres de sopa de açúcar (usei mascavado)
1/4 de colher de chá de sal
100 g de manteiga derretida
Para o recheio:
1 vagem de baunilha (não usei)
3 colheres de sopa de açúcar (usei 1,5 colheres de mascavado e 1,5 colheres de açúcar baunilhado*)
1 + 1/4 de chávenas de natas (de preferência das mais líquidas, que não são para bater)
1 colher de chá de raspa de tângeras
6 colheres de sopa de sumo de tângeras
4 gemas
4 colheres de sopa de açúcar mascavado
12 - 16 rodelas de tângera, sem casca e sem sementes.
Ligue o forno nos 175ºC.
Prepare uma forma de tarte retangular com cerca de 10 cm x 35 cm.
Coloque numa taça a farinha, o açúcar, o sal e a manteiga derretida.
Primeiro mexa com um garfo e depois trabalhe a massa com as pontas dos dedos até ficar suave e uniforme.
Com esta massa, forre o fundo e os lados de uma forma de fundo amovível retangular, com cerca de 10 cm x 35 cm, espalhando bem e calcando com os dedos.
Pique com um garfo e leve a cozer durante cerca de 22 minutos. Retire do forno e reduza a temperatura deste para os 150ºC.
Entretanto, prepare o recheio.
Abra a vagem de baunilha (se for usar) no sentido do comprimento e raspe as sementes.
Coloque as sementes e a vagem num tacho, juntamente com as natas, metade do açúcar e a raspa das tângeras.
Leve ao lume até fervilhar.
Adicione o sumo de tângera e junte as gemas, previamente batidas com o restante açúcar.
Deixe arrefecer.
Quando a base e o recheio estiverem praticamente frios, coloque a tarteira na prateleira central do forno, coe a mistura das natas e verta-a sobre a tarteira.
Deixe cozer durante cerca de 35 minutos.
Retire do forno (o centro ainda deve estar pouco firme), deixe arrefecer e leve ao frigorífico pelo menos duas horas.
Entretanto descasque e parta as tângeras (ou os citrinos que está a usar), retirando-lhes as sementes com cuidado.
Espalhe duas colheres de sopa de açúcar sobre a tarte e queime com um maçarico.
Disponha as rodelas de tângera, polvilhe com o restante açúcar e volte a queimar.
Está pronta a servir.
*Como não tinha baunilha em vagem, substituí parte do açúcar por açúcar baunilhado (de compra, que me tinha sido oferecido), no entanto achei que o sabor ficou um nadinha artificial, pelo que aconselho a não usarem, caso também não tenham a baunilha.
"Um blog. Tenho um blog, nem acredito. Achava que esta modernice não tinha nada a ver comigo. E se calhar não tem. Estive a pensar e cheguei à conclusão que esta vontade súbita de criar um blog é uma espécie de “desejo de gravidez”. Como ainda nem sequer sei se é um feijão ou uma ervilha, aquela coisa bonita que está a crescer na minha barriga, uma vozinha disse-me que o melhor era dar jà à luz qualquer coisa. E pronto: nasceu o lume brando, que é como quem diz, um blog para ir cozinhando e digerindo sem grandes pressas."
O que acabaram de ler foi o meu primeiro post. O meu primeiro texto. Sem qualquer fotografia a acompanhar. Era o dia sete de setembro de 2004 e estava grávida pela primeira vez. Não sei muito bem por quê, mas nunca, ao longo destes 15 anos, celebrei o aniversário do blog. Ou porque quando me lembrava a data já tinha passado, ou porque, quando me lembrava a tempo, me dava uma certa preguiça e desvalorizava o facto.
Mas este ano apeteceu-me assinalar o momento. Quando dei início ao blog, não fazia ideia de que passado tanto tempo o projeto ainda estaria online. Na verdade, não tinha quaisquer expectativas, só queria ter um espaço onde pudesse escrever e falar sobre comida.
Quinze anos depois, a paixão pela culinária mantém-se e entretanto foi surgindo uma nova: pela fotografia de comida. Pelo meio, tive outro filho, conheci pessoas incríveis com quem partilho o entusiasmo por estes temas, tornei-me redatora freelancer, provei ingredientes novos, nem tudo o que cozinhei saiu bem, fiz bolos decorados e cozinhei "para fora", escrevi e fotografei um livro de receitas, fui aluna de vários workshops e dinamizei outros tantos, reuni uma considerável coleção de livros de cozinha, engordei alguns quilos 🤪
Apesar de quinze anos depois, o Lume Brando continuar a ser um projeto muito pessoal, a verdade é que sem o feedback positivo de quem está do outro lado - vocês! - hoje não estaria aqui a celebrar o aniversário do blog. Por isso, obrigada por cada visita, por cada um dos vossos comentários aqui, por cada like e comentário nas publicações do Facebook e do Instagram, por cada mensagem a dizer que fizeram uma das minhas receitas e que gostaram, por cada dica partilhada, por cada palavra carinhosa e motivadora relativamente às minhas fotografias, ao longo desta década e meia.
O-B-R-I-G-A-D-A 💛
E como não há festa sem bolo (a receita segue mais abaixo) e sem presentes, estou a dinamizar dois passatempos: um na página do Lume Brando no Facebook e outro no Instagram, cujo prémio em cada uma das plataformas é um exemplar do meu livro "Estava tudo ótimo!". É muito fácil participar e tentar ganhar! Mas enquanto fazia este post, resolvi oferecer um terceiro livro! Sabem a quem? À primeira pessoa que aqui nos comentários me disser o que está mal numa das imagens deste post 😉 [uma pista: a resposta não é um aspeto técnico - não é a exposição exagerada 😆 - mas sim uma, digamos, "incongruência"].
Uma vez mais, O-B-R-I-G-A-D-A💛 por continuarem desse lado e terem tornado esta caminhada tão doce e colorida!
BOLO DE CHOCOLATE RUBY COM RECHEIO DE LEMON CURD E COBERTURA DE MASCARPONE E NATAS
[a partir da receita do bolo Yang do livro Estava tudo ótimo!]
4 ovos, separados
85 ml de azeite extravirgem suave
100 g de açúcar branco
100 g de chocolate ruby picado (usei o novo da Pantagruel, mas também podem usar chocolate branco)
150 g de farinha sem fermento
1,5 colheres de chá de fermento em pó
1 colher de chá de extrato de baunilha
Para o recheio:
4 colheres de sopa de lemon curd (usei o que me tinha sobrado destas panacotas)
Para a calda:
3 colheres de sopa bem cheias de doce de pêssego
O mesmo peso em água
Para a cobertura:
1 pacote de natas para bater bem frias
1 pacote de mascarpone bem frio
1 colher de sopa de açúcar
1 colher de café de extrato de baunilha
Umas gotinhas de sumo de limão
Ligue o forno nos 170º.
Unte muito bem uma forma alta de 14 cm de diâmetro (ou duas mais baixas com este diâmetro) e forre o fundo com papel vegetal, untando novamente.
Bata as gemas com o açúcar, o azeite e a baunilha.
Junte o chocolate picado.
Bata as claras em castelo com uma pitada de sal e envolva no preparado anterior.
Por fim, junte aos poucos, sem mexer demasiado, a farinha e o fermento peneirados.
Verta para a(s) forma(s) e leve ao forno entre 30 a 45 minutos, dependendo das formas (se usar uma só, alta, vai demorar mais a cozer; fique atento e faça o teste do palito antes de retirar do forno, aquele deve sair limpo).
Passe uma faca de manteiga à volta da forma e desenforme sobre uma rede forrada com papel vegetal. Deixe arrefecer.
Entretanto faça a calda levando a ferver o doce de pêssego com a água. Coe e reserve.
Bata as natas e o mascarpone em chantilly com um pouco de açúcar (para mim uma colher de sopa é mais do que suficiente) e o extrato de baunilha . Para ajudar a prender adicione a meio do processo umas gotinhas de limão.
Para rechear e montar:
Corte o bolo em três (se fizer em duas formas, pode tentar partir cada bolo em dois e obter três camadas de recheio). Coloque a primeira camada no prato de servir, pique com um garfo e regue com um parte da calda. Recheie com o lemon curd.
Coloque a camada do meio e volte a picar/regar com a calda. Coloque uma camada de lemon curd e termine com a última camada de bolo, picando e regando.
Barre todo o bolo com uma primeira camada do chantilly de mascarpone. Leve ao frigorífico durante cerca de 25 minutos e volte a barrar, decorando ao seu gosto.
Nota: o ideal é fazer o bolo de véspera, fica melhor ;)
Se só vieram por causa da receita do bolo, é melhor fazerem scroll e apanhá-la ali em baixo. Mas se gostam de fotografia de comida tanto como eu, o que conto já a seguir talvez seja do vosso interesse ;)
Já aqui tinha falado, e quem me segue no Instagram tem acompanhado, que este ano decidi fazer um curso online de fotografia de comida e food styling. No final de 2018, descobri o blog The Little Plantation e comecei a seguir a sua autora, Kimberly Espinel, no Instagram e no Facebook. Apesar de eu ligar cada vez menos ao Facebook, é aqui que a Kimberly, que vive em Londres, dinamiza um grupo fechado, reunindo uma simpática comunidade à volta dos temas de food photography e food styling e de tópicos complementares, tais como dicas para crescer no Instagram, como cobrar um trabalho de fotografia, etc.
Gosto muito do trabalho consistente da Kimberly e da forma simpática, generosa e entusiástica com que partilha as suas ideias e o seu conhecimento sobre esta área. Quando me apercebi que ministrava cursos online, pedi mais informações e não demorei muito a inscrever-me. Sei que há muitos outros bloggers e fotógrafos a disponibilizar cursos online de fotografia de comida, mas sinceramente não pesquisei nem fiz comparativos. Gostei da abordagem da Kimberly, o preço pareceu-me razoável, estava decidido.
O curso está estruturado em 5 aulas + 1 aula opcional sobre Instagram. Os temas vão desde técnica fotográfica à composição e ao food styling, passando pela teoria da cor e pela edição em Lightroom (foi a minha aula favorita) e o mais interessante é que as aulas são "presenciais": através da app Zoom (tipo Skype), vemos e falamos com a Kimberly podendo ainda interagir com os outros alunos. Recebemos com antecedência o plano de cada aula, com a "teoria", e depois na aula a Kimberly fala mais detalhadamente sobre esses conteúdos e responde às nossas questões. Há trabalhos de casa e um trabalho maior, final, que é discutido depois numa sessão individual, sendo-nos dado bastante tempo para concretizar o projeto.
As fotos deste post fazem parte desse "final assignment". Fazer o curso foi uma decisão acertada, uma experiência fantástica, que recomendo. Obrigou-me a fotografar coisas diferentes, de ângulos diferentes. Obrigou-me a praticar. Nunca foi tão fácil como hoje aprendermos o que quer que seja sozinhos. Há artigos, vídeos, tutoriais... não faltam recursos grátis na internet para aprender a fotografar melhor, mas eu adoro aprender com pessoas, gosto da interação direta, é mais enriquecedor. Ficamos mais comprometidos, dedicamo-nos mais. Fosse eu rica e inscrevia-me já noutro curso.
Voltando ao trabalho final, cada aluno teve de começar por apresentar um mood board (fiz o meu no Pinterest, podem vê-lo aqui.), este devia contemplar diferentes ângulos (de frente, de cima, 3/4) e imagens ao alto e ao baixo. Depois de feita a sessão, guiada pelo tal mood board, e editadas as fotos, selecionei as que queria apresentar à Kimberly, enviei-as e, na já referida sessão 1-2-1, falámos sobre elas, sobre as dificuldades e dúvidas que tive, e recebi o seu feedback sincero, que incluiu tanto elogios como várias críticas construtivas. Estas fotos ainda não estão no nível que eu gostaria, mas se olhar para imagens minhas antigas (e não é preciso recuar muito no tempo), sinto que tenho evoluído e isso deixa-me mais confiante.
Escolhi um bolo para "estrela" do projeto final, porque é das coisas que mais gosto de cozinhar e fotografar e é o tipo de receita que as pessoas mais associam ao Lume Brando. Um bolo de iogurte e limão, recheado e coberto com um creme de mascarpone, natas e framboesas. Espero que não só gostem das fotografias, como da receita, que partilho mais abaixo.
E se quiserem saber mais sobre fotografia de comida, food styling, food blogging, redes sociais, criatividade e outros tópicos associados, não deixem de ouvir o podcast da Kimberly, chamado Eat Capture Share, já com duas temporadas. Eat Capture Share é também o nome da sua comunidade no Facebook e a hashtag #EatCaptureShare é a que une as participações nos interessantes desafios de fotografia que costuma organizar no Instagram.
Vamos ao bolo?
BOLO DE IOGURTE E LIMÃO COM COBERTURA E RECHEIO DE MASCARPONE E FRAMBOESAS
Para o bolo:
1 iogurte grego natural
130 g de açúcar amarelo
3 ovos
80 g de azeite extravirgem
Raspa e sumo de 1/2 limão
150 g de farinha peneirada
1 colher de sopa de fermento em pó
1 pitada de sal
Para a calda:
Sumo de dois limões
Açúcar amarelo a gosto
Para o recheio e cobertura:
2 embalagens de queijo mascarpone (deve estar bem frio)
1 embalagem de natas (devem estar bem frias - mínimo 12 horas no frigorífico)
Coulis de framboesa qb*
Cerca de 2 colheres de sopa de açúcar ou a gosto
Framboesas frescas - cerca de 250 g
Untar bem e forrar o fundo de duas formas com 14 ou 16 cm de diâmetro com papel vegetal. Voltar a untar com manteiga/polvilhar com farinha.
Ligar o forno nos 180º
Separar as gemas das claras. Bater estas em castelo, com uma pitada de sal.
Juntar às gemas o açúcar e bater bem. Adicionar o iogurte, o azeite, o sumo e a raspa de limão. Mexer bem. Envolver as claras em castelo e, por fim, envolver a farinha e o fermento peneirados (eu costumo peneirar diretamente para a massa do bolo, ao mesmo tempo que vou envolvendo).
Dividir pelas formas e levar ao forno durante cerca de 25-30 minutos - vigiar e fazer o teste do palito para confirmar que estão cozidos.
Desenformar os bolos sobre uma rede forrada com papel vegetal e deixar arrefecer.
Para preparar o creme do recheio e cobertura, bater com a batedeira elétrica as natas, o mascarpone e o açúcar, até estar bem uniforme e macio. A meio do processo, juntar um pouco de sumo de limão, que ajudará a tornar o creme mais firme. Por fim, ir juntando umas colheres de sobremesa de coulis e continuar a bater, até atingir o tom de rosa pretendido e provando para ver se necessita de adoçar mais (eu acho que o mascarpone não pede muito açúcar, mas o ideal é provarem e ajustarem ao vosso gosto). O coulis que sobrar, podem servir depois com o bolo.
Entretanto fazer a calda com o sumo de limão e o açúcar. Deixar borbulhar lentamente até atingir um ponto fraco.
Colocar um dos bolos no prato de servir, picá-lo com um palito e regar com metade da calda. Colocar uma camada de creme de mascarpone e framboesa, espalhar algumas framboesas e tapá-las com mais creme, reservando framboesas para a decoração final. Colocar o outro bolo por cima. Picar e regar com a restante calda. Cubrir o bolo com o creme e acabar de decorá-lo ao vosso gosto. O bolo fica melhor no dia seguinte, por isso, o ideal é fazê-lo de véspera e guardá-lo no frigorífico.
*Leve ao lume cerca de 200 g de framboesas congeladas. Deixe cozinhar bem até ficarem desfeitas e largarem todo o sumo, deixando este reduzir um pouco. Passe por um coador, descarte as grainhas e reserve o coulis, que para esta receita deve ser usado frio.
O bolo formigueiro é uma receita muito popular no Brasil. E sabem por que é que se chama assim? Aposto que muitos de vós sabem. O nome deve-se ao granulado de chocolate que se adiciona à massa, que depois de cozida fica sarapintada de "formigas". Apesar de eu achar imensa piada ao nome, acho que também se poderia batizar de bolo stracciatella. Mal parti o bolo e vi a massa, lembrei-me do gelado.
Esta não é a receita original (se é que existe uma). Fiz várias alterações a uma receita que vi no Pinterest e fiquei bastante satisfeita com o resultado. Pelas fotos, pode parecer que é um bolo demasiado seco, mas não. Ok, não é um bolo para sobremesa, mas é ótimo para o lanche ou para saciar aquele ratinho entre refeições, com um café ou um chá a acompanhar. Aviso: não é fácil ficar apenas por uma fatia ou duas, eu tive de partilhar o meu, se não, ia ser uma desgraça 😅.
Como quase sempre, substituí a manteiga por azeite extravirgem. Gosto muito de usar azeite em bolos, acho que funciona muito bem e não entendo por que em muitas receitas de bolos e sobremesas "saudáveis", nomeadamente portuguesas, o óleo de coco aparece mais vezes do que o azeite. Para além de ser mais caro, o óleo de coco não é um produto nosso, pressupondo, desde logo, uma maior pegada ecológica para chegar até nós. Atenção: eu gosto de experimentar produtos novos, de variar ingredientes e até tenho um frasco de óleo de coco cá em casa. Mas entre o azeite, que pode ser 100% português e cujos benefícios estão mais do que provados, e o óleo de coco, gordura altamente saturada, cujo efeito na saúde ainda divide os especialistas, eu prefiro o primeiro.
Mas deixemos eventuais polémicas para trás e, antes de passarmos à receita, falemos da minha grande resolução para este ano: aprender o mais possível sobre fotografia de comida. E praticar, claro. Quero chegar ao final de 2019 e sentir que evoluí (muito) nesta área. Muitos poderão dizer que as minhas fotografias já são bonitas e, ainda que às vezes também goste delas, nos últimos tempos tenho-me sentido algo estagnada e quero fotografar ainda mais e melhor.
Adorava que me acompanhassem nesta jornada! Para isso, o melhor é seguirem-me no Instagram. Nas próximas semanas estarei a participar no Winter Challenge do blog The Little Plantation, de Kimberly Espinel - uma oportunidade para me obrigar a fotografar mais e a sair da minha zona de conforto, pois temos de fotografar de acordo com temas pré-definidos, três temas por semana durante quatro semanas. Logo de seguida irei fazer um curso online de Food Photography & Food Styling, também com a simpática e talentosa Kimberly.
Para além disso, tenho visto imensos vídeos e lido muitos artigos sobre fotografia de comida e prometo que vou fazer alguns posts sobre esta aventura, combinado?
Agora, vamos à receita do meu Bolo Formigueiro!
O MEU BOLO FORMIGUEIRO
170 g de açúcar
120 g de azeite extravirgem
3 ovos L
170 ml de leite
1/2 colher de café de extrato ou aroma de baunilha
250 g farinha sem fermento
1 colher de sopa de fermento em pó
40 g de coco ralado
60 g de granulado de chocolate (aquele usado para revestir brigadeiros)
Ligar o forno nos 180º
Untar muito bem/polvilhar com farinha uma forma de buraco "grandinha".
Numa taça bater o açúcar com o azeite e juntar os ovos, um a um.
Adicionar a baunilha ao leite. Juntar o fermento à farinha.
Adicionar estas misturas à taça da mistura de ovos/açúcar/azeite de forma intercalada, sendo que a última adição deve ser de farinha e fermento.
Juntar por fim o granulado de chocolate e o coco e envolver bem.
Verter para a forma e levar a cozer durante cerca de 40/45 minutos - para saber que está pronto espete um palito no centro do bolo, que deve sair seco ou com migalhas grossas agarradas (neste caso, já pode tirar do forno, mas reforce os cuidados ao desenformar).
Deixar arrefecer e polvilhar com açúcar em pó antes de servir ou, se preferir, pode decorar com ganache ou chocolate derretido.
GOSTARAM DESTE BOLO? ENTÃO TAMBÉM VÃO GOSTAR DESTES: