Eis a melhor experiência na cozinha das últimas semanas.
Há vários nomes para este tipo de sobremesa, que consiste num queque com o interior líquido, sendo de chocolate a versão mais comum. Bolinho de lava, vulcão, fondant, demi-cuit, petit gateau... é à escolha do guloso.
Quando vi esta versão de limão no livro "A Sentada", de Sandra Nobre, livro de que falei aqui recentemente, neste post, fiquei logo de olhos arregalados e com uma vontade gigantesca de experimentá-la. Realmente, por que nunca tinha pensado que era possível fazer uma versão assim, de limão? E logo eu que sou do team #lemonloverforever 💛
Não consegui adiar muito o teste e aqui está o resultado. Simplesmente maravilhoso. Mas atenção: os queques têm que ficar cozidos no ponto, ou seja, nem demasiados cozidos - o que significa não sobrar massa líquida para escorrer quando se abrem, nem demasiado crus, que se desfaçam ao desenformar... Um aspeto essencial, para que a receita corra bem, são as formas. Eu tenho umas parecidas com estas, compradas há já uns anos no Jumbo [agora Auchan] e portaram-se lindamente.
[Atualização: no Auchan podem encontrar umas formas parecidas com as minhas, espreitem aqui]
Atenção que não é uma receita meiga em termos calóricos: leva chocolate branco, manteiga, açúcar, lemon curd... Digamos que é daqueles casos em que se perdoa o mal que faz, pelo bem que sabe 🤪
Açúcar em pó, frutos vermelhos e hortelã para decorar e servir.
*Para o lemon curd [esta é a minha receita]
2 ovos L
100 ml de sumo de limão
140 g de açúcar
50 g de manteiga à temperatura ambiente
1 colher de sopa de raspa de limão
Comece por fazer o lemon curd (que pode já estar feito de véspera ou até há mais tempo).
Num tachinho de fundo espesso, misture bem os ovos com o açúcar e o sumo de limão. Leve ao lume médio, mexendo sempre com um batedor de varas, para não ganhar grumos, até engrossar, o que deve demorar menos de 10 minutos (deve ficar um creme não demasiado espesso, uniforme e brilhante, que irá ficar mais consistente depois de arrefecido). Retire do lume e incorpore a manteiga e a raspa de limão. Espere um ou dois minutos e mexa com um batedor e varas, até a manteiga estar bem derretida e bem distribuída pelo creme. Verta para frascos limpos, deixe arrefecer, tape e guarde no frigorífico até usar. Conserva-se durante cerca de 15 dias, se bem tapado e guardado no frigorífico.
Para fazer os lava cakes, comece por ligar o forno nos 220º.
Unte muito bem e polvilhe com farinha 6 forminhas altas de queque ou pudim - idealmente, tipo estas - ou aplique generosamente spray desmoldante. Coloque-as num tabuleiro de ir ao forno (assim vai ser mais prático transportá-las para o forno).
Numa taça grande sobre uma panela com água (mas sem a água tocar no recipiente de cima), leve ao lume a derreter o chocolate branco com a manteiga.
Adicione os restantes ingredientes: farinha, açúcar em pó, sal, ovos, gemas, lemon curd (que deve estar frio) e baunilha. Misture bem, sem bater demasiado.
Divida este preparado pelas formas até 3/4 e leve ao forno durante cerca de 10 minutos. Vá espreitando: os bolinhos devem ficar dourados nas bordas e a querer desenformar, notando-se ainda que o centro está fluído... Pensem como costuma funcionar o vosso forno e decidam se devem deixar mais ou menos do que os 10 minutos.
Retirar do forno e deixar arrefecer uns minutos antes de desenformar (soltando a massa da forma com a ajuda de uma faca) para os pratinhos de servir.
Sirva ainda mornos polvilhados com açúcar em pó e alguns frutos vermelhos a decorar.
Se sobrarem, guarde no frigorífico (aguentam uns 2-3 dias) e aqueça um pouco no microondas antes de servir. Não experimentei congelá-los, mas imagino que funcione: no dia em que os quisesse consumir, retirava-os com alguma antecedência do congelador e aquecia-os no microondas antes de servir.
#lemonloversforever COMO EU? SE SIM, VÃO ADORAR ESTAS RECEITAS:
Amanhã é o Dia da Mãe. Como acontece há já vários anos, o almoço será cá em casa, com as nossas mães e irmãos.
Somos uns felizardos por ainda podermos juntar todos à mesa, sendo que a pessoa mais velha - o meu pai - já fez 80 anos este ano.
Gosto muito deste dia. Sendo eu mãe, poderia querer celebrá-lo de outra forma, indo almoçar fora, por exemplo, para não ter trabalho. Mas para mim faz mais sentido assim. Gosto de preparar uma mesa bonita, ter ser sempre jarras com flores naturais, apresentar uma sobremesa especial. Uma forma de mimar as mães da minha vida, que ainda hoje nos recebem mais vezes do que as vezes que as recebemos a elas.
Normalmente é a partir do Dia da Mãe que a primavera se instala definitivamente cá em casa. O bom tempo que costuma fazer-se sentir já não volta atrás (pelo menos já não voltamos aos casacos grossos), há uma energia boa no ar e na rua ouvem-se as vozes alegres de universitários trajados a caminho da Queima. Maio é um mês que começa bem e que segue em festa, com vários aniversários na família. E não há nada melhor do que ter motivos para celebrar.
Para o almoço de amanhã, pensei em fazer uns profiteroles mimosos, recheados com creme de lemon curd e mascarpone e uma cobertura simples de chocolate branco. Uma experiência que tinha tudo para dar certo e as expectativas confirmaram-se: combinação deliciosa (pelo menos para os fãs de sobremesas de limão, como eu).
E ficaram com um aspeto tão doce e delicado, não concordam? Sei que sou suspeita, mas acho-os perfeitos tendo em conta a ocasião. Feliz Dia da Mãe!
PROFITEROLES COM RECHEIO DE LIMÃO E COBERTURA DE CHOCOLATE BRANCO
Para cerca de 30 profiteroles tamanho médio/normal
Se não tiver lemon curd feito, deve começar por aí, para que tenha tempo de refrigerar.
Para fazer os profiteroles, coloque num tacho a água, o azeite, o sal, o açúcar e a casca de limão e leve ao lume. Assim que ferver, descarte o limão e junte a farinha toda de uma vez. Mexa bem com a colher de pau, até a massa formar uma espécie de bola lisa e descolar-se das paredes do tacho, o que deve demorar uns dois ou três minutos. Retire do lume e passe para a taça da batedeira. Deixe arrefecer uns 10 minutos, ligue a batedeira numa velocidade média (se tiver, use a pá das massas e não a ‘pinha’ das claras em castelo) e vá acrescentando os ovos, um a um, continuando a bater para os incorporar bem. A massa estará pronta quando estiver uniforme, brilhante e macia.
Pré-aqueça o forno nos 210º (se for usar os dois níveis de forno ao mesmo tempo, reduza para 190º e coloque na função ventoinha).
Um tabuleiro não deve chegar, por isso forre dois tabuleiros de forno com papel vegetal (use um pouco de massa para colar as pontas do papel ao tabuleiro).
Coloque a massa num saco de pasteleiro equipado com um bico largo liso e faça os profiteroles. Com a ponta do dedo indicador molhada, pressione ligeiramente o centro dos profiteroles, para abater o eventual ‘bico’ com que tenham ficado.
Leve ao forno cerca de 20 minutos, sem abrir a porta durante a cozedura. Depois de cozidos, mantenha-os no forno até arrefecerem, com a porta entreaberta (use o cabo de uma colher de pau ou um pano de cozinha dobrado para criar a frincha na porta do forno). Guarde-os numa caixa hermética até serem recheados e cobertos.
Prepare a cobertura levando a derreter o chocolate branco em banho-maria. Junte um pouco de óleo vegetal e mexa bem, para torná-lo mais fluído. Se lhe quiser dar um tom rosado, junte umas gotinhas de corante rosa ou cerca de uma colher de café de beterraba em pó, mexendo bem (eu não tinha corante rosa em casa e então lembrei-me de um frasquinho de beterraba em pó que tinha comprado na Kinda Home; a cor não fica totalmente uniforme, mas acho consegui o efeito pretendido e o sabor não comprometeu; no entanto, se tivesse corante, teria usado o corante).
Prepare o recheio, batendo bem o mascarpone com o lemon curd.
Com uma faca de serrilha abra os profiteroles a meio (cuidado para que as partes não fiquem separadas). Com uma colher de chá encha a cavidade com creme de limão. Por fim coloque um pouco do chocolate branco em cima de cada profiterole.
Leve ao frigorífico umas duas horas antes de servir.
Lembram-se do meu último post, em que falava que andava preguiçosa para cozinhar? Pois bem, parece que a coisa melhorou. Não sei se é do sol, que me deixa mais bem-disposta e com mais energia, ou se é apenas o evoluir cíclico da minha relação com a cozinha.
Sei que dessa vontade boa de pôr as mãos na massa, saiu este bolo de chocolate branco com framboesas.
Há uns tempos, comprei esta forma de A Metalúrgica Bakeware (não a comprei diretamente na fábrica, mas numa IPSS a quem a marca doou formas como forma de angariarem donativos, por isso não sei se ainda existe à venda, eu acho-a linda!), e andava ansiosa por experimentá-la.
Gosto muito de bolos com fruta e como queria que o bolo piscasse o olho à primavera, que está quase a chegar, resolvi usar framboesas, que por acaso é a fruta favorita do pirata mais novo, prestes a fazer anos. No final, a minha intenção ficou um pouco pelo caminho: o bolo acabou por me parecer um pouco invernoso, devido ao açúcar em pó. Mas, lembre mais o inverno ou a primavera, uma coisa é certa: ficou delicioso!
A receita da massa está no meu livro - Estava Tudo Ótimo! / Yang - Bolo de Chocolate Branco na pág. 162 - só aumentei ligeiramente às quantidades e alterei a temperatura e o tempo de forno, pois esta forma é mais alta. Em vez da cobertura de chocolate, esta versão leva uma primeira camada de compota de framboesas na massa, e framboesas frescas na decoração. É um bolo macio, fofo e húmido ao mesmo tempo, uma receita ótima para gastar claras que andem esquecidas no frigorífico.
Confesso que estava cheia de medo que o bolo não desenformasse ou que a camada da fruta ficasse agarrada à forma, mas não: saiu direitinho. Acho que o truque foi untar generosamente - e quando digo generosamente, é mesmo ser mãos largas com a manteiga. Costumo usar spray desmoldante, por ser mais rápido e prático, mas neste caso achei que seria mais eficaz criar uma boa barreira de manteiga e farinha.
Se, como eu, gostarem de bolos com fruta, espreitem também estas receitas:
Comece por levar as framboesas num tachinho ao lume, com uma colher de sobremesa de açúcar mascavado e e um pouco de água, cerca de 1 colher de sopa. Vá mexendo e retire do lume quando o açúcar tiver derretido e as framboesas tiverem amolecido e começado a largar sumo. Deixe arrefecer.
Pré-aqueça o forno nos 170º. Unte muito bem com manteiga e polvilhe com farinha uma forma tipo pudim pequena - a que usei neste post não tem buraco e mede 12 cm de altura e 16 cm de diâmetro na parte mais larga.
Peneire a farinha e o fermento para uma taça e reserve. Bata as claras em castelo e reserve.
Noutra taça, bata o açúcar com o azeite. Aos poucos e de forma intercalada, vá adicionando a farinha e o fermento peneirados e as claras em castelo. Por fim, envolva o chocolate branco.
Coloque no fundo da forma a compota de framboesa preparada anteriormente, mas descartando o excesso de líquido (pode guardá-lo para servir com o bolo, por exemplo - a ideia é que não escorra sumo quando desenformar o bolo).
Verta a massa para a forma e leve a cozer durante cerca de 55 minutos. Faça o teste do palito e retire o bolo do forno se aquele sair limpo. Antes de desenformar, abane a forma e veja se o bolo está descolado. Se não estiver, passe uma faca de manteiga, ou um pau de gelado, entre o bolo e a lateral da forma. Abane um pouco para verificar se já está solto e desenforme.
Deixe arrefecer. Espalhe algumas framboesas no topo e polvilhe com açúcar em pó antes de servir.