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Lume Brando

21
Fev20

Salame de chocolate saudável [para comer quase sem culpa]

Salame de chocolate saudável

 

Cá em casa todos gostamos de salame de chocolate. Mas a verdade é que as receitas clássicas são um atentado a qualquer tentativa de levar uma alimentação equilibrada e sem asneiras. Sim, porque quem é que consegue comer uma só fatia?!

 

Já testei várias receitas mais saudáveis, mas nunca fiquei tão satisfeita como com esta, que descobri no livro da cadeia de restaurantes Go Natural (um livro fantástico btw).

 

Confesso que fiz o salame a medo, tão inovadora me pareceu a receita, sem manteiga, sem ovos e sem açúcar. Como não podia deixar de ser, fiz algumas alterações ao original, mas foram mínimas: usei bolacha maria integral, dobrei as quantidades, troquei a maçã pela pêra e envolvi-o em açúcar em pó, para lhe dar um aspeto mais "credível" 🤣

 

Se fizerem este salame, digam-me se gostaram tanto dele como eu!

Salame de chocolate saudável

SALAME DE CHOCOLATE SAUDÁVEL

Adaptado ligeiramente a partir de uma receita do livro "Let's Go Natural"

 

220 g de bolacha maria integral (compro no Lidl)

100 g de pêra ralada

90 g de chocolate em pó

90 g de queijo creme (usei Philadelphia)

Açúcar em pó para envolver (opcional)

 

Triture a bolacha grosseiramente.

Junte a pêra ralada, o chocolate em pó e o queijo creme.

Molde em forma de salame e embrulhe em papel vegetal.

Leve ao frigorífico para ganhar consistência.

Se quiser, passe por açúcar em pó e ate o salame com um fio, para fingir que é um salame de carne.

 

Notas:

- Usei o robot de cozinha para triturar a bolacha e depois introduzi os restantes ingredientes e pulsei aos poucos até obter uma mistura moldável;

- Ralei a pêra num ralador manual;

- Não aconselho a trocarem o chocolate em pó por cacau: uma vez que não leva açúcar, poderia ficar amargo.

 

OUTRAS RECEITAS SAUDÁVEIS COM CHOCOLATE:

 

27
Jan20

Oficina "Nas Asas do Cacau" [Festival IndieJúnior - Porto]

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Hoje não trago uma receita, mas um convite com sabor a chocolate!

No próximo dia 1 de fevereiro, sábado, às 14h30, irei dinamizar uma oficina de culinária para os mais novos, inserida na programação do 4º Festival Internacional de Cinema Infantil e Juvenil do Porto - IndieJúnior Allianz.

 

"Nas Asas do Cacau - uma oficina com sabor a chocolate" terá lugar no Hotel Zero Box Lodge, na Rua do Ateneu Comercial do Porto, nº13, muito perto do Teatro Rivoli, onde o festival tem o seu epicentro.

 

Durante cerca de uma hora, falaremos sobre este ingrediente mágico chamado chocolate, contarei uma história alusiva da autoria de José Jorge Letria e iremos decorar queques de chocolate em forma de borboleta, que os participantes poderão levar consigo - para comerem, ou para oferecerem a quem mais gostam, tal como a personagem da curta-metragem "Bolo de Coração Derretido", de Benoît Chieux, em exibição no festival, na sessão de curtas-metragem "Todos a Bordo".

 

A Oficina "Nas Asas do Cacau" é especialmente indicada para crianças dos 3 aos 10 anos, acompanhadas de um adulto. Os bilhetes estão à venda aqui >>> Bilheteira Online

Quem se junta a mim nesta viagem achocolatada? 😋

 

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RECEITAS DELICIOSAS COM CHOCOLATE:

 

27
Dez19

Barritas de sésamo e cacau [Diz-me o que lês #22]

Barritas de sésamo e cacau

O livro de cozinha da Marta

DIZ-ME O QUE LÊS, DIR-TE-EI O QUE COMES #22

"A Cozinha da Marta - Uma forma de amar" - Marta Horta Varatojo - Marcador

 

Este não é um livro recente. Foi lançado em 2015, já vai na 4ª edição, e há muito que o cobiçava quando o via nas livrarias. Quem me segue, sabe que não sigo a filosofia e o estilo de vida macrobiótico, que é o apresentado neste livro. No entanto, sou curiosa e gosto de saber mais sobre todos os tipos de regimes alimentares.

 

Sempre que passava pelo livro, ficava seduzida pela capa colorida e pela beleza da Marta, visível na pequena fotografia da capa. Por isso, quando criei esta rubrica, sabia que seria um dos que passariam por aqui.

 

"O Livro de Cozinha da Marta - Uma forma de amar" é um livro que tem tanto de técnico (com vários textos de Francisco Varatojo, pai da autora e fundador do Instituto Macrobiótico de Portugal, que infelizmente faleceu em 2017), como de empírico e pessoal, no sentido de nas suas páginas transparecerem o amor e a gratidão da autora pela cozinha, pela família e pelas pessoas que a rodeiam e também por partilhar connosco a sua história de vida.

 

O livro de cozinha da Marta

 

É impossível não gostar da Marta e deste livro, quando, logo no início, se pode ler "Sou macrobiótica desde que nasci, mas acima de tudo sou uma pessoa que gosta de comer! Os rótulos podem tornar-se perigosos em mentes mais inflexíveis, levando a uma abordagem rígida e pouco divertida. Eu sou completamente a favor de sermos sensatos e flexíveis. Não gosto de falar em alimentos proibidos; há alimentos que são bons para serem consumidos diariamente, outros para o serem mais ocasionalmente, e há ainda a categoria de alimentos para os dias de festa."

 

Não podia concordar mais. Mas, afinal, em que consiste a macrobiótica? No livro, é-nos explicado que é mais do que uma dieta ou um regime alimentar, ou seja, é um estilo de vida que pretende desenvolver o nosso potencial humano pela observância das leis da Natureza, dos pontos de vista biológico (alimentação), ecológico (ambiente), social e espiritual (amor e compaixão).

 

A palavra é de origem grega, com macro a significar "grande" e "bio" a significar "vida", remetendo então a macrobiótica para "a capacidade de vivermos a vida de uma forma grandiosa e magnífica". Também neste livro ficamos a saber que, na era moderna, o conceito da "macrobriótica" apareceu pela primeira vez no século XVIII, no livro "Macrobiótica ou a Arte de prolongar a vida", da autoria de Christoph Von Hufeland, médico de Goethe.

 

Um dos aspetos interessantes da macrobiótica é o entendimento de que este estilo de vida é flexível e versátil, adaptando-se às diferentes fases e diferentes necessidades de cada pessoa a cada momento. Um ponto comum e constante, no entanto, é o papel dos cereais integrais e dos vegetais, considerados os alimentos "mais adaptados à espécie humana e, consequentemente, aqueles que mais ajudam a criar e a manter a saúde".

 

Outro princípio fundamental da macrobiótica é a bipolaridade ou a teoria do yin e yang. Esta defende que "todos os fenómenos, alimentos incluídos, têm qualidades energéticas, metafísicas",  sendo apenas possível atingir a harmonia se equilibrarmos esses dois pólos - yin e yang - nas nossas vidas.

 

O livro de cozinha da Marta

 

O livro desenvolve estes conceitos com alguma profundidade, mostra-nos a "Pirâmide da alimentação macrobiótica", assinala a diferença entre macrobiótica e vegetarianismo, fala-nos do tipo de energia associado a cada tipo de alimentos, descreve alguns dos ingredientes mais usados (incluindo alguns 'medicinais') e elenca algumas técnicas culinárias, dicas e truques.

 

Tudo isto, antes de passarmos às receitas. Estas surgem agrupadas nos seguintes capítulos:

  • Pequenos-almoços
  • Lanches e Snacks
  • Sopas
  • Cereais Integrais
  • Leguminosas
  • Tofu/Seitan/Tempeh
  • Algas
  • Vegetais/Saladas/Pickles
  • Condimentos/Molhos/Maioneses
  • Sobremesas
  • Menus festivos
  • Chás e bebidas medicinais

 

Ao todo, são 106 receitas (se não me enganei a contá-las!) muito variadas dos pontos de vista do tipo de refeição e ingredientes utilizados, ainda que, na sua maioria, sejam receitas vegetarianas e vegan, uma vez que estas estão na base de uma alimentação macrobiótica, ainda que esta não exclua totalmente os alimentos de origem animal.

 

Gostei bastante do livro e fiquei com vontade de experimentar diversas receitas, a única falha que tenho a apontar é o facto das receitas não mencionarem o "rendimento", ou seja, o número de doses ou número de pessoas a que se destinam. Na verdade, as receitas do livro não apresentam qualquer ficha técnica (tempo necessário, nivel de dificuldade, etc.), mas para mim é do número de doses/pessoas a indicação de que sinto mais falta.

 

Resumindo: "O livro de cozinha da Marta" é um livro autêntico. Nota-se que foi feito com muito empenho e dedicação pela Marta, com a ajuda do pai. As fotos dos pratos são da própria Marta, que enriqueceu quase todas as receitas com notas pessoais ou sugestões. Para quem quiser saber mais sobre macrobiótica, este é, sem dúvida, um livro a ter em conta. 

 

Saber mais sobre o livro/comprar o livro >>> Livraria Bertrand

 

Barritas de sésamo e cacau

Barritas de sésamo e cacau

BARRITAS DE SÉSAMO E CACAU
Receita original no livro "A Cozinha da Marta - Uma forma de amar", de Marta Horta Varatojo

 

Rendeu-me cerca de 16 barritas

1 chávena* de sementes de sésamo

1 chávena* de arroz tufado (usei de chocolate)

1 colher de sopa de cacau em pó

50 g de chocolate negro

3 colheres de sopa de sultanas

1 colher de sopa de coco ralado

4 colheres de sopa de geleia de arroz (usei xarope de agave)

*chávena com 250 ml de capacidade

 

Lavar as sementes de sésamo (eu coloquei num coador de malha fina e passei por água corrente) e levá-las ao lume numa frigideira antiaderente em lume alto, para secar e tostar (deve demorar uns 10-15 minutos).

Numa frigideira grande, levar o xarope ao lume e, quando fervilhar, juntar todos os ingredientes à exceção do cacau e do chocolate negro.

Retirar do lume e adicionar o chocolate partido em pedacinhos e o cacau, envolvendo bem (o chocolate deverá derreter com o calor remanescente).

Espalhar esta mistura sobre uma folha de papel vegetal, colocar outra folha por cima e espalmar com um rolo de cozinha até obter uma espécie de retângulo com uma espessura uniforme (1 cm de altura ou um pouco menos).

Deixar arrefecer completamente.

Com uma faca bem afiada, cortar em barras.

Pode embrulhar-se individualmente em película aderente e temos um snack pronto a levar.

 

MAIS RECEITAS COM CHOCOLATE SAUDÁVEIS:

 

12
Dez19

Bolachas de banana e chocolate no micro-ondas [Diz-me o que lês #20]

Bolachas na caneca

Bolachas na caneca

DIZ-ME O QUE LÊS, DIR-TE-EI O QUE COMES #20

"Bolachas na Caneca" - Christelle Huet-Gomez - Editorial Presença

 

Enquanto viciada em livros de cozinha, gosto de ter todo o género desta 'literatura' nas minhas prateleiras. Mas nem todos os livros têm a mesma importância nem exercem todos o mesmo fascínio sobre mim. Num ranking de utilidade e pertinência, este "Bolachas na Caneca", de Christelle Huet-Gomez, teria de ficar para trás.

 

O livro é bonito, gosto das fotografias e o conceito é original* (apesar de achar que, quando se pensa em bolachas, é impossível pensar numa só!). Acontece que depois de ver as receitas fiquei um pouco reticente. Parecem-me muito calóricas. Se não, vejamos: uma bolacha, que pode dar para duas pessoas, leva em média 1 fatia de manteiga com 1/2 cm de espessura, 1 gema, 2 colheres de sopa de açúcar e 3 colheres de sopa de farinha. São colheres rasas, é certo, mas mesmo assim parece-me too much, para comer assim de enfiada...

 

Bolacha na caneca

 

 

As conjugações de sabores são interessantes e variadas e vão do clássico chocolate + frutos secos ou limão + mirtilos, às bolachas de chá matcha, de maçã assada ou red velvet. E ainda há quatro receitas de bolachas salgadas. No total, são 35 receitas de "bolachas" para fazer numa caneca e cozer num minuto no micro-ondas. Não deixa de ser um conceito castiço e prometedor, mas tenho dúvidas de que haja muitas situações em que queiramos fazer uma bolacha na caneca. Se calhar em férias, se estamos num local sem forno, apenas com  micro-ondas; ou se quisermos dar alguma autonomia aos mais novos, que, tenho a certeza, são quem se irá divertir mais a fazer estas bolachas.

 

A ideia é comer as bolachas à colher, ainda mornas. Em todo o caso, depois de arrefecidas e apesar da textura ficar mais firme (parecida com um scone frio), continuam saborosas. Pelo menos estas, de banana, aveia e chocolate, cuja receita, que adaptei para torná-las (um pouco) menos pecaminosas, segue mais abaixo.

 

Resumindo: "Bolachas na Caneca" é um livro de receitas com um tema muito específico, que talvez tenha pouca utilidade numa cozinha de alguém experiente. Apresenta fotografias e design gráfico apelativo, podendo fazer as delícias de quem sofre desejos repentinos por doces: afinal, cada bolacha demora apenas 5 minutos a preparar e a ficar pronta.

 

Saber mais sobre o livro, incluindo o preço >>> Livraria Bertrand**

 

*Da mesma coleção, existe também o "Bolos na Caneca" e o "Bolos Salgados na Caneca", ambos de Lene Knudsen.

**Link afiliado

Bolacha na caneca

BOLACHAS DE BANANA E CHOCOLATE

Feitas em canecas, chávenas ou ramekins, no micro-ondas

Adaptado do livro "Bolachas na Caneca", de Christelle Huet-Gomez

 

Para 3

15 g de manteiga + alguma para untar

2 colheres de sopa de açúcar amarelo

2 gemas L

5 colheres de sopa de farinha sem fermento

3 colheres de sopa de flocos de aveia

1 banana pequena

3 colheres de sopa de pepitas de chocolate

 

Unte com manteiga 3 chávenas ou ramekins.

Numa taça, coloque a manteiga derretida e junte, sucessivamente, o açúcar, as gemas, a farinha e a aveia. Mexa.

Reserve 9 rodelas finas de banana e corte a restante banana em pedacinhos, misturando estes ao preparado anterior.

Por fim, junte as pepitas.

Com as mãos, forme uma espécie de rolo grosso de massa e divida em três.

Dê a forma de um disco a cada pedaço e insira-os nas respetivas chávenas, canecas ou ramekins.

Leve uma bolacha a cozer de cada vez no micro-ondas, programando 1 minuto a 800 watts ou 50 segundos a 1000 watts.

Coma-as à colher ainda mornas, ou desenforme passado alguns minutos e coma/sirva já frias.

 

MAIS RECEITAS COM CHOCOLATE:

 

 

29
Nov19

Chocolate quente espumoso [Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #18]

Chocolate quente descomplicado

Livro Cozinha Descomplicada

 

À terceira tentativa, temos conteúdo para post. Este chocolate quente foi a terceira receita que testei deste livro. A primeira foi um tiramisù delicioso. Acontece que quando fui fotografá-lo, o tempo estava pior do que péssimo. Apesar de ser início da tarde, não havia praticamente luz, chovia desalmadamente. Ainda tirei algumas fotos, mas ficaram horríveis. Claro que podia ter tentado fotografar o tiramisù na manhã seguinte, mas... era demasiado bom para não o comermos de sobremesa ao jantar desse dia!

 

Na manhã seguinte, nova receita: galette des rois. Em vez de uma, decidi fazer várias mais pequenas. Nunca tinha feito esta receita natalícia francesa, mas tendo em conta a época, achei que seria perfeito. Parecia que iam ficar lindas... mas já no forno o recheio começou a sair furiosamente das empadas doces folhadas. Ficaram praticamente sem recheio. Provei-o: demasiado doce e a saber muito a manteiga.

 

Havia que escolher outra receita. Desta vez, a eleita foi o Chocolate quente espumoso. Uma receita descomplicada, a fazer jus ao título do livro (e eu simplifiquei-a ainda mais), deliciosa e mais saudável do que o chocolate quente tradicional, uma vez que é feito com bebida de coco e adoçado com geleia deste fruto.

 

Se vieram só pela receita, é fazer scroll e encontram-na mais abaixo. Se ficaram curiosos sobre este livro, está lançado o 18º #Dizmeoquelês - rubrica que conta, como sempre, com o apoio da livraria Bertrand.

 

Livro Cozinha Descomplicada

DIZ-ME O QUE LÊS, DIR-TE-EI O QUE COMES #18

"Cozinha Descomplicada" - Larousse - Editora Bertrand

 

Este é o que se pode chamar um Senhor Livro. São mais de 400 páginas com 200 receitas, acompanhadas da promessa de conseguirmos pô-las em prática sem complicações. Desde logo pela forma como são apresentadas: em vez da habitual listagem de ingredientes seguida do método de confeção, ingredientes e indicações estão condensados numa espécie de esquema. Uma linguagem mais gráfica e visual, que ajuda a pôr de lado o receio e a preguiça que eventualmente uma receita possa provocar.

 

Mas não se pense que não é preciso olhar para o esquema mais do que uma vez, até porque não estamos habituados a que nos apresentem assim as receitas. Se é original? É! [Atenção: este não é o primeiro livro a seguir este caminho, nomeadamente os livros de cozinha infantis usam muitas vezes esta fórmula] Se é prático na hora de sabermos quais os ingredientes de que precisamos? Nem por isso. Mas a verdade é que é uma questão de nos habituarmos a percorrer o esquema com o olhar; à terceira ou quarta receita, fica mais fácil. E podemos sempre anotar os ingredientes num papelinho.

 

Livro Cozinha Descomplicada

Outra originalidade do livro é que as suas páginas não são numeradas, mas as receitas sim. Ou seja, no índice as receitas surgem por ordem alfabética e, à frente, em vez da indicação da página, surge o seu número de receita. Nada a opôr.

 

Quanto ao tipo de receitas, há de tudo um pouco:

  • Entradas
  • Carne 
  • Peixe
  • Legumes
  • Sobremesas
  • Bebidas

 

São receitas relativamente consensuais, que recorrem a uma grande variedade de ingredientes e tipos de confeção, notando-se em muitas delas o gosto francês - este livro é uma tradução do livro "La cuisine sans bla bla" das edições Larousse. Há pratos de massa e de arroz; há comida de tacho e de forno; há sopas e saladas; há opções vegetarianas, há cocktails e bebidas quentes. E há muitas sobremesas onde já colei post-its [quero acreditar que o azar que tive com a receita de galette de rois se deveu ao facto de eu não ter deixado um rebordo suficientemente largo, sem recheio, a toda a volta; é um facto que não gostei muito do sabor, mas também acho que não foi a melhor maneira de provar a receita, por isso não descarto a hipótese de lhe dar uma segunda oportunidade].

 

Resumindo: "Cozinha descomplicada" é um livro giro, com design e fotografias apelativas e receitas apetitosas, com uma abordagem que junta o clássico ao contemporâneo, mas todas simples e rápidas. Agora que vem aí o Natal, pode ser uma ótima prenda para aquela filha que foi estudar e viver para fora, para aquele sobrinho que acabou de casar ou para aquele amigo para quem, como eu, a expressão "demasiados livros de cozinha" não existe!

 

Saber mais / Comprar o livro >>> Livraria Bertrand*

 

Chocolate quente espumoso

CHOCOLATE QUENTE ESPUMOSO [E SAUDÁVEL]

A partir do livro "Cozinha Descomplicada" - Larousse

 

Para 2 copos/canecas

340 ml de bebida de coco ['leite vegetal' de coco e não 'leite de coco' em lata]

65 g de chocolate de culinária

1 colher sobremesa de geleia de coco [ou outro adoçante do género, tipo mel ou agave, a gosto]

4 ou 5 gotinhas de extrato de baunilha

 

Coloque no copo do processador de cozinha a bebida de coco e o chocolate partido em pedacinhos. Programe uns 5 minutos a 90ºC ou até o chocolate ter derretido.

Adicione os restantes ingredientes e pulse/triture durante uns bons segundos para que fique emulsionado e ganhe espuma.

Divida pelos copos e sirva.

 

Nota: a bebida de coco tem um sabor bastante neutro e discreto comparado com o leite de coco de lata; se gostar muito do sabor do coco, aconselho a seguir a receita original e usar leite de coco de lata e água de coco.

 

*Link afiliado

 

MAIS RECEITAS ACHOCOLATADAS

 

30
Out19

Pãezinhos de abóbora e chocolate [Halloween 2019]

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Boo! Preparados para a noite mais assustadora do ano?

 

Para os meus lados, as previsões da meteorologia não podiam ser mais desoladoras, com a chuva a marcar presença cerrada, sem esperança de abertas. As rusgas pelas ruas das redondezas, e as palavras mágicas "Doçura ou Travessura" - que deixam o meu rapaz mais novo bastante entusiasmado - vão ter que ficar para o próximo ano.

 

Isso não quer dizer que não se possa assinalar a data com algumas iguarias divertidas, como estes pãezinhos de abóbora, batata-doce e chocolate. São uma versão das famosas "arrufadas de batata-doce" que o ano passado fizeram furor na blogosfera e cuja receita podem encontrar aqui no blog.

A decoração não podia ser mais simples. O resultado? Horrivelmente delicioso 👻😁

Vamos à receita!

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PÃEZINHOS DE ABÓBORA E CHOCOLATE

Para 6

120 g de abóbora menina (pesada descascada antes de cozer)
80 g de batata-doce (pesada descascada antes de cozer)
90 ml de leite meio-gordo
40 g de manteiga à temperatura ambiente
10 g de fermento de padeiro desidratado (seco)
1 ovo
1 colher de chá de sal
30 g de açúcar amarelo
450 g de farinha
12 quadrados de chocolate (opcional)
1 ovo batido para pincelar
Chocolate de culinária e leite qb para decorar
12 quadrados de chocolate de culinária (mínimo 52% cacau)
Olhinhos de açúcar (opcional)
 
 
Comece por cozer a abóbora e a batata-doce (cozi ao vapor).
Escorra e esmague com um garfo.
Desfaça o fermento de padeiro seco num pouco de água morna (umas 2 colheres de sopa).
Numa bacia, misture o puré de abóbora e batata-doce, o leite, o açúcar, a manteiga e o fermento desfeito na água morna.
Junte o ovo, o sal e a farinha, misturando tudo muito bem.
 
Amasse um pouco até obter uma massa macia e uniforme [devido à abóbora, esta massa fica um pouco mais húmida do que a da receita original - se estiver a pegar, junte um pouco mais de farinha]. Dê-lhe a forma de uma bola, coloque-a na bacia, tape e deixe levedar cerca de 1 hora ou até duplicar de tamanho*.
 
Com as mãos enfarinhadas, forme seis bolas, colocando dois quadrados de chocolate no interior de cada bola, rodando e fechando completamente a massa.
Coloque os pãezinhos num tabuleiro forrado com papel vegetal.
Tape com um pano e deixe levedar mais 20 ou 30 minutos*.
 
Entretanto ligue o forno nos 180ºC.
Pincele os pãezinhos com ovo batido e leve ao forno durante cerca de 30 minutos ou até estarem bem dourados e cozidos. Se achar que estão a ficar escuros demasiado depressa, tape com folha de alumínio.

Deixe arrefecer. 

Derreta alguns quadrados de chocolate num pouco de leite e mexa até obter um creme fluído. Decore a gosto com um pincel e confeitos de açúcar.

 

*Por estes dias mais frios e húmidos, vai demorar mais a levedar. Embrulhar a bacia numa manta e deixar o tabuleiro tapado perto do forno já ligado, ajuda.

 

GOSTARAM DESTA RECEITA? SE SIM, ESPREITEM ESTAS TAMBÉM:

19
Set19

Mousse de chocolate em casca de laranja [Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #10]

Mousse de chocolate em taça de laranja

Mousse de chocolate em taças de laranja

 

Mais uma semana, mais uma voltinha pelas prateleiras da secção de culinária da Livraria Bertrand. Este é já o 10º post no âmbito da rubrica #dizmeoquelês, dedicada a todos os que, como eu, adoram livros de cozinha.

 

E hoje, voltamos à culinária "convencional". Não sei se este é o termo mais apropriado, mas com tantas dietas e regimes alimentares na ordem do dia, às vezes fica difícil definir a cozinha e as receitas que se enquadram num regime sem restrições, à moda das nossas mães e avós, mas onde, a partir de uma base clássica, cabe uma pitada de fusão e criatividade. Que nome dariam a esta cozinha? Fica o desafio!

 

Mousse de chocolate em taças de laranja

Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #10

"A Sentada" - Sandra Nobre - Casa das Letras/24 Kitchen

 

Para mim, até ter apanhado um dos seus programas no canal 24 Kitchen, a Sandra Nobre era apenas a mulher do ex-jornalista Artur Albarran, informação obtida a folhear, há muitos anos, uma qualquer revista "do social".

 

De facto, foi com surpresa que, um dia, ao fazer zapping, a reconheci atrás de uma bancada de cozinha, a ser host de um programa de culinária chamado "A Sentada". Confesso que não foi amor à primeira vista. Deviam ser os primeiros programas e lembro-me de achar que estava pouco à vontade e de haver muitos momentos de silêncio. Mas, ainda que não tenha seguido o "A Sentada" de forma regular, sempre que apanhava um dos seus programas, não mudava de canal e ficava a assitir, sobretudo porque gostava das receitas. E com o tempo fui sentindo que a Sandra estava cada vez mais desenvolta - e feliz - em frente às câmaras.

 

Estava com curiosidade para conhecer o seu livro e ainda bem que o escolhi para a rubrica. Através dele, fiquei a saber imensas coisas sobre a autora, como por exemplo o facto de ser uma chef formada pela conceituada escola Le Cordon Bleu, primeiro na África do Sul e depois em Londres. Um percurso trilhado numa fase já 'madura' da sua vida, o que prova que nunca é tarde para seguirmos os nossos sonhos.

 

Ah! E fiquei finalmente a saber o que significava o nome do programa (não, nunca me deu para fazer uma pesquisa no Google, mas a verdade é que me intrigava). Uma "sentada" (termo luso-africano) é um convívio à mesa, uma refeição demorada e recheada de petiscos, uma jantarada entre amigos ou família, que se prolonga entre conversa e comida. Agora, faz todo o sentido, não? 😁

 

Mousse de chocolate em taças de laranja

 

Adianto já que gostei muito do livro. Está organizado por menus com três receitas cada um, agrupados de acordo com as estações do ano, com o bónus de quatro receitas de cocktail para brindarmos ao início de cada estação.

 

Percebe-se que Sandra - "angolana de gema, mas de origens portuguesas, cabo-verdianas e norueguesas" - é bastante viajada, e partilha connosco o saber e os sabores que foi descobrindo ao longo dessas vivências. Assim, no livro, há os menus "Holandês",  "Sueco", "Italiano, "Austríaco", "Grego", "Francês", "do Médio-Oriente", entre muitos outros, sem esquecer o "Menu Vegetariano", o "Menu de Natal" ou o inusitado "As receitas preferidas da família real britânica."

 

Este é, verdadeiramente, um livro de receitas. À exceção dos prefácios e de uma apresentação, na primeira pessoa, da autora, não há dicas, listas de utensílios, teorias sobre organização doméstica ou informação sobre ingredientes (o que agradecemos, porque já há muitos outros livros que têm estes conteúdos). Mas há um textinho que apresenta cada receita, através dos quais aprendemos imensas curiosidades, como uma lenda da sorte italiana associada aos Gnocchis, a origem da salada Niçoise ou a influência da cozinha flamenga e malaia na África do Sul.

 

As receitas são de uma maneira geral bastante apelativas e a mim deu-me vontade de colocar post-its em quase todas. Foi por isso difícil escolher a primeira. Queria um doce ou uma sobremesa porque, não só são as que mais gosto de testar e fotografar, como sei que também são as vossas receitas favoritas 😉 

 

Mousse de chocolate em taças de laranja

 

A escolha acabou por recair nesta mousse de chocolate, porque adorei a ideia de servi-la em metades de casca de laranja. Quando se fala tanto em reduzir o desperdício, em reutilizar e poupar recursos, esta receita é - apesar de pequeno ou apenas simbólico - um bom exemplo. Estas cascas foram de laranjas espremidas para o sumo do pequeno-almoço, e não foi preciso usar água para lavar as taças depois 😉

 

Para além desta, há outra receita no livro que me faz pô-lo já na prateleira dos favoritos, mesmo que ainda não a tenha experimentado (não vai demorar muito e irei dar-vos feedback, prometo). Curiosos? Então, reparem bem: no livro há uma receita de "Bolinhos de lava de... limão"! Imaginem um petit gateau de chocolate, com aquela massa ainda líquida a escorrer quando se parte, mas na versão chocolate branco e limão... OMG!

 

Resumindo: "A Sentada", de Sandra Nobre, é um livro apelativo, com uma encadernação diferente do habitual (tenho algum receio de que a lombada em argolas, tipo espiral, possa revelar-se pouco prática com o uso). Há fotografias bonitas, de Silvia Ramirez, para todas as receitas, que, pelas minhas contas, são 70, maioritariamente entradas, pratos principais e sobremesas. Apresentam variedade no que diz respeito a ingredientes e formas de confeção e seguem uma cozinha de base clássica, com alguns apontamentos mais contemporâneos e originais.

 

Saber mais e comprar o livro >>> Bertrand livreiros - loja online

Agora, a receita de mousse, aprovada cá em casa com distinção.

Mousse de chocolate em taças de laranja

MOUSSE DE CHOCOLATE EM CASCA DE LARANJA

Receita original: livro "A Sentada", de Sandra Nobre

 

Para 4 *

2 laranjas bonitas

2 ovos L

160 g de chocolate negro partido em pedaços

10 g de manteiga

1/2 chávena de café espresso

10 ml de licor de laranja (usei Cointreau)

1 colher de chá de açúcar amarelo (adição minha, não faz parte da receita original)

1 pitada de sal

 

Para decorar:

Raspas ou pepitas de chocolate negro qb

Folhinas de hortelã

 

Parta a meio as laranjas, esprema-as e aproveite o sumo para beber.

Com cuidado, retire as peles do interior da casca.

Leve ao lume em banho-maria o chocolate, a manteiga, o açúcar, o licor e a pitada de sal.

Entretanto, parta os ovos e separe as gemas das claras, colocando estas na taça da batedeira.

Quando o chocolate estiver bem derretido e os restantes ingredientes bem incorporados, retire do lume e junte uma gema de cada vez, mexendo bem. Reserve, até para que arrefeça um pouco.

Bata as claras em castelo.

Comece por juntar 1/3 das claras à mistura de chocolate e mexa. Depois, vá envolvendo, suavemente as restantes claras.

Se quiser usar bico pasteleiro para encher as cascas, leve ao frigorífico primeiro, para prender (a minha mousse ficou cerca de duas horas no frigorífico, antes de ser colocada nas cascas).

Retire a mousse do frio, coloque-a num saco de pasteleiro munido de um bico largo frisado e encha as cascas.

Leve ao frigorífico até ao momento de servir, altura em que pode salpicar com raspas de chocolate e decorar cada taça com uma folhinha de hortelã.

 

* Se usar bico pasteleiro, só vai conseguir, no máximo, 3 mousses. Eu fiz dose e meia da receita aqui apresentada e consegui 4 mousses com bico pasteleiro e uma mais pequena; julgo que dose e meia da receita teria dado para distribuir uniformemente, à colher, por 5 metades de casca de laranja de tamanho normal. Mas querem um conselho? Dobrem a receita, não se vão arrepender 😉

 

Post com o apoio da Bertrand.

 

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14
Ago19

Bombons "Ferrero" saudáveis [Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #5]

Bombons "Ferrero" saudáveis

Livro "Desafio Vegan em 15 dias"

 

Apesar de não estar nos meus planos mais próximos tornar-me vegetariana ou vegana, há algo que já tenho vindo a implementar nas refeições cá de casa: menor consumo de carne, sobretudo de carnes vermelhas. E fazemos muitas vezes refeições ovolactovegetarianas.

Tenho sérias dúvidas de que se conseguisse um equilíbrio sustentável se todos nos tornássemos vegetarianos ou veganos, mas reconheço que é preciso uma mudança no paradigma da alimentação ocidental.

A escolha do livro desta semana, "Desafio Vegan em 15 Dias", de Filipa Range, está relacionado com esta consciência e com a vontade de aprender mais sobre o veganismo (que é bastante mais do que uma dieta alimentar), mas também com o facto de gostar de experimentar receitas diferentes, que fujam da minha zona de conforto.

 

Livro "Desafio Vegan em 15 dias"

Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #5

"Desafio Vegan em 15 dias" - Filipa Range - Editora Influência

Este não é o primeiro livro de Filipa Range, autora do blogue "A Cozinha Verde", nome que serviu de título ao seu primeiro livro de receitas. Confesso que não conhecia a Filipa nem o seu trabalho (a não ser de ver os seus livros à venda), mas era uma tremenda falha minha. 

Nota-se que a Filipa acredita verdadeiramente nas suas escolhas e o livro está repleto de informação, validada pela nutricionista Sandra Gomes da Silva.

 

Apesar do conceito do livro assentar num "desafio", apresentando receitas para 15 dias de alimentação vegana, com cinco receitas por dia - pequeno-almoço, snack da manhã, almoço, snack da tarde e jantar - é perfeitamente possível escolher as receitas aleatoriamente ou de acordo com os ingredientes que mais apreciarmos ou quisermos introduzir, uma vez que o livro destaca vários alimentos, fala-nos das suas propriedades e da melhor forma de os utilizar, e indica-nos ainda que receitas do livro podemos confecionar com esses mesmos alimentos.

 

Bombons "Ferrero" saudáveis

Um dos aspetos de que mais gosto do livro é o facto de haver muitas receitas que são versões veganas de receitas tradicionais portuguesas ou de pratos 'internacionais' intemporais, como por exemplo o "Arroz do Mar" (feito obviamente sem peixe!), a "Carbonara de Abacate", os "Donuts", os "Hambúrgueres de Quinoa", o "Sushi", a "Canja de pleurotos e millet", a "Feijoada de três cogumelos", a "Omelete de grão" (sem ovos, claro!) e o "Bife de Seitan à Portuguesa", entre outros.

 

Acredito que estas versões ajudem bastante nos casos em que a ligação aos sabores tradicionais ou aos doces mais pecaminosos, estejam a impedir uma mudança a nível alimentar - seja ela ligeira, gradual ou definitiva.

 

O livro termina com 5 receitas extra, perfeitas para um brunch e desenvolvidas em parceria com a blogger Ana Gomes, aka "A melhor amiga da Barbie", que também assina o prefácio.

 

Resumindo: "Desafio Vegan em 15 dias" é um livro bem estruturado e bem escrito. Apresenta um design simples mas cuidado e funcional e, de uma maneira geral, boa fotografia (da autoria de Mário Cerdeira). As receitas, dentro da sua especificidade (veganas), são apelativas e estão bem descritas, para além de serem bastante variadas, quer em termos de ingredientes, quer em termos de "categorias", com opções para todos os momentos do dia.

Para saber mais, espreite o livro na livraria Bertrand online.

 

Ah! Quanto à receita escolhida para mostrar aqui - estas trufas que fazem lembrar os famosos "Ferrero Rocher" - ficaram aprovadíssimas. Na semana passada, no Instagram, perguntei se nesta edição do #dizmeoquelês queriam uma receita doce ou salgada, e quem venceu a sondagem foram os doces, por isso, aqui está ela!

Bombons "Ferrero" saudáveis

BOMBONS “FERRERO” SAUDÁVEIS

Ligeiramente adaptado do livro “Desafio Vegan em 15 dias”

 

Para cerca de 18

Avelãs: 1 chávena + 18 inteiras + cerca de 3/4 de chávena picadas

1/4 de chávena de cacau em pó (cacau ‘cru’ em pó na receita original)

1 pitada de sal marinho

1/4 de chávena de geleia de coco (xarope de ácer na receita original)

100 g de chocolate negro 70% cacau

 

Comece por retirar a pele às avelãs: leve-as a tostar no forno durante alguns minutos - ou ao lume numa sertã antiaderente - mexendo de vez em quando para não queimarem. Embrulhe-as num pano de cozinha limpo e esfregue o ‘embrulho’ na bancada da cozinha, para fazer soltar as peles.

 

Coloque uma chávena de avelãs no processador de alimentos e triture até obter uma manteiga, o que deve demorar entre 5 a 10 minutos, dependendo da potência do processador: vá baixando com a espátula as avelãs que ficam nas paredes do copo entre cada pulsar.

Junte o cacau, o sal e o adoçante (no meu caso, usei geleia de coco) e processe mais um pouco, envolvendo bem.

Se achar que a massa ficou um pouco mole, leve ao frigorífico para ganhar consistência (eu não necessitei, a minha massa ficou pronta a moldar).

Com as mãos húmidas, pegue em pedaços de massa e molde pequenas bolas do tamanho de brigadeiros (ou de Ferrero Rocher 😉), colocando uma avelã inteira no interior e fechando a bolinha.

Derreta o chocolate negro em banho-maria e mergulhe aí uma bolinha de cada vez, envolvendo-a em seguida na avelã picada. Coloque a secar sobre papel vegetal. Se a avelã picada não chegar, pode envolver em coco ralado.

Se for oferecê-los, coloque-os em forminhas de papel.

Conservam-se no frigorífico durante uma semana, podendo ainda congelá-los.

 

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11
Jul19

Bolo denso de chocolate e doce de leite [Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes #1]

bolos_de_luxo4.jpg

bolos_de_luxo6.jpg

 

Bem-vindos ao primeiro post da nova rubrica do Lume Brando "Diz-me o que lês, dir-te-ei o que comes"! Todas as semanas, com o apoio da Bertrand Livreiros, irei apresentar um livro de cozinha e uma receita desse mesmo livro.

 

A escolha será sempre um pouco aleatória, de entre os inúmeros livros de cozinha disponíveis na livraria Bertrand online. Às vezes irei escolhê-los pela capa (como foi o caso deste primeiro!), outras vezes pelo tema ou pelas fotos maravilhosas, por ser de um autor que admiro ou por ter ouvido falar muito do livro. Enfim: não há regras, apenas a vontade enorme de folhear, cozinhar e partilhar convosco o meu feedback sobre alguns [dos imensos!] livros de culinária que temos à nossa disposição. Vamos a isso?

 

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DIZ-ME O QUE LÊS, DIR-TE-EI O QUE COMES #1

"Bolos de Luxo" - Frida Skattberg - ArtePlural Edições

 

Quem consegue resistir ao bolo merengado de limão na capa? Eu não! 

Mas neste livro não é só a foto de capa que é bonita. Todas as receitas surgem acompanhadas de imagem e é uma imagem cuidada, a combinar com o design gráfico do livro.

 

Os protagonistas do livro são bolos "densos", nas palavras da autora, Frida Skattberg, uma food blogger sueca com mais de 132 mil seguidores no Instagram. Em termos de sabores, o destaque vai claramente para o chocolate: à exceção de um ou dois bolos, são todos de ou com chocolate, nem que seja na decoração.

 

Apesar de, na capa, o subtítulo nos dizer "3 receitas de base - mais de 70 bolos", a verdade é que as três receitas "base" (1 bolo de chocolate branco, 1 bolo de chocolate de leite e 1 bolo de chocolate negro) só são requisitadas em 5 receitas... é um pouco estranho, porque somos levados a crer que os 70 bolos partiriam sempre de uma destas três receitas. No entanto, não me parece que isto desvalorize o livro, na verdade, ficamos com um portfólio de receitas ainda maior.

 

Outro aspeto para o qual vos queria alertar prende-se com a forma como as quantidades de alguns ingredientes secos, nomeadamente a farinha e o açúcar, estão apresentadas: em dl - sim, leram bem, decilitros! Ora bem, quando comecei a ler as receitas pela primeira vez fiquei à toa. 2,5 dl de açúcar? Como assim? Decidi ir ao site da autora, mas este está apenas em sueco e mesmo traduzindo-o de forma automática, não cheguei a grandes revelações. Da primeira vez que experimentei esta receita, fiz uma conversão um pouco idiota: imaginei que se fosse água, 2,5 dl seriam 250 ml ou 250 g. Apesar da relação peso vs volume serem diferentes, sendo água ou açúcar ou outro ingrediente, segui aquela correspondência e usei, para dar um exemplo, 250 g de açúcar... o bolo ficou bom, mas havia algo que não batia certo, até porque as quantidades me pareciam exageradas.

 

Fui ao google novamente. Desta vez pesquisei em inglês sobre medidas suecas para pastelaria. E fez-se luz: os suecos usam como medidas umas colheres/chávenas que estão marcadas em dl (estão a ver este conjunto de medidores do IKEA? Por acaso estes estão em ml, mas as capacidades seguem a tradição sueca, com a maior a corresponder a 100 ml, ou seja, 1 dl). Assim, como na Suécia essas colheres são a forma habitual de medir os ingredientes, referem as quantidades de acordo com o que a colher "marcar". Era como se nas receitas em que usamos a medição por chávenas (sistema inglês e americano), em vez de dizermos 1 chávena de açúcar, disséssemos 240 ml de açúcar. Confuso, não é?

 

Muito confuso para a nossa cultura culinária e na tradução do livro deveriam ter tido isso em conta, optando por fazer a correspondente conversão para gramas. Para ajudar, e no caso de terem ou quererem comprar este livro e terem ficado assustados, fica aqui uma curta tabela de conversões:

Farinha: 1 dl = 60 g

Açúcar / Açúcar em pó: 1 dl = 80 g

Cacau: 1 dl = 30 g

 

Estes são os ingredientes que as receitas mais vezes pedem; para outros ingredientes que surjam, sugiro que usem como medida um recipiente que tenha a capacidade solicitada (os medidores do IKEA são o ideal).

 

Depois de esclarecida, voltei a fazer o bolo com as quantidades certas. E desta vez ficou mesmo delicioso! 

 

Resumindo: é um livro guloso, repleto de receitas de bolo tentadoras e originais e fotos muito bonitas. Não são bolos para fazer todos os dias (são receitas calóricas, com ingredientes tradicionais), mas são bolos para surpreender alguém que gostamos ou para tornar ainda mais especial uma festa ou celebração.

Podem saber mais sobre o livro aqui: Bolos de Luxo, de Frida Skattberg

 

Vamos à receita?

bolos_de_luxo7.jpg

BOLO DENSO DE CHOCOLATE E DOCE DE LEITE

[do livro "Bolos de Luxo" - Frida Skattberg]

 

200 g de manteiga

100 g de chocolate negro

120 g de açúcar

15 g de cacau em pó

3 ovos

150 g de farinha sem fermento

180 g de leite condensado cozido

1 colher de sopa de sal marinho (usei flor de sal qb)

 

Ligue o forno nos 180º.

Unte uma forma redonda de aro amovível com cerca de 20 cm de diâmetro (usei de 22 cm e ficou bem, mas se tiver mais diâmetro, o bolo irá ficar demasiado baixo).

Numa panela grande, leve a derreter o chocolate com a manteiga em lume brando. Mexa bem até ficar bem misturado e fluído.

Retire do lume e incorpore o açúcar e o cacau.

Junte os ovos, um a um - a massa vai espessar, é normal.

Por fim, envolva a farinha.

Verta para a forma, alise, e espalhe o leite condensado cozido - use um palito para espalhar e fazer as cornucópias. Polvilhe com o sal (da segunda vez que fiz o bolo, omiti esta parte e apenas adicionei o sal antes de servir; aconselho: assim o sal não derrete e o bolo fica mais bonito no final)

Leve ao forno cerca de 20-25 minutos - vá espreitando. Neste bolo, não vale a pena fazer o teste do palito, pois a ideia é que saia do forno com o centro ainda pouco firme.

Deixe arrefecer e leve ao frigorífico umas três horas antes de servir.

Antes de servir, caso ainda não o tenha feito, polvilhe com sal marinho grosso ou flor de sal.

 

24
Abr19

Madalenas com pepitas de chocolate [das boas memórias]

madalenas_pepitas_chocolate3_bx.jpg

 

Madalena. Nome de mulher, de localidade, de bolo. E é nome de bolo - ou bolinho - por causa de uma mulher. Da mulher que criou estes pedaços de céu doces e esponjosos. Ainda que haja várias lendas sobre a origem desta especialidade francesa, uma das estórias mais vezes contada é a de que foi uma jovem chamada Madeleine, que trabalhava para o Duque de Lorena, ex-monarca polaco a viver em França nos inícios do século XVIII, que as começou a fazer seguindo uma receita da sua avó.

 

O sucesso dos bolinhos entretanto batizados de "madeleines" foi tal, que Luís XV teve que os provar numa visita à região, levando a receita consigo de volta a Versalhes. Rapidamente se popularizaram e hoje é um dos símbolos gastronómicos franceses. A história pode não ter ser sido exatamente assim, mas o certo é que o culto das madalenas em França se enraizou e internacionalizou definitivamente no princípio do século XX, quando Marcel Proust, na sua obra "Em busca do tempo perdido", descreve poeticamente como uma simples madalena que mergulhou no chá o fez regressar à infância, despertando-lhe as mais doces recordações dessa altura.

 

E boas memórias é também o que prometo que estas madalenas com pepitas de chocolate irão deixar em quem as comer. Muito fáceis e rápidas de fazer, têm ainda outra alteração em relação à receita tradicional: são feitas com azeite em vez de manteiga. Na verdade, estas pequenas conchas prestam-se a várias versões, incluindo salgadas, como é o caso destas madalenas de bacon e ervas (e no meu livro há uma receita de madalenas de tomate seco e manjericão).

 

Com ou sem pepitas, com ou sem frutos secos, com manteiga ou com azeite, doces ou salgadas: a sua forma única e delicada e o seu tamanho perfeito, fazem das madalenas uma daquelas confeções a que queremos voltar vezes sem conta. E com a primavera em pausa, nem sequer são precisas desculpas para ligar o forno e preparar uma fornada destas belezas...

 

madalenas_pepitas_chocolate5.jpg

 

MADALENAS COM PEPITAS DE CHOCOLATE

Adaptado da revista Saveurs - Spécial Desserts 2013

 

Para cerca de 27 madalenas

 

150 g de farinha sem fermento

140 g de açúcar

110 ml de azeite extravirgem suave

2 ovos

1/2 colher de café de extrato de baunilha

1 pitada de sal

100 g de pepitas de chocolate negro

Açúcar em pó para polvilhar (opcional)

 

Ligar o forno nos 180º e untar/polvilhar muito bem os tabuleiros de madalenas (normalmente cada tabuleiro tem 9 cavidades).

Bater os ovos com a baunilha, o açúcar e o sal até ficar esbranquiçado.

Peneirar a farinha diretamente para a taça da mistura anterior e envolver com cuidado.

Por fim, envolver o azeite e as pepitas de chocolate.

Dividir pelas cavidades das formas e levar a cozer durante cerca de 15 minutos - vá vigiando.

É opcional, mas pode-se polvilhá-las com açúcar em pó depois de arrefecidas.

 

MAIS RECEITAS DE MADALENAS E QUEQUES:

 

Teresa Rebelo

foto do autor

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