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Lume Brando

24
Abr19

Madalenas com pepitas de chocolate [das boas memórias]

madalenas_pepitas_chocolate3_bx.jpg

 

Madalena. Nome de mulher, de localidade, de bolo. E é nome de bolo - ou bolinho - por causa de uma mulher. Da mulher que criou estes pedaços de céu doces e esponjosos. Ainda que haja várias lendas sobre a origem desta especialidade francesa, uma das estórias mais vezes contada é a de que foi uma jovem chamada Madeleine, que trabalhava para o Duque de Lorena, ex-monarca polaco a viver em França nos inícios do século XVIII, que as começou a fazer seguindo uma receita da sua avó.

 

O sucesso dos bolinhos entretanto batizados de "madeleines" foi tal, que Luís XV teve que os provar numa visita à região, levando a receita consigo de volta a Versalhes. Rapidamente se popularizaram e hoje é um dos símbolos gastronómicos franceses. A história pode não ter ser sido exatamente assim, mas o certo é que o culto das madalenas em França se enraizou e internacionalizou definitivamente no princípio do século XX, quando Marcel Proust, na sua obra "Em busca do tempo perdido", descreve poeticamente como uma simples madalena que mergulhou no chá o fez regressar à infância, despertando-lhe as mais doces recordações dessa altura.

 

E boas memórias é também o que prometo que estas madalenas com pepitas de chocolate irão deixar em quem as comer. Muito fáceis e rápidas de fazer, têm ainda outra alteração em relação à receita tradicional: são feitas com azeite em vez de manteiga. Na verdade, estas pequenas conchas prestam-se a várias versões, incluindo salgadas, como é o caso destas madalenas de bacon e ervas (e no meu livro há uma receita de madalenas de tomate seco e manjericão).

 

Com ou sem pepitas, com ou sem frutos secos, com manteiga ou com azeite, doces ou salgadas: a sua forma única e delicada e o seu tamanho perfeito, fazem das madalenas uma daquelas confeções a que queremos voltar vezes sem conta. E com a primavera em pausa, nem sequer são precisas desculpas para ligar o forno e preparar uma fornada destas belezas...

 

madalenas_pepitas_chocolate5.jpg

 

MADALENAS COM PEPITAS DE CHOCOLATE

Adaptado da revista Saveurs - Spécial Desserts 2013

 

Para cerca de 27 madalenas

 

150 g de farinha sem fermento

140 g de açúcar

110 ml de azeite extravirgem suave

2 ovos

1/2 colher de café de extrato de baunilha

1 pitada de sal

100 g de pepitas de chocolate negro

Açúcar em pó para polvilhar (opcional)

 

Ligar o forno nos 180º e untar/polvilhar muito bem os tabuleiros de madalenas (normalmente cada tabuleiro tem 9 cavidades).

Bater os ovos com a baunilha, o açúcar e o sal até ficar esbranquiçado.

Peneirar a farinha diretamente para a taça da mistura anterior e envolver com cuidado.

Por fim, envolver o azeite e as pepitas de chocolate.

Dividir pelas cavidades das formas e levar a cozer durante cerca de 15 minutos - vá vigiando.

É opcional, mas pode-se polvilhá-las com açúcar em pó depois de arrefecidas.

 

MAIS RECEITAS DE MADALENAS E QUEQUES:

 

20
Set18

Bolo mármore de claras e matcha [e a importância do tempo na fotografia de comida]

bolo-marmore-matcha_5.jpg

bolo-marmore-matcha_18.jpg

bolo-marmore-matcha-combi2.jpg

 

Finalmente experimentei o pó matcha num bolo. Andava curiosa, desde que comecei a ver, nos feeds de Instagram ou do Pinterest, muitas sobremesas com um verde intenso, bem como chávenas de capuccino, que em vez do castanho do café exibiam um verde cremoso. Uma tendência que não é de agora, eu é que ando sempre atrasada.

 

Para quem anda distraído, o matcha é uma variante em pó do chá verde japonês, de cor e sabor mais intensos e concentrados do que o chá verde tradicional. Isto deve-se ao facto de ter origem nas folhas jovens do chá, cultivadas com muito cuidado e protegidas da luz solar de forma a manter a sua cor vibrante, sinónimo de elevadas doses de clorofila e antioxidantes. Depois de secas, as folhas são moídas em moinhos de pedra e dão origem a este pó incrível e versátil: tanto podemos fazer chá ou colocar no leite, como usar para aromatizar e colorir uma montanha de receitas, de panquecas a tortas e bolos.

 

O seu sabor, no entanto, não é consensual. Neste bolo, não sobressai de uma maneira especialmente marcante, em todo o caso, pode substituir-se o matcha por cacau ou chocolate em pó, para um bolo mármore mais tradicional. O facto de ser feito com claras, para além de garantir um maior contraste, confere ao bolo uma textura muito macia e fofa.

 

Agora sobre as fotografias deste post. Estas devem ser as minhas fotos favoritas dos últimos meses. A câmara fotográfica é a mesma de sempre, a lente também, os props não são novos e já tinha fotografado neste canto da minha cozinha. Então, o que é que fez estas imagens ficarem tão bonitas e especiais (pelo menos para mim)? Foi o facto de ter tido tempo para me dedicar a elas.

 

Nessa manhã, tive todo o tempo do mundo para experimentar ângulos e enquadramentos, para colocar e tirar elementos da mesa, para empurrar o prato um pouco mais para a direita ou um pouco mais para a esquerda, para me encavalitar na ilha da cozinha, para polvilhar o bolo pela enésima vez, para testar aberturas e velocidades. E isso fez toda a diferença. Que venham mais dias assim!

 

bolo-marmore-matcha_23.jpg

bolo-marmore-matcha-combi3.jpg

 

BOLO MÁRMORE DE CLARAS E MATCHA

 

6 claras de ovos L (preferencialmente caseiros, pois conferem maior humidade ao bolo)

60 ml de azeite extravirgem suave

70 g de açúcar

110 g de farinha sem fermento

1 colher de chá de fermento em pó

2 colheres de chá de pó de matcha

3 colheres de sopa de sumo de lima ou limão

Açúcar em pó e matcha para decorar

 

Ligue o forno nos 180º.

Unte muito bem com manteiga ou azeite uma forma de buraco (a minha é pequena, tem cerca de 16 cm de diâmetro na parte mais larga), e polvilhe com farinha.

Numa taça, bata o açúcar com o azeite e o sumo de lima ou limão.

Peneire a farinha e o fermento para outra taça.

Bata as claras em castelo com uma pitada de sal até ficarem bem firmes.

Junte, de forma intercalada, a mistura de farinha e fermento e as claras em castelo, à taça dos líquidos, envolvendo com suavidade.

Por fim, passe metade da massa para outra taça e junte-lhe o pó matcha, envolvendo bem.

Verta as massas alternadamente para a forma previamente untada, de maneira a criar o marmoreado.

Leve ao forno durante cerca de 30 minutos. Confira com o palito o estado da cozedura, antes de retirar o bolo do forno.

Retire do forno, deixe arrefecer alguns minutos e passe delicadamente uma colher de manteiga pelas laterais do bolo para que este descole mais facilmente. Desenforme sobre uma rede ou sobre o prato de servir e deixe arrefecer completamente. Antes de servir, polvilhe com açúcar em pó e com mais um pouco de matcha.

 

Nota: se preferir, troque o matcha por cacau ou chocolate em pó (2 colheres de sopa ou a gosto).

 

MAIS RECEITAS DE BOLOS BUNDT:

Teresa Rebelo

foto do autor

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