À terceira tentativa, temos conteúdo para post. Este chocolate quente foi a terceira receita que testei deste livro. A primeira foi um tiramisù delicioso. Acontece que quando fui fotografá-lo, o tempo estava pior do que péssimo. Apesar de ser início da tarde, não havia praticamente luz, chovia desalmadamente. Ainda tirei algumas fotos, mas ficaram horríveis. Claro que podia ter tentado fotografar o tiramisù na manhã seguinte, mas... era demasiado bom para não o comermos de sobremesa ao jantar desse dia!
Na manhã seguinte, nova receita: galette des rois. Em vez de uma, decidi fazer várias mais pequenas. Nunca tinha feito esta receita natalícia francesa, mas tendo em conta a época, achei que seria perfeito. Parecia que iam ficar lindas... mas já no forno o recheio começou a sair furiosamente das empadas doces folhadas. Ficaram praticamente sem recheio. Provei-o: demasiado doce e a saber muito a manteiga.
Havia que escolher outra receita. Desta vez, a eleita foi o Chocolate quente espumoso. Uma receita descomplicada, a fazer jus ao título do livro (e eu simplifiquei-a ainda mais), deliciosa e mais saudável do que o chocolate quente tradicional, uma vez que é feito com bebida de coco e adoçado com geleia deste fruto.
Se vieram só pela receita, é fazer scroll e encontram-na mais abaixo. Se ficaram curiosos sobre este livro, está lançado o 18º #Dizmeoquelês - rubrica que conta, como sempre, com o apoio da livraria Bertrand.
Este é o que se pode chamar um Senhor Livro. São mais de 400 páginas com 200 receitas, acompanhadas da promessa de conseguirmos pô-las em prática sem complicações. Desde logo pela forma como são apresentadas: em vez da habitual listagem de ingredientes seguida do método de confeção, ingredientes e indicações estão condensados numa espécie de esquema. Uma linguagem mais gráfica e visual, que ajuda a pôr de lado o receio e a preguiça que eventualmente uma receita possa provocar.
Mas não se pense que não é preciso olhar para o esquema mais do que uma vez, até porque não estamos habituados a que nos apresentem assim as receitas. Se é original? É! [Atenção: este não é o primeiro livro a seguir este caminho, nomeadamente os livros de cozinha infantis usam muitas vezes esta fórmula] Se é prático na hora de sabermos quais os ingredientes de que precisamos? Nem por isso. Mas a verdade é que é uma questão de nos habituarmos a percorrer o esquema com o olhar; à terceira ou quarta receita, fica mais fácil. E podemos sempre anotar os ingredientes num papelinho.
Outra originalidade do livro é que as suas páginas não são numeradas, mas as receitas sim. Ou seja, no índice as receitas surgem por ordem alfabética e, à frente, em vez da indicação da página, surge o seu número de receita. Nada a opôr.
Quanto ao tipo de receitas, há de tudo um pouco:
Entradas
Carne
Peixe
Legumes
Sobremesas
Bebidas
São receitas relativamente consensuais, que recorrem a uma grande variedade de ingredientes e tipos de confeção, notando-se em muitas delas o gosto francês - este livro é uma tradução do livro "La cuisine sans bla bla" das edições Larousse. Há pratos de massa e de arroz; há comida de tacho e de forno; há sopas e saladas; há opções vegetarianas, há cocktails e bebidas quentes. E há muitas sobremesas onde já colei post-its [quero acreditar que o azar que tive com a receita de galette de rois se deveu ao facto de eu não ter deixado um rebordo suficientemente largo, sem recheio, a toda a volta; é um facto que não gostei muito do sabor, mas também acho que não foi a melhor maneira de provar a receita, por isso não descarto a hipótese de lhe dar uma segunda oportunidade].
Resumindo: "Cozinha descomplicada" é um livro giro, com design e fotografias apelativas e receitas apetitosas, com uma abordagem que junta o clássico ao contemporâneo, mas todas simples e rápidas. Agora que vem aí o Natal, pode ser uma ótima prenda para aquela filha que foi estudar e viver para fora, para aquele sobrinho que acabou de casar ou para aquele amigo para quem, como eu, a expressão "demasiados livros de cozinha" não existe!
A partir do livro "Cozinha Descomplicada" - Larousse
Para 2 copos/canecas
340 ml de bebida de coco ['leite vegetal' de coco e não 'leite de coco' em lata]
65 g de chocolate de culinária
1 colher sobremesa de geleia de coco [ou outro adoçante do género, tipo mel ou agave, a gosto]
4 ou 5 gotinhas de extrato de baunilha
Coloque no copo do processador de cozinha a bebida de coco e o chocolate partido em pedacinhos. Programe uns 5 minutos a 90ºC ou até o chocolate ter derretido.
Adicione os restantes ingredientes e pulse/triture durante uns bons segundos para que fique emulsionado e ganhe espuma.
Divida pelos copos e sirva.
Nota: a bebida de coco tem um sabor bastante neutro e discreto comparado com o leite de coco de lata; se gostar muito do sabor do coco, aconselho a seguir a receita original e usar leite de coco de lata e água de coco.
De volta à rotina, depois de uns deliciosos dias de férias em família, trago-vos receitas da época, perfeitas para encerrarmos agosto em grande.
Todos os nossos verões têm ficado marcados por uma ou duas receitas, que as férias ajudam a colocar na categoria dos hits desse ano. Foi o caso desta já antiguinha salada de figos, presunto e queijo de cabra, dos granizados de espumante no ano que em que comprei a Bimby, ou dos tomates-cereja assados, que ainda hoje são das minhas iguarias favoritas.
2016, por sua vez, vai ficar associado a estes camarões crocantes [com maionese de coentros] e a esta limonada de pepino, tantas foram as vezes que os fiz. Uma dessas ocasiões foi no Fresquinho, um evento gastronómico integrado no Festival oito24, em Espinho, no qual tive o prazer de participar com um showcooking, no início de agosto.
Sei que sou suspeita, por gostar tanto de cozinhar (e de comer!), mas acredito que as memórias ligadas aos sabores e aos aromas da comida são aquelas que nos proporcionam as recordações mais reconfortantes. Por exemplo, há um cheiro característico de café, que só raramente vem até mim, e que me faz recuar aos dias em que eu, pequenita, brincava em casa de uns tios queridos. É uma sensação tão boa. Um pouco nostálgica, é certo, mas capaz de me transportar a momentos muito felizes.
Com as receitas das férias é um pouco a mesma coisa e não há fotografia que chegue ao poder interior de uma memória cheia de sabor, sobretudo se tiver sido construída num momento de partilha e 'pura vida', para usar a expressão da Costa Rica, um país que quero muito visitar.
Mas claro, as imagens ajudam a manter as lembranças vivas, e cá estão elas: as fotos e as receitas dos pedidos que mais vezes chegaram à cozinha do Lume Brando por estes dias.
Espero que gostem e, já agora, me contem quais as vossas receitas favoritas deste verão. E fica a promessa: em breve partilho as outras duas receitas que levei ao showcooking de Espinho: guacamole com pão de milho torrado. Yummy!
CAMARÕES CROCANTES NO FORNO COM MAIONESE DE COENTROS
P/ cerca de 4 pessoas como entrada/aperitivo
500 g de camarão60/80, idealmente com casca
1 chávenaalmoçadeira de pão rústico ralado em casa (aromatizado com alho e salsa, por ex.)
1 fio deazeite
Sal qb
Pimenta pretaacabada de moer qb
Raspas de limão qb
Para a maionese:
1 ovo àtemperatura ambiente
200 ml de óleode girassol
40 ml de azeiteextra virgem
1 colher desobremesa generosa de mostarda de Dijon
2 colheres desopa de coentros picados
1 colher de cháde ketchup (opcional, mas recomendável)
Raspa de limãoqb
Sal qb
Pimenta pretaacabada de moer qb
Pré-aqueça oforno nos 200º.
Descasque os camarões. Seque-os bem em papel de cozinha, coloque-os numa taça e envolva-os num fio deazeite. Tempere-os com um pouco de sal e pimenta preta, junte um pouco de raspa de limão e envolva-os por fim no pão ralado.
Coloque-os numtabuleiro grande, sem ficarem sobrepostos, e leve-os ao fornodurante cerca de 8 minutos. A meio da cozedura, vire os camarões para quefiquem crocantes por todo (os camarões devem ficar com uma textura al dente e opão ralado deve ficar seco e dourado). No último minuto, passe a assadeira para um nível superior e ligue a função grill com ventoinha, para acelerar e garantir que o pão ralado fica o mais crocante possível.
Entretanto, prepare a maionese.
Comece por picaros coentros e reserve.
Coloque o ovo nocopo da varinha mágica. Junte a mostarda, um pouco de sal e pimenta preta, oóleo e o azeite. Mergulhe a varinha mágica no copo, ligue-a e, lentamente, váemulsionando a mistura, num movimento de baixo para cima. Quando estiver bemligada, passe para uma taça e junte o ketchup, os coentros picados e as raspasde limão. Prove e retifique os temperos, se for caso disso. Sirva com oscamarões acabados de sair do forno.
Notas:
- Como repeti várias vezes a receita já depois de a ter testado e levado ao Fresquinho, fui fazendo ajustes e talvez não esteja totalmente igual à que foi facultada aos espetadores do festival;
- O passo de secar bem os camarões é fundamental para que fiquem crocantes; - Se usarem camarão com casca, aproveitem as cabeças e as cascas para fazer um fumet simples e depois utilizem-no numa sopa de peixe ou marisco.
LIMONADA DE PEPINO
Para uma dose generosa, a servir num dispensador de bebidas
Cerca de 3 litros de água(de preferência fresca)
Sumo de 2 ou 3 limões, consoante o seu seu teor de sumo
1 pepino
Açúcar amarelo agosto
2 paus de canela (opcional)
Gelo
Descasque opepino como se fosse para salada, deixando algumas linhas de casca, e corte-o àsrodelas finas. Coloque-as num jarro grande ou dispensador de bebidas.
Junte o açúcar,os paus de canela partidos ao meio, o sumo de limão e a água fresca.
Mexa bem e prove para verse necessita de mais açúcar, mais água ou mais sumo de limão.
Deixe repousaruns 30 minutos, para que o sabor do pepino e da canela se difundam.
Junte bastante gelo, mexa bem esirva.
Notas:
- Como repeti várias vezes a receita já depois de a ter testado e levado ao Fresquinho, fui fazendo ajustes e talvez não esteja totalmente igual à que foi facultada aos espetadores do festival;
- A adição do pepino transforma completamente a limonada, dando-lhe uma frescura extra surpreendente;
- A canela não é absolutamente essencial mas confere à limonada um toque exótico bastante interessante, sobretudo para quem gosta desta especiaria.
Este post vai ter pouca linhas, porque este calor bloqueia não só quem escreve, mas também quem lê. Serve só para sugerir um batido que pode funcionar como uma brisa refrescante nestes dias de canícula.
A anona não é um fruto muito comum nas nossas cozinhas, até porque tem de ser importado*, mas está referenciado como um dos melhores aliados na alimentação preventiva da doença cancerígena e durante o seu tratamento.
Criei este batido quando andava a pesquisar e a testar receitas para este workshop, e foi uma agradável e fresca surpresa!
*Fãs atentas do LB no facebook comentaram que há anonas nos Açores e na Madeira! As que eu tenho comprado são importadas, pelo menos foi o que me disseram na frutaria. Nem sempre há e são caras. É uma pena que a 'nossa' anona não esteja mais divulgada. Se fizermos uma pesquisa rápida na net, as primeiras referências vão para as anonas do Brasil e de outras zonas de climas tropicais.
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This post will have just a few lines, because the high temperatures block not only the writer, but also those who read. Serves only to suggest a smoothie that can function as a refreshing breeze in these heat wave days. The soursop is a rare fruit in our portuguese kitchens, it has to be imported*, but is listed as one of the best allies in a cancer preventive diet and during its treatment. I created this milkshake when I was researching and testing the recipes for this workshop, and it was a pleasant and fresh surprise!
* Fans of LB on facebook commented that there are soursops in Azores and Madeira! The ones I've bought were imported, at least that's what they said to me in the shop. They aren't easy to find and a bit expensive. It's a pitty that 'our' soursop isn't well-known. If we do a quick search on the net, the first references go for soursops from Brazil and other tropical areas.
Batido fresco de anona Para 2 copos médios
150 g deanona descascada e limpa de pevides
150 ml debebida de soja
Fio de limãopara a anona não oxidar
Açúcaramarelo a gosto
Canela em pó qb
Cubos de gelo - cerca de 12
Juntar todosos ingredientes, incluindo o gelo, num processador de alimentos e triturar atéficar um líquido espesso, uniforme e macio.
Servir de imediato com umapalhinha.
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Soursop smoothie
About 2 medium glasses
150g peeled and seeded soursop
150 ml soymilk
A few lemon juice drops
Brown sugar to taste
Cinnamon to taste
Ice cubes - about 12
Add all ingredients, including ice, in a food processor and blend until you get a uniform and soft mixture. Serve immediately with a straw.
Pensavam que a Beira Douro era uma marca de café foleirita e provinciana, disponível apenas em cafés de aldeia? Eu também pensava. Até que provei o melhor capuccino da minha vida e descobri que a Beira Douro é uma torrefacção portuguesa de café com muito know-how. E com muita paixão por aquilo que faz, como acontece na maioria das empresas familiares de sucesso.