Boo! Preparados para a noite mais assustadora do ano?
Para os meus lados, as previsões da meteorologia não podiam ser mais desoladoras, com a chuva a marcar presença cerrada, sem esperança de abertas. As rusgas pelas ruas das redondezas, e as palavras mágicas "Doçura ou Travessura" - que deixam o meu rapaz mais novo bastante entusiasmado - vão ter que ficar para o próximo ano.
Isso não quer dizer que não se possa assinalar a data com algumas iguarias divertidas, como estes pãezinhos de abóbora, batata-doce e chocolate. São uma versão das famosas "arrufadas de batata-doce" que o ano passado fizeram furor na blogosfera e cuja receita podem encontrar aqui no blog.
A decoração não podia ser mais simples. O resultado? Horrivelmente delicioso 👻😁
Vamos à receita!
PÃEZINHOS DE ABÓBORA E CHOCOLATE
Para 6
120 g de abóbora menina (pesada descascada antes de cozer) 80 g de batata-doce (pesada descascada antes de cozer) 90 ml de leite meio-gordo 40 g de manteiga à temperatura ambiente 10 g de fermento de padeiro desidratado (seco) 1 ovo 1 colher de chá de sal 30 g de açúcar amarelo 450 g de farinha 12 quadrados de chocolate (opcional) 1 ovo batido para pincelar Chocolate de culinária e leite qb para decorar 12 quadrados de chocolate de culinária (mínimo 52% cacau) Olhinhos de açúcar (opcional)
Comece por cozer a abóbora e a batata-doce (cozi ao vapor). Escorra e esmague com um garfo. Desfaça o fermento de padeiro seco num pouco de água morna (umas 2 colheres de sopa). Numa bacia, misture o puré de abóbora e batata-doce, o leite, o açúcar, a manteiga e o fermento desfeito na água morna. Junte o ovo, o sal e a farinha, misturando tudo muito bem.
Amasse um pouco até obter uma massa macia e uniforme [devido à abóbora, esta massa fica um pouco mais húmida do que a da receita original - se estiver a pegar, junte um pouco mais de farinha]. Dê-lhe a forma de uma bola, coloque-a na bacia, tape e deixe levedar cerca de 1 hora ou até duplicar de tamanho*.
Com as mãos enfarinhadas, forme seis bolas, colocando dois quadrados de chocolate no interior de cada bola, rodando e fechando completamente a massa. Coloque os pãezinhos num tabuleiro forrado com papel vegetal. Tape com um pano e deixe levedar mais 20 ou 30 minutos*.
Entretanto ligue o forno nos 180ºC. Pincele os pãezinhos com ovo batido e leve ao forno durante cerca de 30 minutos ou até estarem bem dourados e cozidos. Se achar que estão a ficar escuros demasiado depressa, tape com folha de alumínio.
Deixe arrefecer.
Derreta alguns quadrados de chocolate num pouco de leite e mexa até obter um creme fluído. Decore a gosto com um pincel e confeitos de açúcar.
*Por estes dias mais frios e húmidos, vai demorar mais a levedar. Embrulhar a bacia numa manta e deixar o tabuleiro tapado perto do forno já ligado, ajuda.
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Sim, este é um post a propósito do Halloween. Mas vamos deixar de lado a polémica sobre esta ser uma tradição importada e demasiado ligada a fins comerciais, ok? Cada um, em sua casa, fará o que de melhor entender sobre a data. E não, infelizmente, aqui para os meus lados não se celebra o Pão por Deus, uma tradição de que só tive conhecimento há poucos anos e de que a maior parte das pessoas à minha volta nunca ouviu falar (o que não deixa de ser curioso e triste, visto ser uma tradição em muitas terras portuguesas, sobretudo da região do Oeste e até da Galiza, que não está longe).
Em relação ao Halloween, apenas posso dar o exemplo do que se passa por aqui: não celebramos a rigor (ou seja, não faço nenhum jantar temático, nem me fantasio, nem sequer encorajo os meus filhos a fazê-lo), mas se eles me pedirem para ir em rusga fazer o "Doçura e Travessura", eu acho piada e permito, até porque é mais um momento de brincadeira e convívio com os amigos (mas peço-lhes para não serem malvados com quem não abre a porta ou não se abasteceu de guloseimas!). E tento ter sempre alguns chocolates para oferecer aos grupos que me possam tocar à campainha.
Também é verdade que gosto de assinalar o Halloween aqui no blogue, sobretudo porque serve de pretexto para cozinhar algo divertido. Este ano, decidi fazer um bolo. Um bolo com um ingrediente que faz todo o sentido tendo em conta a época e a ocasião, mas que nunca tinha experimentado num bolo: abóbora. Adorei o resultado e asseguro-vos de que não precisam de ser fãs do Halloween para o fazerem. A massa é húmida e saborosa, e a mistura do chocolate com o creme de natas e mascarpone - do recheio e da cobertura - eleva-o a outro nível. Não assustador, mas viciante!
BOLO DE ABÓBORA E ESPECIARIAS COM COBERTURA E RECHEIO DE CHOCOLATE E MASCARPONE
(para obter este puré cozi a vapor cerca de 750 g de abóbora - pesada com a casca - e escorri)
1 chávena bem cheia de açúcar amarelo
1 chávena rasa de azeite extravirgem
4 ovos (de preferência caseiros ou biológicos - o bolo fica mais húmido)
1 colher de café de essência de baunilha
2 chávenas rasas de farinha sem fermento
2 colheres de chá de fermento em pó
1,5 colheres de chá de bicarbonato de sódio
1 boa pitada de canela
1 boa pitada de noz-moscada
1 pitada de sal
Para o recheio e cobertura
1 emb. de mascarpone (250 g)
1 emb. de queijo quark (250 g)
1 emb. de natas para bater (200 ml)
2 colheres de sopa de açúcar amarelo (ou a gosto)
1 colher de café de essência de baunilha
Algumas gotas de sumo de limão
120 g de chocolate de culinária
Leite qb
Para a decoração (opcional)
100 g de sucedâneo de chocolate branco para fundir
Palitos médios
Confeitos "olhos" de açúcar
Se quiser fazer os fantasmas, o melhor é começar por aí.
Leve o sucedâneo de chocolate branco a derreter em banho-maria.
Estenda uma folha de papel vegetal sobre a bancada de trabalho e desenhe algumas figuras de fantasma com o tamanho pretendido (não é obrigatório, pois é muito fácil ir dando forma aos fantasmas com a colher). Se fizer os desenhos, vire a folha ao contrário.
Com o chocolate bem derretido e uniforme, e com a ajuda de uma colher, vá desenhado os fantasmas na folha de papel vegetal. Coloque um palito a meio de cada fantasma e cubra-o com mais chocolate. Decore com os olhos de açúcar e deixe solidificar (se estiver com pressa, coloque a folha de vegetal sobre um tabuleiro e leve ao frigorífico). No fundo, esta é a mesma técnica das nuvens que estão no meu livro - "Estava Tudo Ótimo!", na página 64.
Pré-aqueça o forno nos 180º.
Forre com papel vegetal o fundo de duas formas redondas com 18 cm de diâmetro e unte muito bem com manteiga, polvilhando com farinha.
Numa taça, junte os ovos, o azeite, o açúcar amarelo, o puré de abóbora e a baunilha.
Noutra taça, junte a farinha, o fermento, o bicarbonato e ainda o sal, a canela e a noz-moscada.
Vá juntando, aos poucos, os secos à mistura de líquidos.
Distribua pelas formas e leve a cozer durante cerca de 30 minutos ou até um palito sair seco.
Retire do forno e leve a arrefecer sobre uma rede (eu gosto de forrar a rede com papel vegetal, para impedir que os bolos fiquem agarrados nas reentrâncias da rede). Deixe arrefecer.
Entretanto prepare a cobertura e o recheio.
Leve a derreter o chocolate em banho-maria com um pouco de leite. Junte mais leite, aos poucos, até obter uma consistência espessa mas espalhável. Reserve.
Coloque na taça da batedeira, as natas (que devem estar bem frias), o mascarpone, o quark, a essência de baunilha e o açúcar. Bata bem e quando estiver a engrossar junte umas gotinhas de limão, para ajudar a "prender" ainda mais.
Para montar e decorar:
Corte cada bolo em duas metades.
Coloque uma metade no prato de servir, com a parte do miolo virado para cima, e espalhe um pouco da mistura de mascarpone. Tape com a outra metade (com a parte do miolo virado para baixo). Barre com uma camada do chocolate derretido com leite. Coloque por cima outra metade do bolo e volte a rechear com a mistura do mascarpone. Tape com a última metade de bolo e barre todo o bolo com o creme de mascarpone.
Leve ao frio cerca de 30 minutos e volte depois a barrar com o creme sobrante, para ficar mais perfeito.
Leve de novo ao frio, idealmente durante uma hora.
Se o creme de chocolate tiver endurecido, volte a aquecer em banho-maria e deixe-o amornar.
Retire o bolo do frio e espalhe uma boa camada de chocolate por cima, fazendo-o escorrer pelas laterais do bolo de forma alternada, com umas "lágrimas" mais compridas e outras mais curtas.
Deixe endurecer um pouco e decore com os fantasmas.