25
Set14
Londres [2ª parte, com Hot Wraps & Quesadillas]
Conseguir que este post visse a luz do dia não foi fácil.
Em Londres tirei tantas fotografias, que seleccioná-las foi um verdadeiro desafio.
Decidi por isso fazer mais duas 'reportagens': esta, sobre os mercados e a comida de rua, e ainda um outro, em que vos falarei dos restaurantes (e onde vos contarei como foi o meu encontro imediato com Mr. Ramsay...).
No final deste post, uma pequena homenagem, em forma de receita, à street food.
Comecemos por Camden, um labirinto interminável de lojas e bancas de roupa, de bijuteria e acessórios, bancas de quadros e ilustrações, bancas de comida. São mercados dentro de mercados. Camden Lock, Camden Market, Stables Market... A certa altura, quando já não sabíamos bem onde estávamos, damos de cara com o Night Market, um mercado de comida e música ao vivo, com algumas das bancas mais giras que vi nestes dias. Aqui, as bancas não eram de asiáticos, italianos ou mexicanos: eram de ingleses, malta nova, com conceitos de comida de rua originais e apresentação muito cuidada. Apetecia provar tudo!
No dia seguinte, rumámos a Notting Hill. Era o dia dos workshops no Recipease, mas deu tempo para passear em Portobello Road. Apesar do sábado ser o dia mais famoso da feira de velharias e antiguidades, à sexta-feira a rua já se enche de vendedores de artigos usados, nomeadamente loiça e objectos de decoração. Mas aqui velharias há poucas, o que significa que os preços não são nada meigos. Esta zona tem também muitas lojas para explorar. Para além das lojas permanentes de objectos antigos, é aqui que fica a Hummingbird Bakery, a Cath Kidston, a Books for Cooks, a Spice Shop. E é também em Notting Hill que fica um dos restaurantes de Yotam Ottolenghi, que infelizmente não consegui visitar. No final do dia, depois de palmilhados muito quilómetros (estávamos instalados em Chelsea), soube bem comer um cupcake no bonito Battersea Park, junto ao rio.
No sábado de manhã, o destino só podia ser um: Borough Market. Um sonho de mercado. As bancas são bonitas, arranjadas, decoradas. Os produtos têm óptimo aspecto (e os preços são a condizer). A oferta é tão diversificada - tanto em produtos como em comida pronta a comer ou a levar - que se podem encontrar coisas tão sui generis como sumo de relva, hambúrgueres de camelo e de canguru, concentrados naturais para fazer sumos verdes, lebres e outros animais de caça frescos (ainda com a pele e as penas), e muito mais. Almoçámos aqui e o difícil foi escolher: havia bancas de hambúrgueres, de pies, de bocadillos, de comida indiana e até uma banca com sandes de leitão assado no espeto. Eu comi um hamburguer de vegetais e halloumi em pão de sementes; o G. comeu um hambúrger de canguru no pão (porque o de camelo estava esgotado, arghhh), e a nossa amiga L. escolheu um mini-empadão do Pie Minister.
O café foi tomado ao lado do mercado, no Monmouth, onde, segundo consta, se bebe o melhor café de Londres. Enquanto aguardamos na fila, faz-nos companhia o The Shard, o edifício mais alto da cidade. Ainda ao lado do mercado, vale a pena visitar a Neal's Yard Dairy, uma loja de queijos que é um autêntico paraíso para o pequeno ratatui que há em cada um de nós ;)
Guiados pela L., à tarde fomos conhecer o Maltby Street Market. Fica relativamente perto de London Bridge, em Bermondsey. Um dos lados da rua é composto pelos arcos de um viaduto de comboios, o que lhe dá uma magia especial. Há bancas de comidas, de bebidas, há uma padaria e algum artesanato (pelo que percebi, muitas destas lojas funcionam em regime pop-up), tudo com um ar muito cool e relaxado. Pelo menos para já, parece bem mais frequentado por locais do que por turistas. E foi aqui que encontrei a minha loja favorita de toda a viagem: a Lassco, uma loja de filme, um mundo em peças de decoração antigas e vintage, desde cadeiras de salas de cinema a baús e malas de viagem, de lustres a puxadores e números de porta, de brinquedos a máquinas de escrever. E tinha ainda a gama completa da Falcon. Havia que sair dali urgentemente!
No domingo, o último mercado desta maratona: o mercado de flores de Columbia Road. Como se não bastassem as bancas recheadas e coloridas para nos perdermos, por detrás delas escondiam-se lojas lindas, a maior parte delas de artigos para jardinagem e decoração. É aqui que fica 'A Portuguese Love Affair', com todas aquelas coisas que nos enchem de orgulho: loiça Bordallo Pinheiro, peças da Alma Gémea, as conservas, os sabonetes Castelbel…
No final da rua, o momento surpresa do dia: música ao vivo pelas Sugar Sisters.
E foi assim, embalados pela música catita destas meninas, que partimos para o nosso brunch no Tom's Kitchen. Mas disso falarei no próximo post. Por agora fiquem com uma receita (na verdade, é mais uma sugestão), que costumo fazer cá em casa aos domingos à noite. Sim, porque cá em casa o domingo é dia de street food ;)
HOT WRAPS & QUESADILLAS MEDITERRÂNICAS
Wraps/tortilhas de compra
Molho de tomate (uso caseiro)
Fiambre, milho, pimento, azeitonas, espinafres e outros ingredientes a gosto
Queijo mozzarella
Óregãos
Para os wraps:
Barre as tortilhas com molho de tomate. Espalhe por cima o fiambre aos pedaços e/ou os restantes ingredientes que pretende usar. Espalhe queijo ralado e salpique com óregãos. Enrole com cuidado - use palitos para ajudar a fechar - e leve ao lume numa frigideira anti-aderente, até ficarem bem quentes e douradas, com o queijo derretido. Estão prontos a servir.
Para as quesadillas:
Numa frigideira anti-aderente, coloque uma tortilha. Espalhe molho de tomate, seguido dos restantes ingredientes (como se fosse uma pizza; muitas vezes também faço esta versão pizza e para que o queijo derreta mais facilmente, coloco uma tampa na frigideira, para o calor não fugir). Coloque outra tortilha e deixe aquecer durante uns minutos em lume médio/alto. Vire com cuidado (use um prato, por exemplo) e deixe cozinhar mais um pouco. Sirva às fatias.