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Lume Brando

28
Fev20

Malassadas dos Açores [Diz-me o que lês #28]

Malassadas

Malassadas

 

DIZ-ME O QUE LÊS, DIR-TE-EI O QUE COMES #28

"Comer à Moda dos Açores" - Rúben Pacheco Correia - Editora Contraponto

Fui uma única vez aos Açores, há 25 anos. Foi uma viagem incrível, que incluiu passagens por São Miguel, Faial e Terceira. Da componente gastronómica, lembro-me apenas do milho frito e das queijadas de Vila Franca do Campo, que comi em São Miguel, e da Alcatra da Terceira. Era muito nova e, apesar de nessa altura já gostar do universo culinário, o blog ainda nem em sonhos existia e a minha cabeça estava ocupada com questões mais... existenciais.

 

Mas o carinho pelo arquipélago ficou e gostava de um dia lá voltar, em família. Enquanto isso não acontece, posso ir sentindo a alma açoriana através deste livro acabado de lançar, de Rúben Pacheco Correia, açoriano de gema e grande entusiasta da cozinha regional, dono do restaurante Botequim Açoriano em Rabo de Peixe, São Miguel.

 

malassadas15.jpeg

 

Basta começar a folhear e a ler para perceber que este é um livro feito com muito amor. Amor pelos Açores, pelas suas receitas tradicionais e pela partilha genuína. Sente-se de imediato que este é um projeto que Rúben Correia (que com apenas 23 anos já tem vários livros publicados, incluindo de contos e um romance) abraçou com grande motivação e para o qual canalizou muita da sua energia - as várias fotos onde Rúben aparece ao longo do livro espelham bem o seu entusiasmo pela cozinha açoriana e pela missão de a difundir.

 

De facto, mais do que um livro de receitas, este é um livro sobre os Açores e a sua cultura. No seu índice encontramos os seguintes capítulos:

  • Introdução à história e geografia dos Açores
  • Introdução aos produtos e gastronomia dos Açores
  • Lugares, tradições e festividades gastronómicas
  • Entradas e sopas
  • Peixes
  • Carnes
  • Sobremesas
  • Compotas
  • Pães

 

É um livro que nos ensina muito e que vale para lá da utilidade das receitas. Aliás, muitas das suas receitas são mais interessantes enquanto conteúdo informativo, do que para replicar nas nossas cozinhas. Em alguns casos, não será fácil encontrar os ingredientes, pelo menos aqui no continente, como é o caso das famosas lapas e da erva do calhau. Ainda assim, o livro inclui sugestões fáceis e apelativas, como por exemplo a Morcela com Ananás, a Açorda de Inhame ou o Atum de Cebolada.

 

Comer à moda dos Açores

A receita que escolhi para testar foram as Malassadas, um doce típico do Carnaval açoriano. Tal como Rúben nos conta no livro, trata-se de uma receita muito antiga, que hoje é também um doce tradicional do Havai, levado pelos açorianos que para lá emigraram. Ali a popularidade das malasadas é tal, que a terça-feira de Carnaval é chamada de 'Malasada Day'.

 

Ora bem, as minhas devem ser as malassadas mais imperfeitas de toda a história das malassadas. Quando fui fritá-las, a massa colava-se bastante às mãos, mesmo tendo passado estas por óleo, e por isso ficaram uma espécie de malassadas extraterrestres, com umas formas muito estranhas. Mas imagino que de sabor não tenham ficado muito diferentes das originais. No fundo, são uma espécie de sonhos ou farturas, ainda que a massa se confecione de outra maneira.

 

Resumindo: "Comer à Moda dos Açores - Manual de Cozinha Açoriana" é um livro bonito, com conteúdo muito interessante sobre a tradição gastronómica destas ilhas. O design gráfico é  simples mas funcional e as fotografias, presentes em todas as receitas, cumprem o objetivo. As receitas, nomeadamente as de doces, surgem por vezes explicadas de forma demasiado sumária e com quantidades um pouco desanimadoras para replicar em casa (o Bolo da Sertã, por exemplo, pede 2 kg de farinha de milho). A referência ao número de doses ou pessoas que rende cada receita também não é referido, o que pode ser um constrangimento na hora de levar o livro para a cozinha.

 

Como sempre, esta rubrica contou com o apoio da Livraria Bertrand, onde pode comprar e saber mais sobre o livro >>> Bertrand Online*

 

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Malassadas

 

MALASSADAS DOS AÇORES

Receita adaptada, em termos de quantidades, do livro "Comer à Moda dos Açores", de Rúben Pacheco Correia

 

500 g de farinha (usei farinha de trigo 55 sem fermento)

10 g de fermento de padeiro fresco

1,5 colheres de sopa de açúcar

Sumo de 1,5 laranjas

1/2 cálice de aguardente

4 ovos

Pitada de sal

Leite qb

Óleo para fritar

Açúcar para polvilhar

Canela para polvilhar (opcional)

 

Dissolver o fermento num pouco de água fria.

Numa bacia grande, peneirar a farinha e abrir uma cavidade ao centro.

Colocar aí o fermento, o sumo de laranja, o sal e a aguardente. Misturar.

Acrescentar um ovo de cada vez, incorporando-os bem (confesso que como a massa estava a ficar com alguns grumos, amassei-a, depois dos 4 ovos adicionados, na batedeira, com o gancho das massas).

Se se achar que a massa está muito densa, junta-se um pouco de leite até ficar uma espécie de polme grosso.

Tapar a bacia com um pano e embrulhar numa manta para levedar melhor.

Deixar levedar durante duas a três horas ou até ter aumentado bastante de volume.

Com as mãos untadas em óleo, retirar pedaços de massa, esticá-los com os dedos dando-lhes uma forma arredondada e achatada e fritá-los em óleo bem quente. Passe-os primeiro para um prato forrado com papel de cozinha e depois por açúcar.

Nota: apesar da receita não mencionar, eu juntei um pouco de canela em pó ao açúcar.

 

OUTRAS RECEITAS DOCES TRADICIONAIS:

27
Fev20

A minha receita de hummus de pimento [E o vinho do Lidl]

O vinho do Lidl

O vinho do Lidl

 

"Não julgues o vinho pelo rótulo!", "Não julgues o vinho pelo rótulo!"

Este tem sido o meu mantra desde que no fim de semana passado fui à Essência do Vinho, a convite do Lidl e do seu projeto Casa do Vinho.

 

De facto, não sendo especialista na matéria, mas sendo consumidora ocasional, em contexto de festa ou num jantar mais caprichado, muitas vezes escolhi o vinho pelo rótulo e pelo nome, de forma apressada, a meio das compras. Ou seja, não sou daquelas pessoas que vão a uma garrafeira para se aconselharem ou têm uma app instalada no telemóvel com críticas e pontuações a vinho. E como não gosto de gastar fortunas, também presto atenção ao preço das garrafas.

 

No entanto, confesso que até agora olhava para muitos dos vinhos à venda no Lidl com alguma desconfiança. Porque não os conhecia e achava os preços (mesmo para mim, que olho para os preços e sou um pouco forreta, incrivelmente baixos). Too good to be true, conhecem a sensação?

 

O vinho do Lidl

 

Foi por isso uma agradável notícia, saber pela voz da especialista Maria João Almeida, que as marcas próprias e exclusivas do Lidl são vinhos com uma excecional relação qualidade-preço, sendo criados e produzidos por enólogos e quintas de referência.

 

Tanto na Essência do Vinho, evento que decorreu no Palácio da Bolsa, no Porto, como no jantar que se seguiu, pudemos provar vários dos vinhos Lidl e confirmar que não é preciso gastar muito dinheiro para servir um bom vinho aos nossos amigos e familiares, existindo opções adequadas aos mais diversos pratos e momentos.

 

Um exemplo é o Azinhaga de Ouro da região do Douro. Na versão 'branco' é um vinho leve e fresco, de acidez equilibrada. Combina as castas Malvasia Fina, Viosinho e Gouveio e, sendo um vinho seco, apresenta no entanto alguma doçura. Custa €2,29 a garrafa.

 

Já o Azinhaga de Ouro 'tinto reserva', feito de uvas Touriga Nacional, Touriga Francesa e Tinta Roriz apresenta uma intensidade média, mostrando-se seco e equilibrado. Cada garrafa custa €2,99.

 

São vinhos simples, para todos os dias, que podemos servir com pratos e petiscos leves, sendo o Azinhaga de Ouro Branco adequado, por exemplo, para acompanhar queijos suaves ou marisco cozido (ou o meu hummus de pimento), e o Azinhaga de Ouro Tinto Reserva apropriado para fazer companhia a umas espetadas de peru (ou a uma paleta de porco preto, digo eu).

 

O vinho do Lidl

 

Para além dos vinhos do Douro, nas prateleiras do Lidl há vinhos próprios e exclusivos igualmente económicos e 'corretos' de outras regiões: Dão, Alentejo, Setúbal, incluindo vinhos licorosos. Para saberem mais, espreitem aqui.

 

E antes de passarmos à minha receita de hummus de pimento e brindarmos com Azinhaga de Ouro aos dias mais luminosos que aí vêm, queria só partilhar algumas dicas que nos foram passadas pela Maria João no evento do Lidl, e que ajudam a decidir que vinho servir com os nossos pratos e receitas:

 

  • Um prato leve pede um vinho simples e fresco e um prato mais complexo e condimentado pede um vinho mais encorpado; isto para que o sabor da comida não anule o sabor do vinho nem vice-versa;
  • Os pratos mais fortes em gordura ficam bem acompanhados de um vinho com uma boa acidez, para ajudar a 'cortar' a gordura - exemplo: leitão e espumante;
  • O vinho que acompanha a sobremesa deve ser mais doce do que esta, caso contrário irá parecer amargo e sem sabor.

 

De seguida deixo-vos o meu hummus de pimento vermelho (na verdade, não sei se posso chamá-lo de hummus porque não leva tahini, a pasta de sésamo típica desta receita árabe), receita bastante pedida quando partilhei uma outra foto no IG.

Cheers!

O vinho do Lidl

 

HUMMUS DE PIMENTO VERMELHO [SEM TAHINI]

 

1 frasco de grão de bico cozido

130 g de pimento vermelho assado em conserva, bem escorrido

2 dentes de alho

75 g de azeite

1 fio de sumo de limão

Pimenta preta qb 

Opcional: azeite, paprika e sementes de sésamo para decorar

 

Passar o grão por água e escorrer bem.

Colocar todos os ingredientes num robot de cozinha (à exceção dos ingredientes opcionais/para decorar), e pulsar até obter uma pasta espalhável.

Verificar a textura, provar e retificar algum ingrediente, se for necessário.

Notas:

- Normalmente não adiciono sal, mas é uma questão de provarem e verem se é necessário acrescentar.

- Aguenta bem até três ou quatro dias, bem fechado, no frigorífico.

 

MAIS RECEITAS PARA PETISCAR:

21
Fev20

Salame de chocolate saudável [para comer quase sem culpa]

Salame de chocolate saudável

 

Cá em casa todos gostamos de salame de chocolate. Mas a verdade é que as receitas clássicas são um atentado a qualquer tentativa de levar uma alimentação equilibrada e sem asneiras. Sim, porque quem é que consegue comer uma só fatia?!

 

Já testei várias receitas mais saudáveis, mas nunca fiquei tão satisfeita como com esta, que descobri no livro da cadeia de restaurantes Go Natural (um livro fantástico btw).

 

Confesso que fiz o salame a medo, tão inovadora me pareceu a receita, sem manteiga, sem ovos e sem açúcar. Como não podia deixar de ser, fiz algumas alterações ao original, mas foram mínimas: usei bolacha maria integral, dobrei as quantidades, troquei a maçã pela pêra e envolvi-o em açúcar em pó, para lhe dar um aspeto mais "credível" 🤣

 

Se fizerem este salame, digam-me se gostaram tanto dele como eu!

Salame de chocolate saudável

SALAME DE CHOCOLATE SAUDÁVEL

Adaptado ligeiramente a partir de uma receita do livro "Let's Go Natural"

 

220 g de bolacha maria integral (compro no Lidl)

100 g de pêra ralada

90 g de chocolate em pó

90 g de queijo creme (usei Philadelphia)

Açúcar em pó para envolver (opcional)

 

Triture a bolacha grosseiramente.

Junte a pêra ralada, o chocolate em pó e o queijo creme.

Molde em forma de salame e embrulhe em papel vegetal.

Leve ao frigorífico para ganhar consistência.

Se quiser, passe por açúcar em pó e ate o salame com um fio, para fingir que é um salame de carne.

 

Notas:

- Usei o robot de cozinha para triturar a bolacha e depois introduzi os restantes ingredientes e pulsei aos poucos até obter uma mistura moldável;

- Ralei a pêra num ralador manual;

- Não aconselho a trocarem o chocolate em pó por cacau: uma vez que não leva açúcar, poderia ficar amargo.

 

OUTRAS RECEITAS SAUDÁVEIS COM CHOCOLATE:

 

14
Fev20

Almôndegas vegetarianas [Diz-me o que lês #27]

Almôndegas vegetarianas

Livro Vegetariano em part-time

DIZ-ME O QUE LÊS, DIR-TE-EI O QUE COMES #27

"Vegetariano em part-time" - Jo Pratt - ArtePlural Edições*

 

Quando vi o título deste livro, identifiquei-me de imediato.

"Vegetariano em part-time" é uma forma bem mais criativa de designar o 'flexitariano', ou seja, aquele que nos seus hábitos alimentares inclui a carne (e o peixe), de vez em quando, mas privilegia os ingredientes de origem vegetal e as refeições vegetarianas. Parabéns, por isso, para quem traduziu para português o título do livro, que no original é "The flexible vegetarian".

Se aí desse lado estão também a fazer este caminho flexitariano, vão adorar este livro.

 

Livro Vegetariano em part-time

 

Aviso à navegação: este livro, com grande pena minha, não tem receitas de sobremesas.

Pelas minhas contas, são quase 90 receitas 'salgadas', distribuídas por diferentes tipos e momentos de refeição como podem ver no índice:

 

  • Introdução
  • A despensa de um vegetariano flexível
  • Pequenos-almoços e brunches
  • Sopas/caldos
  • Pratos simples
  • Pratos elaborados
  • Molhos/petiscos
  • Carne/Peixe cozinhados no ponto
  • Índice remissivo
  • Agradecimentos

 

São receitas desempoeiradas, modernas e criativas, que pometem ter bastante sabor. Foi difícil escolher a receita para trazer a este post. Acabei por optar pelas almôndegas, cujo nome original é 'almôndegas de beringela e quinoa com molho de tomate', porque tinha encontrado umas beringelas ótimas na feira e assim já tinha uma das refeições da semana decidida (ainda que tivesse algum receio de que os rapazes não fossem gostar).

 

Não posso dizer que estas são as melhores almôndegas vegetarianas que já comi, mas não ficaram nada mal e os rapazes aderiram facilmente a esta opção sem proteína de origem animal. Serviram-se mais do que uma vez, e o mais velho, no início um pouco reticente, terminou a mencionar a célebre frase "Primeiro estranha-se, depois entranha-se" 😆

 

No livro, de destacar que, à exceção das receitas do capítulo "Carne/peixe", todas as receitas são vegetarianas. A componente 'flexível' é dada como comentário ou sugestão de rodapé, em que a autora nos diz como podemos incluir ingredientes de origem animal na receita, de forma a torná-la um pouco diferente ou mais substancial.

 

Quanto à autora, Jo Pratt, é uma chef e food stylist inglesa, autora de livros de cozinha premiada, sendo o "Vegetariano em part-time" o seu terceiro e penúltimo livro. O mais recente dá pelo título "The flexible pescatarian".

 

Almôndegas vegetarianas

 

Resumindo: graficamente, "Vegetariano em part-time" é dos livros mais simples e simultaneamente mais bonitos de que já falei aqui. As fotografias são lindas, com um styling minimalista mas perfeito. Está bem escrito e as receitas parecem estar bem detalhadas. Definitivamente, um livro de cozinha vegetariana que dá vontade de folhear vezes sem conta e fica bem em qualquer cozinha.

 

Como sempre, esta rubrica contou com o apoio da Livraria Bertrand, onde pode comprar e saber mais sobre o livro >>> Bertrand Online

 

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Almôndegas vegetarianas

ALMÔNDEGAS VEGETARIANAS

Ligeiramente adaptado da receita de beringela e quinoa do livro "Vegetariano em part-time", de Jo Pratt

 

Para cerca de 32 almôndegas

100 g de quinoa cozida

Azeite qb

1 cebola finamente picada

2 dentes de alho picados

2 beringelas médias em cubos (cerca de 450 g, pesadas inteiras)

200 g de cogumelos marron em cubos

75 g de pão ralado (usei caseiro)

50 g de queijo parmesão em lascas

50 g de azeitonas pretas descaroçadas

1 ovo

4 colheres de sopa de chia

6 colheres de sopa de flocos de aveia grossos

1 mão-cheia de folhas de manjericão

Sal e pimenta preta

 

Molho de tomate para servir

 

Numa frigideira, coloque um bom fio de azeite e refoque a cebola até começar a querer ganhar cor. Junte o alho, deixe cozinhar um pouco e adicione as beringelas.

Quando começarem a amolecer, junte os cogumelos e deixe cozinhar até estar tudo bem macio, o que deve demorar uns 20 minutos.

Tempere com sal e pimenta e deixe arrefecer uns 10, 15 minutos.

Coloque esta mistura no robot de cozinha, junte todos os outros ingredientes, coloque um pouco mais de sal e pimenta preta e triture até obter uma mistura moldável.

Faça bolinhas, coloque-as num tabuleiro forrado com papel vegetal e leve ao frigorífico para ficarem mais firmes (eu fiz as minhas de véspera).

Quando for cozinhar, unte com azeite uma frigideira grande antiaderente, aqueça bem e cozinhe as almôndegas (sem as sobrepor, se não couberem todas na frigideira, faça em duas vezes), rodando-as com cuidado, até ficarem tostadinhas por todo.

Sirva com molho de tomate bem quente e couscous ou massa cozida.

Pode decorar com folhas de manjericão e lascas de parmesão.

 

MAIS RECEITAS VEGETARIANAS:

 

12
Fev20

Pound cake de mirtilos e framboesas [com azeite e farinha de espelta]

Pound cake de mirtilos e framboesas

 

O 'pound cake' é uma receita antiga inglesa - descobri que há referências a este bolo que datam do século XVIII -  cujo nome se deve à quantidade, em pounds (lb), ou seja, em libras, dos ingredientes, sendo que uma libra equivale a cerca de 450 gramas.

 

Assim, a receita original de pound cake pedia 1 libra de farinha, 1 libra de manteiga, 1 libra de ovos e 1 libra de açúcar (de referir que a origem do nome da moeda inglesa também está ligada a esta unidade de medida, devendo-se ao facto de, há muitos séculos, se usar o peso das moedas como sinónimo do seu valor). 

 

Quanto ao facto de, tradicionalmente, se usar uma forma de bolo retangular para este bolo, não consegui encontrar nenhuma explicação, mas é curioso que, para nós, esta forma se chame "de bolo inglês".

Pound cake de mirtilos e framboesas

 

Agora, a boa notícia, caso se tenham assustado com a quantidade dos ingredientes referida acima: este não é um verdadeiro pound cake!

 

Na verdade, com o tempo, passou a designar-se como 'pound cake' este tipo de bolo, independentemente da proporção dos ingredientes ou da inclusão de ingredientes adicionais ou alternativos. Este pound cake de mirtilos e framboesas que hoje vos trago, por exemplo, é feito com azeite em vez de manteiga e farinha de espelta em vez da farinha de trigo tradicional (e um pouco de sêmola de milho ou farinha de polenta, para conferir à massa uma textura especial).

 

Enriquecido com um glacé de limão guloso, este bolo ficou uma delícia. A única coisa que me enervou foi o facto dos frutos terem ido parar todos ao fundo da forma, apesar de os ter envolvido em farinha antes de os adicionar à massa, e apesar de ter reservado alguns que introduzi na massa apenas quando esta já estava na forma... se tiverem alguma dica infalível para que fiquem uniformemente espalhados pelo bolo, por favor partilhem!

Pound cake de mirtilos e framboesas

 

POUND CAKE DE MIRTILOS E FRAMBOESAS

 

Para o bolo

4 ovos (usei caseiros)

190 ml de azeite extravirgem suave

180 g de açúcar

Raspa de 1 limão

30 g de sêmola de milho (ou farinha para polenta)

170 g de farinha de espelta

1 colher de chá cheia de fermento em pó

1 colher de café de bicarbonato de sódio

175 g de framboesas e mirtilos (ou outros frutos vermelhos)

 

Para o glacé

1,5 chávenas* de açúcar em pó

Sumo de limão qb

*250 ml de capacidade

 

Ligue o forno nos 180º.

Unte muito bem uma forma de bolo inglês com cerca de 12 cm x 26 cm.

Numa taça, bate bem os ovos com o açúcar, o azeite e a raspa de limão.

Junte a sêmola de milho e depois, peneirando, envolva a farinha, o fermento e o bicarbonato.

Envolva os frutos em farinha (uma tentativa para que não se afundem) e junte a maior parte à massa, reservando alguns para espalhar por cima da massa já na forma (outra tentativa, algo inglória, para que não vão todos parar ao fundo).

Verta a massa para a forma, espalhe os frutos que deixou para o fim e leve a cozer cerca de 1 hora (faça o teste do palito para ver se está pronto, este deve sair limpo quando espetado no centro do bolo).

 

Para o glacé, coloque o açúcar em pó numa taça, junte um bom fio de sumo de limão e mexa com um batedor de varas. Junte mais sumo se achar que precisa, mas apenas a quantidade estritamente necessária para obter um glacé macio e brilhante, mas ainda assim grosso e opaco. Verta por cima do bolo já arrefecido. Se desejar, termine com raspas de limão.

 

GOSTARAM DESTE BOLO? ENTÃO, TAMBÉM VÃO GOSTAR DESTES:

 

Teresa Rebelo

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