A ideia de ter muita gente para jantar ou almoçar pode parecer assustadora. Com uma família grande, que gosta de se juntar e celebrar as datas mais importantes, o medo não teve grande hipótese de se instalar cá em casa e são várias as ocasiões em que tenho cerca de trinta pessoas para alimentar. Esta receita é ideal para esses momentos de festa: vistoso, saboroso e fácil de fazer, é um arroz perfeito para refeições volantes, que combina com os salgados que normalmente pomos na mesa - e que até podem chegar pela mão dos convidados: panadinhos, rissóis, carne assada fatiada e muitas outras opções. Outra das vantagens deste arroz, é que pode ser feito com os ingredientes que mais gostarem ou com aquilo que andar pelo frigorífico a precisar de destino. Um arroz democrático, que se dá bem com todos e fica bem em qualquer mesa: eu usei feijão verde, cenoura, pimento vermelho, paio e chouriço, mas as combinações são ilimitadas: ervilhas, alho francês, bacon, couve branca, pimento verde...
Preparar os legumes e parti-los em cubos ou pedacinhos de tamanho semelhante.
Picar a cebola e o alho.
Preparar os enchidos, retirando a pele ao chouriço e partindo tudo em pedacinhos.
Colocar água a ferver.
Levar um tacho ao lume com um bom fundo de azeite. Juntar a cebola e o alho e deixar cozinhar até a cebola ficar transparente e mole e a querer alourar.
Juntar os legumes ao tacho e deixar saltear. De seguida juntar o chouriço e o paio, mexer e deixar cozinhar um pouco. Adicionar o arroz, envolver tudo muito bem e deixar 'fritar' um pouco. Por fim juntar a água a ferver, temperar de sal e mexer bem. Deixar levantar fervura, tapar, reduzir o lume para o mínimo e deixar cozinhar cerca de 12 minutos. Desligue e mantenha na panela até servir.
Nota: pode facilmente dobrar e triplicar a receita, ajustando o tamanho da panela e o tempo de cozdura.
[Texto e receita publicados no jornal Observadorem 17 de fevereiro de 2015]
Há mais emAvintes do que broa*. Há amigos. E dos bons. E não é de descuidar a amizade comalguém de Avintes, sobretudo se for um orgulhoso inveterado da sua terra que,entre outras coisas, nos faz chegar a casa a melhor broa – aquela escura ehúmida, que nada tem a ver com a que se vê nos supermercados - mesmo que nosseparem centenas de quilómetros.
Claro queestas minitartes, de sabores bem portugueses combinados sem segredo, podiam tersido feitas com outro tipo de broa. Mas não era a mesma coisa.
MINITARTES DE BROA DE AVINTES, ALHEIRA E ESPINAFRES
Para 4 ou 5,dependendo do tamanho das formas
130 g debroa
20 g deazeite
¼ de alheirade boa qualidade
2 chávenasalmoçadeiras de espinafres frescos
Azeite qb
2 dentes dealho picados
4 ou 5 ovosde codorniz
Pimentapreta acabada de moer
Pré-aqueça oforno nos 180º. Unte forminhas de queque com manteiga ou azeite e polvilhe comfarinha. Rale a broa num processador de cozinha. Junte o azeite e envolva, deveficar uma massa moldável. Forre as forminhas de tarte com a massa,pressionando-a no fundo e à volta, esticando-a bem com os polegares; nãoprecisa de forrar as paredes das formas até cima. Retire a pele à alheira edistribua o recheio pelas formas. Leve ao forno cerca de 15/20 minutos, até aalheira começar a borbulhar e massa de broa começar a ficar crocante.Entretanto salteie os espinafres (ou outras folhas verdes, como por exemplogrelos previamente cozidos al dente, com 1 dente de alho picado num fio de azeite. Retire as tartes doforno, distribua os espinafres, pressione um pouco para formar uma cavidade emcada tarte e coloque aí um ovo de codorniz (para partir os ovos de codorniz,pouse o ovo numa tábua, segure-o com cuidado e abra-o com uma faca afiada,começando por espetar esta na casca, sem pressionar demasiado). Leve ao fornomais 10 minutos ou até o ovo estar ao seu gosto (vá espreitando). Deixearrefecer um pouco, desenforme com a ajuda de uma faca, salpique com um poucode pimenta preta acabada e moer e sirva acompanhado de uma salada.
*Para osinteressados, aqui fica a informação de que todos os anos, em setembro,realiza-se a Festa daBroa, uma oportunidade excelente para ficar a conhecer melhor este produtotradicional e, já agora, outros tesouros de Avintes, como por exemplo, o Parque Biológico de Gaia e o Zoo de Santo Inácio.