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Lume Brando

17
Mar15

A Primavera vai e volta sempre.



















A poucos dias de entrarmos oficialmente numa das minhas estações do ano favoritas, recordo-me da cantiga que a minha avó Maria tantas vezes cantarolava e cujo refrão dizia: "A Primavera vai e volta sempre, a mocidade vai e não volta mais".

A minha avó vivia a cantar. Cantava enquanto cozinhava, cantava enquanto costurava, cantava enquanto estendia ou apanhava a roupa da corda que ainda hoje existe no quintal dos meus pais.
Apesar de estar sempre a cantar, fazia-o de uma forma muito serena e tranquila. Lembro-me muitas vezes da sua calma (e penso como gostava de ter herdado essa característica), sobretudo naquelas alturas em que tropeço em contrariedades minúsculas, mas que, pelo menos durante alguns minutos, me parecem gigantescas.

Este bolo é para isso: um pretexto para fazermos uma pausa, para respirarmos fundo e desvalorizarmos os contratempos. Com uma fatia de um lado e uma chávena de chá do outro, fazemos tranquilamente uma viagem às coisas boas que já passaram e alinhavamos planos para o futuro. Porque mesmo que a letra da música o negasse, a minha avó sabia que a mocidade é um estado de espírito.



BOLO DE CITRINOS E PASSAS COM GLACÊ DE LIMÃO

Para o bolo:
120 g açúcar
3 ovos médios
85 g de farinha
10 g de fermento em pó
25 g de sumo de laranja + 1 pouco para demolhar as passas/sultanas
25 g de sumo de limão
25 g de azeite suave, óleo vegetal ou manteiga amolecida
Raspa de 1 laranja
1/2 chávena de uvas-passas e/ou sultanas
Vinho Moscatel qb

Para a calda:
Sumo de 1 laranja
Açúcar a gosto

Para a cobertura:
200 g de açúcar em pó
Sumo de 1 limão

Para a decoração:
Folhas de hortelã
Clara de ovo
Açúcar qb

Com algumas horas de antecedência coloque numa taça as passas e/ou sultanas e cubra com uma mistura de sumo de laranja e vinho moscatel. Também com alguma antecedência, lave as folhinhas de hortelã, seque-as bem em papel de cozinha, pincele-as com clara de ovo e passe-as por açúcar que colocou numa tacinha. Sacuda o excesso e deixe as folhas a secar sobre papel vegetal.

Entretanto ligue o forno nos 180º.
Unte bem uma forma pequena de buraco e polvilhe-a com farinha (este é um bolo relativamente pequeno, se quiser usar uma forma normal/média, dobre a receita).
Numa taça, junte os ovos, o açúcar, a raspa de laranja, o azeite (ou outra gordura escolhida), o sumo dos citrinos, a farinha e o fermento. Misture tudo, até ficar uma massa uniforme, mas não mexa em demasia. Retire as passas/sultanas da taça e seque-as com papel de cozinha. Envolva-as em farinha e junte-as à massa do bolo*. Verta a massa para a forma e leve a cozer cerca de 25-30 minutos. Faça o teste do palito antes de retirar o bolo do forno.

Para fazer a calda, junte ao sumo de laranja açúcar a gosto. Leve ao lume até o açúcar estar dissolvido. Verta com cuidado por cima do bolo. Se este já tiver arrefecido, pique-o com um palito antes de regar com a calda, para que esta se infiltre mais facilmente.
Passe o bolo para o prato de servir e deixe arrefecer completamente.

Para fazer o glacê, deite 150 g do açúcar em pó numa taça e vá juntando sumo de limão, mexendo energicamente com um batedor de varas. Deve ficar um creme brilhante, opaco e sem grumos, mas pode não precisar de usar o sumo todo. O açúcar em pó que colocou de lado pode servir para engrossar o glacê, caso ache que esteja líquido. Este glacé fica bastante ácido, se não apreciar, dilua o sumo de limão em água ou então use clara de ovo em vez do sumo. Quando atingir o ponto desejado, verter com cuidado sobre o bolo. Terminar com as folhas cristalizadas de hortelã.


*Supostamente, envolver as passas e as sultanas em farinha faz com que se prendam à massa e não desçam até ao fundo da forma. No meu caso não resultou e acabaram por ficar concentradas no topo do bolo. Para a próxima vou introduzir as passas ou as sultanas na massa já depois desta estar na forma.

05
Mar15

Hoje há queques para o lanche.


















Quem tem filhos em idade escolar e precisa de lhes preparar lanches todos os dias, sabe que não é fácil quebrar-lhes a rotina. Os meus habituaram-se de tal forma ao pão com queijo ou fiambre + iogurte (a fruta fica para o pequeno-almoço e para o final das refeições), que sempre que lhes aceno com algo um bocadinho diferente torcem o nariz. Mas de vez em quando experimento receitas para ver se são do seu agrado, até porque nesta fase parecem estar sempre com fome! Fazem três lanches por dia, dois deles à tarde, e mesmo assim chegam à hora do jantar cheios de apetite e a fazer a mesma e invariável pergunta: "mãe, o que é o jantar?". Mesmo conhecendo a minha resposta mais frequente, que tantas vezes ouvi da minha mãe: "o jantar são línguas de perguntador." Rimo-nos e pronto: mesmo que o prato não seja um dos favoritos, já não reclamam tanto. Acho que tenho muita sorte com os meus piratas.

Estes queques não são para mandar na lancheira todos os dias, claro que não. São um mimo para de vez em quando e espero que venham a fazer parte das suas (boas) recordações de infância. Pelo menos, ficaram aprovados à primeira fornada. A receita é do livro 'Mãos à obra', da autora de um blog que sigo de forma fiel, o Saídos da Concha. A Constança Cabral, aka Concha, é uma inspiração para mim e suspirava pelo seu livro desde que saiu. No meu aniversário, um grupo de amigas atendeu aos meus desejos e, como vêem, já comecei a arregaçar as mangas ;)

















QUEQUES
(receita deste livro)

Fiz metade da receita original e rendeu-me 17 queques.
As quantidades que usei e os procedimentos que segui são os que coloco aqui.

250 g de açúcar
150 g de manteiga amolecida
6 ovos à temp. ambiente
150 ml de leite morno
250 g de farinha de trigo
1/2 colher de chá de fermento em pó

Pré-aqueça o forno nos 180º.
Prepare as formas para queques, forrando-as com forminhas de papel ou cortando quadrados de papel vegetal (ficam bonitos com o papel vegetal, mas é bem mais prático usar formas de papel; concluí que a forma mais fácil de forrar as cavidades com o papel vegetal é amachucá-lo primeiro).
Bata bem o açúcar com a manteiga, até obter um creme esbranquiçado. Junte os ovos, um a um e continue a bater. Adicione o leite, mexa bem e por fim envolva a farinha e o fermento. Distribua pelas formas e leve a cozer cerca de 15 minutos (usei a função ventoinha, uma vez que coloquei dois tabuleiros no forno ao mesmo tempo e acho que assim o calor se distribui mais facilmente, mas o melhor é fazer o testo do palito, quando começarem a ficar dourados: se sair limpo, estão prontos. Retire das formas e coloque-os a arrefecer sobre uma grade.

P.S.: Esqueci-me de contar aqui no blog que estou a colaborar com o jornal Observador! De quinze em quinze dias é publicada uma receita nova saída da cozinha do Lume Brando. Vejam aqui a mais recente: minitartes de limão e framboesa.



Teresa Rebelo

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