As ameixas do quintal dos meus pais começaram a chegar.
Não estão tão doces nem tão grandes como em anos anteriores (tempo doido, queres dizer alguma coisas sobre isto?) mas, mesmo assim, comem-se bem ao natural.
Só que o cesto vinha carregado e decidi usar algumas num bolo.
Adoro bolos com fruta, em especial os 'upside down cakes' (bolo invertido? não sei se em português existe algum equivalente para designar este tipo de bolo, em que a fruta é colocada em primeiro lugar na forma, antes da massa), porque ficam sempre bonitos e vistosos, sem necessidade de decoração (acabei por polvilhar este com açúcar em pó, mas não se revelou muito boa ideia, pois a humidade da fruta absorveu imediatamente o açúcar).
Um bolo perfeito para o lanche, num destes dias em que apesar do calendário dizer Verão, o chá que mais apetece não é o gelado.
Para outro bolo invertido de fruta, espreitem esta receita com kiwi e chocolate.
BOLO INVERTIDO DE AMEIXAS
Cerca de 20 ameixas pequenas 170 g + 2 colheres de sopa de açúcar amarelo 90 g de Vaqueiro líquida 4 ovos 1 limão 180 g de farinha 2 colheres de chá de fermento em pó Pré-aqueça o forno nos 180º. Unte uma forma redonda com ou sem buraco e unte-a muito bem com manteiga, polvilhando-a depois com farinha. Descasque, descaroce e fatie as ameixas, colocando-as numa taça juntamente com 2 colheres de sopa de açúcar amarelo. Obtenha a raspa do limão e reserve, juntando depois um fio de sumo de limão às ameixas. Numa taça, bata o açúcar com a margarina. Junte os ovos, um a um. Adicione a raspa de limão. Envolva a farinha e o fermento em pó. Forre o fundo da forma com as ameixas e o suco entretanto criado. Verta na forma a massa e leve ao forno cerca de 40 minutos ou até estar bem dourado e um palito sair seco do interior do bolo. Deixe arrefecer um pouco e desenforme com cuidado.
Acho que já vos tinha dito que regularmente contribuo com uma receita para a rubrica "À volta da mesa", do apetitoso Simplesmente Baby.
Apesar de não ser obrigatório, tento apresentar receitas que não tenham sido publicadas no blog, pois é uma maneira de me forçar a cozinhar mais e a experimentar coisas novas.
Como adoro toranja, tanto em sobremesas como em saladas, resolvi fazer uma versão com esta fruta, que sei não ser consensual. Mas uma das coisas boas desta receita é poder ser adaptada a qualquer fruta, bastando ajustar a quantidade de açúcar ou do adoçante (o Filipe usou geleia de agave, eu usei açúcar em pó). O verdadeiro segredo é congelar a fruta com antecedência (e ter um robot de cozinha potente).
Se os gelados cá em casa se comem durante todo o ano, já dos sorvetes gostamos mais deles no tempo quente.
Mas mesmo que o Verão deste ano, à semelhança da sua irmã Primavera, apresente sintomas de bipolaridade, esta guloseima gelada promete alegrar os nossos dias compridos.
SORVETE DE TORANJA
500 g detoranja descascada, sem a pele branca, partida aos pedaços e congelada
80 g deaçúcar em pó (ou a gosto)
1 clara deovo
Folhas dehortelã para decorar
Com antecedência,descascar as toranjas descartando a pele branca, partir em pedaços pequenosaproveitando o sumo, dividir por sacos pequenos e levar ao congelador durantepelo menos 12 horas (partir em pedaços pequenos e congelar em porções vaipermitir picar a fruta facilmente num processador de cozinha).
Quandoquiser fazer o sorvete, retire a fruta do congelador e, com a ajuda de uma facae de uma tábua, separe os pedaços de fruta. Coloque-os num processador dealimentos ou robot de cozinha (convém ser um equipamento potente, tipo Bimby), juntamentecom o açúcar. Pique até obter uma pasta homogénea, prove e retifique o açúcarse for caso disso.
Junte a clara de ovo e volte a envolver tudo até obter atextura desejada.
Sirva de imediato ou leve ao congelador para servir maistarde.
Não gosto de extremos. Talvez por isso as minhas estações do ano preferidas sejam a Primavera e o Outono: nem muito frio, nem muito calor. Adoro o sol, mas confesso que em dias de muito calor fico bloqueada. As temperaturas do último fim-de-semana já me deixaram de andar arrastado e pensamento preguiçoso, por isso, não foi com maus olhos que encarei o dia de hoje: um pouco nublado, mas quente o suficiente para continuarmos a aproveitar as coisas boas da época: calçado leve, manga curta e receitas frescas na mesa.
Achei genial esta ideia de fazer sanduíches com fatias de melancia, que vi na revista Sale&Pepe, numa edição que comprei o ano passado em Bérgamo, nesta viagem maravilhosa. Desde essa altura que a queria pôr em prática e hoje, finalmente, consegui.
Ficam tão bonitas, mas tão bonitas! E mais saudável é praticamente impossível. Como entrada, prato principal leve, para completar um brunch... perfeitas para qualquer uma destas situações, nestes dias que se querem mais longos.
SANDUÍCHES DE MELANCIA E QUEIJO MOZZARELLA FRESCO (adaptado daqui)
Para 2
2 fatias de melancia cortadas ao meio e sem casca 1/2 bola de mozzarella fresca 1 mão cheia de rúcula 1/4 de cebola roxa 1/2 dúzia de azeitonas pretas descaroçadas 1 rodela de tomate Azeite qb Flor de sal qb Pimenta preta acabada de moer qb Folhas de manjericão para decorar
Cortar e tirar a casca às fatias de melancia. Picar a rodela do tomate, algumas tiras de cebola roxa e as azeitonas. Colocar numa taça e temperar com um pouco de azeite, flor de sal e pimenta preta. Cortar o queijo mozzarella em fatias. Num prato de servir colocar metade de uma fatia de melancia, colocar por cima uma camada de mozzarella, temperar com um pouco de flor de sal e pimenta preta. Colocar por cima um pouco de rúcula e algumas tiras de cebola roxa. Temperar com um pouco de azeite. Colocar a outra fatia de melancia e terminar com um pouco da mistura de azeitona/tomate e cebola picados. Levar ao frigorífico uns 15 minutos e decorar com folhinhas de manjericão mesmo antes de servir.
Nota: a receita original pede queijo fresco de cabra, mas eu não tinha. Com queijo feta também deve ficar muito bom, tenho de experimentar estas versões!
A passos de caracol, vou testando as receitas que mais curiosidade me despertam. Usar curgete em bolo estava na lista há anos, talvez desde que conheço o Chocolate & Zucchini - um dos blogs de cozinha estrangeiros que sigo há mais tempo. Na verdade, não consigo encontrar uma explicação para nunca ter experimentado, mas desta vez os astros alinharam-se a favor deste desejo antigo. Recentemente, comecei a receber o cabaz semanal da Prove, um serviço de entrega em casa de legumes e fruta de agricultores locais. Estou bastante satisfeita com os produtos, mas nem sempre é fácil conseguir gastar todo o cabaz num semana (e o meu congelador é muito pequeno). Este bolo surgiu por isso como a solução ideal para dar uso a uma curgete grande (e as grandes só gosto de usar na sopa), que andava há já uns dias no frigorífico.
Confesso que fiquei na dúvida se havia de partilhar ou não esta experiência, porque não foi daquelas paixões à primeira fatia. Mas levei o bolo para a reunião da associação de pais da escola dos meus rapazes, e os meus colegas, que ao contrário de mim o apreciaram bastante, incentivaram-me a que o publicasse.
Em todo o caso, acho que o problema de eu não ter gostado muito do bolo não está na curgete, mas sim na baunilha. Nas raras vezes que usei baunilha em bolos de chocolate, eles ficaram com um certo travo a bolo 'de compra', a que costumo torcer o nariz. Conclusão: vou ter de voltar a fazê-lo, mas sem a baunilha para tirar a teima...
120 ml de azeite extra virgem (usei Gallo frutado) 240 farinha sem fermento 60 g cacau em pó 1 colher de chá de bicarbonato de sódio 1/2 colher de chá de fermento em pó 1/2 colher de sal de chá fino (usei um pouco menos) 180 g de açúcar amarelo 1 colher de chá de extracto de baunilha (para a próxima não vou usar!) 1 colher de chá de café solúvel (usei 1 pacotinho de Nescafé) 3 ovos 350 de curgete ralada com casca 160 de chocolate preto em pepitas (piquei grosseiramente esta quantidade de chocolate de culinária na Bimby) Açúcar em pó para servir
Pré-aquecer o forno nos 180º. Untar com manteiga uma forma grande (25 cm de diâmetro) e polvilhar com farinha. Forrar o fundo com papel vegetal e voltar a untar/polvilhar. Ralar a curgete e pesar as pepitas de chocolate (ou picar o chocolate equivalente). Numa taça grande juntar a farinha, o cacau, o fermento, o bicarbonato e o sal. Noutra taça grande, bater o azeite com o açúcar. Adicionar a esta mistura o café solúvel, a baunilha e os ovos, mexendo bem entre cada adição. Adicione grande parte da mistura de ingredientes 'secos' (farinha, cacau etc.) à taça dos 'líquidos' e mexa só até ficar uniforme. Adicionar a curgete e o chocolate à taça dos ingredientes 'secos' reservados e envolver bem. Juntar à restante massa, sem mexer demasiado. Verter para a forma, alisar e levar a cozer cerca de 50 minutos ou até um palito sair seco do interior do bolo. Desenformar, deixar arrefecer e polvilhar com açúcar em pó antes de servir. Se gostar de contraste de texturas, sirva cada fatia com uma colherada de iogurte natural tipo grego sem açúcar, polvilhado de pistácios picados.
Aviso à navegação: este é um post sem receita. Há já algumas semanas que não consigo cozinhar nem fotografar para o blog, o que deixa uma parte do meu coração vazio, porque trabalhar para este projecto é uma das coisas que mais prazer me dá. O final do ano escolar é sempre uma altura com vários compromissos, incluindo alguns ligados à instituição onde faço voluntariado. Para além disso, estive a organizar e a orientar um workshop de cozinha privado, tenho os rapazes a terminar o ano lectivo e, na última semana, andei atarefada a organizar a Primeira Comunhão do mais velho.
Um momento importante para toda a família, que me deixou tão feliz quanto nostálgica e pensativa. Estava grávida do L. quando criei o Lume Brando, em 2004. Isto significa que o blog vai fazer 10 anos lá mais para o fim do ano. Será que é desta que festejo a data? Quem me conhece e me segue no facebook sabe que adoro festas, mas surpreendentemente nunca celebrei os aniversários do blog, talvez porque goste mais das festas reais do que das virtuais.
E é precisamente a 'real party' de domingo passado, que aqui vos trago. Foi um almoço apenas para a família mais próxima, mas mesmo assim quis tornar o dia especial, com detalhes simples mas bonitos, com destaque para as flores naturais. Costumo dizer que se fosse rica, permitia-me dois luxos: roupa de cama lavada todos os dias e flores naturais, frescas, em toda a casa, todos os dias. Como isso não é possível, pelo menos nas festas tento satisfazer esta minha paixão por flores, sobretudo pelas brancas e campestres.
O sol e o cenário - uma casa no campo dos avós paternos - ajudaram e muito à magia deste dia. Alguns elementos da decoração foram feitos de propósito, como a grinalda e os pompons de papel (que uma das minhas sobrinhas carinhosamente conseguiu fazer entre os seus momentos de estudo, obrigada, L.!), mas a maior parte das coisas eu já tinha: o prato do bolo, os castiçais, os dispensadores de sumo (um daqui, os outros daqui), a moldura da ementa, a lousa do bar (que é dos meus filhos), as bases de tronco, os frascos que usei para as flores, os toppers em ardósia dos arranjos, etc.
Deu trabalho? Sim (não só a mim, como aos avós e a todos os que colaboraram de alguma forma). Mas ver o L. tão feliz e bem-disposto, diz-me que valeu a pena.