Actualização à receita: para evitar que a massa fique tão pegajosa, utilizem apenas 30 ml de leite. Já fiz de novo, reduzi ao leite e ficou igualmente boa :)
Apesar de ser muito parecida com um strudel (curiosamente, no caderno, existe uma receita chamada "strudel com chouriço"), apresenta-se como "torta de maçã".
A massa, no entanto, não tem nada a ver com a massa de bolo que normalmente associamos a uma torta, estando mais perto de uma massa quebrada leve e estaladiça.
Esta é a versão original, que achei perfeita para ser comida ao lanche, mas tenho a certeza de que ficará bem com outro recheio, nomeadamente com outra fruta.
Ontem, o programa "O nosso tempo", da RTP1, incluiu uma reportagem sobre cozinha, da autoria do jornalista Pedro Oliveira Pinto, onde apareço durante alguns segundos e onde faço, precisamente, esta torta :)
E antes de passarmos à receita, aproveito para agradecer o feedback positivo a esta minha breve aparição na TV, que comecei a receber mal o programa terminou, tanto aqui no blog, como no facebook.
Obrigada pelos vossos comentários tão simpáticos!
Torta de Maçã
250 g de farinha sem fermento
125 g de manteiga (à temperatura ambiente)
2 ovos
1/4 de chávena de leite
500 g de maçãs
25 g de corintos (usei uvas-passa partidas ao meio)
6 colheres de sopa de açúcar (ou aproximado, de acordo com o tipo de maçãs)
Canela qb (usei, apesar de não estar na receita)
Juntar numa taça a farinha, os ovos, o leite e a manteiga, e amassar bem.
A massa vai ficar um pouco pegajosa: colocar farinha nas mãos e na superfície da massa para conseguir moldá-la numa bola grande.
Deixar repousar cerca de 1 hora.
Entretanto, descascar e partir as maçãs aos cubinhos, que podem levar umas pinguinhas de sumo de limão, para não oxidarem.
Pré-aquecer o forno nos 190º.
Estender a massa sobre papel vegetal, com um rolo de cozinha, até formar um rectângulo.
Espalhar por cima as maçãs, os corintos ou as uvas-passa e polvilhar com o açúcar e a canela.
Enrolar com cuidado - a receita diz para lhe dar um formato de "meia coroa" - e levar ao forno durante cerca de 45 minutos (eu decidi polvilhar com açúcar antes de ir ao forno, mas é opcional).
Notas:
- Usei uma chávena-medida de 250 ml, o que dá cerca de 60 ml de leite;
- Se desejar, coloque os corintos ou as uvas-passa dentro de uma tacinha com vinho do Porto, no início da receita, para hidratarem e darem um sabor especial à torta.
No caderno de receitas da minha mãe, sobre o qual podem ficar a saber mais aqui, para além de muitas receitas algo elaboradas e inspiradas na cozinha francesa, encontramos também sugestões muito simples, como estes bolinhos de coco. Nunca tinha feito 'cocos' e há anos que não os comia, por isso achei que estava na hora de experimentar estes. Ficaram muito bons, mas concluí que temos de ter muito cuidado com a cozedura para que não fiquem secos (como em todas as receitas do caderno, também nesta não vêm referidos nem o tempo de cozedura nem a temperatura do forno). O ideal é usar uma temperatura alta durante pouco tempo, para que fiquem com uma cor bonita, mas ainda húmidos por dentro.
Bolinhos de coco (para cerca de 20, em forminhas um pouco maiores do que as de brigadeiro) 200 g de coco ralado 150 g de açúcar 3 ovos
Pré-aquecer o forno nos 200º. Bater os ovos com o açúcar, com um batedor de varas, por exemplo, e juntar o coco. Dividir a massa pelas forminhas de papel com a ajuda de duas colheres de sobremesa (se usarmos saco e bico pasteleiro, vão ficar com aquela forma ondulada dos de compra). Levar ao forno numa posição média ou superior durante 10 a 15 minutos, no máximo.
Sou a Teresa. Nasci no ano da revolução, sou casada e tenho dois filhos rapazes, com 11 e 9 anos. Vivo na Maia, a 15 minutos do Porto, essa cidade que me enche de orgulho de ser portuguesa e do norte.
Sou licenciada em Comunicação Social pela Universidade do Minho e fiz uma pós-graduação em Marketing, tendo trabalhado vários anos como redatora publicitária. Quando me tornei freelancer, ganhei tempo para a família, nomeadamente para os meus dois piratas, e para o Lume Brando, blogue que criei nos finais de 2004.
Na minha família, cozinhar e celebrar as datas especiais em casa é algo natural, que tem vindo a ser perpetuado pelas gerações mais novas. Desde que me conheço que adoro ler livros de cozinha como se fossem romances e passar horas em frente ao fogão e ao forno. No entanto, fico dividida e não sei o que responder quando me perguntam se gosto mais de cozinhar... ou de comer!
Cozinho de tudo, mas o que me dá mais gozo fazer são entradas, petiscos, sobremesas e bolos, e são essas as receitas que mais vezes aparecem no blogue. Recentemente, fui convidada pela Matéria-Prima Edições a escrever um livro. “Estava Tudo Ótimo!” chega às livrarias em outubro de 2016 e é a resposta a esse desafio, reunindo duas das minhas paixões: a cozinha e as mesas bonitas.
"Got milk?" é há vários anos o headline das campanhas de incentivo ao consumo de leite de vaca nos Estados Unidos. Os anúncios mais conhecidos são aqueles em que os famosos aparecem com um bigode branco, supostamente de quem acabou de beber leite com sofreguidão e prazer, mas foi de outra campanha que me lembrei quando comi a primeira destas bolachas.
Nesses anúncios, o protagonista era uma bolacha com pepitas de chocolate, uma fatia de brownie escuro e húmido ou uma sanduíche recheada com manteiga de amendoim, acompanhados da célebre frase. E a verdade é que se demorássemos o olhar na imagem e na pergunta, produzia-se um certo desconforto. Sentia-se, de facto, a falta do leite, como se não pudessem existir um sem o outro, como se não fosse possível comer com prazer aquela guloseima sem o leite a acompanhar.
Pelo menos para mim, que gosto de leite e dele simples, a campanha funcionava. E por isso digo que estas podiam ser as bolachas dos anúncios. Ainda que sejam boas de qualquer maneira - crocantes e com um sabor que faz lembrar umas bombásticas do IKEA, não com pepitas mas com um dos lados banhados em chocolate - acompanhadas de um copo de leite bem frio sabem ainda melhor...
Bolachas com pepitas de chocolate (deste livro de Nigella Lawson )
150 g de manteiga sem sal 125 g de açúcar mascavado 100 g de açúcar 'normal' 2 colheres de chá de extracto de baunilha (usei 1) 1 ovo frio 1 gema fria 300 g de farinha 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio 325 g de pepitas ou pedacinhos de chocolate de culinária (usei 150 g em pedacinhos)
Pré-aquecer o forno nos 180º e forrar dois tabuleiros com papel vegetal. Derreter a manteiga e deixar arrefecer um pouco. Colocar todo o açúcar numa taça e juntar-lhe a manteiga, misturando bem. Juntar a baunilha, o ovo e a gema (saídos directamente do frigorífico). Adicionar a farinha e o bicarbonato de sódio, mexer bem, e por fim envolver as pepitas ou os pedacinhos de chocolate. Se a massa ficar como a minha, bastante consistente, vai poder fazer bolinhas com as mãos. Molde-as, do tamanho um pouco maiores que brigadeiros, e coloque-as num dos tabuleiros com papel vegetal, bem separadas entre si, pois vão alargar e achatar. Também pode usar uma colher de gelados pequena. Levar a restante massa ao frigorífico enquanto o primeiro tabuleiro coze, o que deve demorar à volta de 20/25 minutos. Pouco antes de retirar o primeiro tabuleiro do forno, fazer mais bolinhas, colocando-as no segundo tabuleiro, e assim sucessivamente, reservando sempre a massa que sobra entre cada tabuleiro no frigorífico. Cinco minutos após as bolachas terem saído do forno, colocá-las a arrefecer sobre uma grade. Guardar em recipientes herméticos.
Notas:
- A receita original fala em 14 bolachas, mas deve ser gralha: rendeu-me 50 de tamanho médio (e no livro não parecem ser exageradamente grandes); - Desta vez segui a receita à risca e não coloquei dois tabuleiros no forno de cada vez, mas para a próxima irei fazê-lo, para poupar tempo e energia; - Nas fotos do livro, vê-se que Nigella usa a batedeira para misturar os ingredientes da massa; eu usei uma colher de pau e foi pacífico; - Vai parecer impossível que as bolas (feitas à mão ou com a colher de gelado) se transformem em bolachas quase planas, mas vá espreitando o forno e verá a magia acontecer.
Como já disse aqui, no início da década de 60, a minha mãe frequentou uma espécie de escola de preparação para a vida doméstica, chamada "Obra das Mães para a Educação Nacional".
Apesar de ter sido ideia dos pais, sobretudo do meu avô, e ideologias políticas à parte (a Obra das Mães era uma criação do Estado Novo), a minha mãe e uma tia que a acompanhou nesta espécie de formação para donas de casa, guardam as melhores recordações dessa experiência.
No Porto a escola ficava na zona de Miguel Bombarda, mas havia espaços da Obra das Mães noutras cidades do país. Aqui não se aprendia só culinária: havia também lições de puericultura, corte e costura, lavores e pintura.
Desde pequena que as ouço falar com saudade desses tempos da sua juventude, das coisas que aprenderam a fazer, das colegas de turma com quem conviveram e das magníficas professoras que tiveram.
Felizmente, o caderno onde a minha mãe apontava as receitas das aulas práticas de cozinha sobreviveu até aos dias de hoje. Em cada aula aprendiam a fazer uma sopa, um prato principal e respectivo acompanhamento, um salgado para entrada ou lanche e uma ou duas sobremesas. Nestes menus podemos encontrar nomes tão sugestivos e elegantes quanto "bacacalhau nevado" e "bacalhau em conchas", "ovos cogumelos", "perdizes recheadas e estufadas", "rolo galantine", "bavaroise de laranjas"ou "pirâmide de choux".
A minha missão para os próximos tempos é tentar replicar estas receitas e completá-las: nelas nunca aparece referida a temperatura do forno nem o tempo de cozedura, por exemplo.
Assim, depois do creme gelado de castanhas, seguem-se estes 'queques de picado', perfeitos para o aproveitamento de sobras de carne. Fiquei encantada com a massa: leve e saborosa.
Apenas uma última curiosidade antes de passarmos à receita: na altura os meus pais já namoravam e foi o meu pai que personalizou, à mão, a capa do caderno...
Nota: acrescentei à receita, já depois de publicada, a referência ao sal! Na receita original não consta, mas achei importante adicionar.
Queques de picado (para 10/12) 1 chávena de farinha sem fermento 1 colher de sopa de fermento em pó 1 chávena de leite 1 colher de sopa de manteiga derretida 1 ovo 1 pitada de sal Picado de carne a gosto (no caderno, são dadas indicações para assar a carne e fazer o picado; eu usei restos de carne assada com algum molho, triturados grosseiramente, e segui a sugestão de passá-los por uma sertã com cebola picada alourada em azeite, um borrifo de vinho do porto e uma colher de sopa de farinha para ligar) Pré-aquecer o forno nos 180º. Untar muito bem 12 formas para queques ou um tabuleiro de queques Numa taça juntar a farinha, o fermento e o sal. Adicionar o leite aos poucos mexendo bem. A meio da adição do leite, juntar a gema e a manteiga Terminar de juntar o leite e, por fim, adicionar a clara entretanto batida em castelo. Verter uma porção de massa no fundo das formas e uma colher de sopa mal cheia de picado por cima. Cobrir com mais massa. Não encher as formas até cima, pois a massa cresce bastante. Levar a cozer cerca de 25 minutos.
Algumas notas: - usei uma chávena-medida de 250 ml; - deve untar-se realmente bem as formas: como usei um tabuleiro anti-aderente fui baldas a untar as cavidades, mas depois os queques custaram imenso a sair, pois a massa leva muito pouco gordura; em alternativa, pode levar-se a cozer já nas forminhas de papel; - eu coloquei muito pouca massa no fundo da forma, da próxima vez irei colocar mais quantidade; a tendência será sempre o recheio baixar, mas julgo que se tivesse colocado um pouco mais de quantidade de massa em baixo, o recheio teria ficado mais no centro.
É verdade que quanto mais avançamos no Outono, menos nos apetece saladas frias. Mas esta é especial.
No Mercado de Sabores do Continente do passado fim-de-semana, numa das banquinhas de legumes de produtores nacionais, provei sopa de abóbora Hokkaido, um tipo de abóbora que não conhecia.
Apesar de ter achado o sabor um pouco forte, fiquei curiosa quando me disseram que esta era uma abóbora que se podia comer crua. E trouxe dois exemplares para casa.
Experimentada primeiro numa sopa, voltei a achar que se notava demasiado o seu sabor, mesmo quando misturada com vários legumes (estranhamente, os meus rapazes não reclamaram).
Mas crua, numa salada em que se juntou à rúcula, à cebola roxa e ao queijo de cabra, foi uma agradável surpresa.
Em cru, o seu sabor pareceu-me estar entre a abóbora 'porqueira' e a abóbora 'menina', mas mais doce do que estas. Raspada num ralador, como se faz com a cenoura, pode mesmo passar por esta, devido à sua cor (se não soubessem, não diriam que era cenoura?)
A salada serviu para acompanhar um suculento hamburguer de carne alentejana (DOP), também comprado no Mercado de Sabores, e ambos foram temperados com produtos oferecidos pela Casa do Sal da Figueira da Foz: na salada, usei Flor de Sal; no hamburguer, usei o Sal para Saladas, que resulta muito bem em grelhados e assados (inclui orégãos, hortelã mourisca e alho).
Foi feita um dia ao almoço, só para mim, mas gostei tanto, que decidi repeti-la ao jantar. O rapaz grande também gostou muito.
Salada de Outono para dois
(as quantidades são meramente indicativas, adaptem-nas ao vosso gosto) Rúcula - 1/2 emb. Abóbora Hokkaido - 1 fatia grossa, descascada e limpa de sementes Cebola roxa - 1/2 Queijo de cabra - 1/2 queijo Palhais Nozes - miolo de 4 ou 5 Laranja - sumo de 1/2 Azeite qb Flor de sal qb Pimenta preta moída na altura qb
Numa taça, fazer uma cama de rúcula Ralar a abóbora num ralador (tipo o que podemos usar para a cenoura) e juntar. Partir a cebola às meias-luas e juntar. Desfazer o queijo grosseiramente e espalhar por cima. Temperar com o molho, feito numa taça à parte com o azeite, o sumo de laranja, a flor de sal e a pimenta. Terminar com as nozes picadas. Envolver antes de servir.
O convite para fazer um show cooking no Porto.Come/ Mercado de Sabores do Continente, de que falei no post anterior e que aconteceu no passado sábado, na Alfândega do Porto, trouxe-me várias coisas boas, para além do momento em si.
Com esse desafio nas mãos e uma vez que o tema eram "os sabores de sempre", decidi finalmente explorar o caderno de receitas que a minha mãe guarda ainda do tempo de solteira, de um curso para futuras donas de casa (sim, no princípio dos anos 60 essa escola existia e chamava-se Obra das Mães).
E que boas receitas, caligrafadas, estão naquele caderninho, do qual agora serei guardiã (pelo menos enquanto a minha mãe não se lembrar de pedi-lo de volta).
Um dos meus objetivos para os próximos tempos, ao estilo Julie Powell, é ir experimentando-as e dar conta aqui do resultado. Duas já foram testadas: o creme gelado de castanha que apresentei no show cooking, e cuja receita segue mais abaixo, e uma torta de maçã deliciosa que também merece um post, assim que a voltar a fazer.
Castanha, maçã, marmelo... nos dias que antecederam o show cooking fiz algumas experiências com estes frutos, pois queria levar algo próprio desta época. E queria que fosse uma sobremesa ou algo doce, uma vez que é o que mais aparece por aqui.
Quando experimentei pela primeira vez esta espécie de gelado, soube que tinha encontrado a receita.
Fiz alguns ajustes ao molho de chocolate e andei à voltas para escolher um topping crocante, até decidir que as nozes ficavam perfeitas.
Depois, resolvi apresentar também este biscoitos, que eu adoro, uma vez que há ingredientes comuns a ambas as receitas.
Eram então estes os sabores que esperavam o público na Praça das Experiências do Porto.Come/ Mercado de Sabores do Continente, às nove da noite do dia 6 de Outubro. Um público que se mostrou bastante mais numeroso do que eu estava à espera.
Apesar de algum nervosismo, acho que correu bem. Senti-me muito confortável daquele lado (mais do que alguma vez havia imaginado) e adorei poder partilhar de uma forma diferente esta minha paixão pela cozinha. Estava muito feliz e acho que isso se nota nas fotos.
Claro que tive umas brancas pelo meio, demorei imenso tempo a destacar as bolachas das folhas de obreia e julgo que me esqueci de dizer que a manteiga para o creme gelado era SEM sal.
Mesmo assim, os cerca de sessenta minutos que ali estive pareceram-me mágicos. E houve uma série de pessoas que contribuíram para isso:
- as minhas 'cobaias', família e amigos, que provam aquilo que faço e me dizem sem rodeios o que pode ser melhorado;
- os comentários e as mensagens de apoio e incentivo que fui recebendo no blog e no facebook;
- o público simpático e interessado (e a presença de muitas caras minhas conhecidas);
- a organização do evento, nomeadamente na pessoa da Rita Sousa, que foi de uma amabilidade e profissionalismo exemplares;
- o Pedro e o Rafael, os assistentes da Escola de Hotelaria do Porto que me foram destinados e que estiveram fantásticos;
- a Chef Justa Nobre, com quem meti conversa umas horas antes (há uns anos não teria tido lata para tal - nem coragem para aceitar o convite, digamos a verdade - mas acho que a idade nos deixa menos envergonhados) e que me aconselhou, com aquele seu registo simples e algo maternal, a relaxar e a improvisar se algo não corresse tão bem;
- e, por último, a Isabel, ou a Laranjinha, do Cinco Quartos de Laranja (e o seu R.): ter sido convidada para o evento já foi muito bom; mas ter sido convidada para um evento que contou com uma das food bloggers portuguesas que mais admiro, foi extraordinário. Apesar de termos tido pouco tempo para conversar, aquele bocadinho foi muito especial. E poder assistir ao seu show cooking antes de ser eu a colocar o avental, foi absolutamente inspirador. Podem ver detalhes da sua participação aqui.
Obrigada a todos (incluindo os amigos 'fotógrafos').
Finalmente, a receita:
Creme gelado de castanha com molho de chocolate e café
250 g de miolo de castanha (frescas ou congeladas: se usar frescas é preciso cerca de 500 g para obter 250 g de miolo) 230 g de açúcar 200 g de manteiga sem sal à temperatura ambiente 6 gemas à temperatura ambiente Leite qb
150 g de chocolate de culinária 75 ml de café expresso 75 ml de água
Nozes picadas para decorar
Cozer as castanhas, cobrindo-as com leite, até estarem bem macias. Se usar castanhas da época, retire-lhes um pouco de casca e pele com uma faca antes de levar a cozer (para não rebentarem); após a cozedura reserve o leite que sobrou e retire as cascas e as peles às castanhas. Triturar bem as castanhas juntamente com o leite da cozedura (este deve ser apenas o suficiente para ligar o puré de castanha: se achar que sobrou muito leite vá juntando aos poucos enquanto tritura; se achar que sobrou pouco, junte mais leite). Juntar ao puré de castanha as gemas previamente desfeitas, o açúcar e a manteiga. Mexer bem e bater com a batedeira eléctrica (de preferência com braço) cerca de 20 minutos numa velocidade média-alta. Se usar a Bimby, programe 10 minutos, com a borboleta, na velocidade 3,5 ou 4. Tem de se obter um preparado muito uniforme, brilhante e cremoso e com um tom acastanhado. Verter para uma caixa de plástico ou pirex com tampa e levar ao congelador idealmente 24 horas antes de servir.
Para o molho:
Levar ao lume em banho-maria (ou então usar o microondas), o chocolate partido em pedaços com a água e o café frio ou morno. Não mexer até o chocolate estar derretido. Assim que estiver, retirar do lume e mexer bem com um batedor de varas. Está pronto a servir.
Para servir: Retirar com antecedência do congelador (15-30 minutos, dependendo do tempo de congelação e da temperatura ambiente), e com uma colher de gelado retirar a dose pretendida para uma taça; verter um bom fio do molho de chocolate e terminar com as nozes picadas.
Algumas notas: - Também se pode levar a congelar numa forma tipo 'bolo inglês' forrada com película aderente: quando for servir, retire com alguma antecedência do congelador, desenforme para um prato e sirva com o molho e as nozes à parte. - O molho poder ser adaptado ao gosto de cada um, com aquela proporção de líquidos para a quantidade de chocolate; neste caso podemos usar, por exemplo, apenas 150 ml de água ou 100 ml de água e 50 ml de café... - Se for consumir o gelado gradualmente, adapte a quantidade de molho, fazendo este no momento de servir (pode, no entanto, ser feito com alguma antecedência e ser depois aquecido).
Muito entusiasmada mas com (imensas) borboletas na barriga: é assim que me sinto, agora que faltam apenas dois dias para o meu show cooking no evento Porto.Come/Mercado de Sabores do Continente 2012. O convite para participar foi uma verdadeira surpresa e só espero não ser traída pelos nervos ou pela timidez nesta minha estreia a cozinhar perante o público.
Se ainda não tiverem programa para sábado à noite, dia 6, apareçam na Alfândega do Porto, das 21h às 22h. Ou então, cheguem um bocadinho mais cedo e assistam ao show cooking da Laranjinha, do Cinco Quartos de Laranja. Ou então, passem lá todo o dia ou mesmo todo o fim-de-semana: não vão faltar motivos de interesse para quem gosta de cozinhar e de comer. O programa está aqui.
Quanto à receita (ou serão receitas?) que vou apresentar... é segredo, mas deixo uma pista fotográfica ali em cima. Só posso adiantar que é doce e que no final o público pode provar.
Nem sempre publico aqui os bolos decorados que vou fazendo. Quem segue o Lume Brando no Facebook já se deve ter apercebido disso. Mas gostei tanto deste bolo, feito para celebrar as bodas de ouro de um casal amigo da minha tia N., que não resisti a trazê-lo aqui.
Ficou tão romântico! Não gosto de pássaros enquanto animais de estimação, mas gosto de apreciá-los a voar livremente ou então representados em ilustrações, loiças, bolos, bolachas... Eu associo-os a coisas boas: paz, natureza, infância, doçura... E vocês?