Todos os anos, por esta altura, costumamos fazer uma escapadinha de quatro ou cinco dias.
Vamos para fora, cá dentro: o Alentejo recebeu-nos dois anos seguidos, o ano passado foi o Douro e este ano voltámos a esta região que, merecidamente, está classificada como Património Mundial da Humanidade.
O Douro não é só paisagem e néctar dos deuses. Não que isto seja pouco: beber um copo de bom vinho a olhar os vários verdes dos socalcos é, só por si, uma experiência que nos reconcilia com a vida, normalmente demasiado buliçosa para que a apreciemos como deve ser.
Mas o Douro são também as pessoas, genuinamente simpáticas, a boa comida, o sossego e o clima, que no Inverno pode ser muito agreste, mas que nos finais da Primavera sabe comportar-se como gostamos: com sol e calor do bom, mesmo quando, num ano atípico, no resto do país faz frio e chove.
Desta vez, a nossa casa durante quatro dias foi esta.
E uso o termo casa porque foi mesmo assim que nos sentimos: nós, o casal amigo que repetiu connosco este destino e as nossas crianças.
Vê-las felizes a descobrir os recantos da quinta ou a brincarem na piscina enquanto se punha a conversa em dia, foi uma das partes boas deste fim-de-semana prolongado, que incluiu ainda refeições suculentas e preguiçosas, de que darei conta no próximo post...
O ano passado, mais ou menos por esta altura, comprei uma máquina de fazer gelados.
Baratinha, do Lidl.
Depois daquela emoção inicial, que levou à primeira experiência (que não teve direito a post), a maquineta ficou parada.
Não que não tenha gostado do resultado, mas depressa a cuba da máquina teve de ceder o seu lugar no congelador a coisas mais prioritárias e acabou por ficar esquecida.
Até que voltei a arranjar um espacinho para ela no meio das ervilhas, das favas e dos pães já preparados para os lanches dos piratas.
A ideia era fazer um gelado de morango e limoncello, uma receita de Gennaro Contaldo que tenho marcada há muito, mas quando confirmei a quantidade de licor, desisti: o primeiro gelado da estação tinha de ser próprio para os mais novos também.
Acabei por fazer um daqueles gelados básicos - uma receita de natas, leite condensado e bolachas, comum a muitas cozinhas - mas usei a máquina para o bater e, supostamente, congelar, mas confesso que depois de 50 minutos na máquina, foi algumas horas ao congelador...
O gelado é muito bom: macio, cremoso, com o crocante intermitente da bolacha e um suave sabor a chocolate... mas a estrela desta bomba calórica é o topping.
Estão a ver o molho de chocolate dos sundae do McDonald's? Este é muito melhor...
Gelado de leite condensado e bolacha c/ topping de chocolate
400 ml de natas (2 pacotes)
1 lata de leite condensado
Bolachas a gosto (usei 2 pacotes individuais de Micos* e 1 pacote individual de Oreo)
Bater as natas em chantilly, juntar-lhes o leite condensado e envolver as bolachas picadas ou partidas mais grosseiramente, de acordo com o que preferir.
Se usar a máquina de gelados, siga as instruções do fabricante.
Se não tiver máquina, coloque o preparado numa caixa ou recipiente próprio para congelar e leve ao congelador pelo menos 12 horas antes de servir.
Começar por fazer uma calda de açúcar a 32º: num tacho de fundo espesso, levar ao lume a água, o açúcar, a casca do limão e o pau de canela.
Não mexer: quando levantar fervura forte (bolhas grandes por toda a superfície), contar 3 minutos.
Retirar do lume e descartar a casca de limão e o pau de canela (este pode ser reutilizado, depois de passado por água e seco).
Juntar o cacau peneirado e levar novamente ao lume até ferver. Juntar a manteiga, mexer bem e retirar do lume. Coar e servir, ou passar para um frasco hermético, se não usar de imediato (dá uma dose bastante generosa). Deixar arrefecer, tapar e guardar no frigorífico.
Dura pelo menos 1 mês e pode ser usado como topping em gelados, crepes, etc.
Sempre que quiser usar, aqueça a porção desejada (no microondas, por exemplo) e coe antes de servir, pois é normal o açúcar cristalizar.
*Bolachinhas recheadas com chocolate da marca Continente