Sol, boas leituras, pessoas simpáticas, bons vinhos, bons amigos, paisagem perfeita e crianças felizes: a semana que passou incluiu tudo isto em doses generosas.
Depois de nos últimos anos termos passado as nossas mini-férias de Junho no Alentejo (alguns detalhes aqui e aqui), optámos desta vez pelo Douro. E que boa escolha, esta.
Não foi a primeira vez que visitámos a região, de que somos absolutamente fãs, mas foi a primeira vez que ficámos aqui.
Um cenário de sonho - ainda que lá chegar não seja fácil! - e um atendimento extremamente simpático e disponível (um agradecimento especial à Maria, que até babysitting fez, para que pudéssemos ir jantar divinalmente, aqui), transformou estes dias na companhia de um casal amigo, em pausa maravilhosa num ano especialmente cansativo para os meus lados.
As crianças portaram-se muito bem, até porque não faltou a piscina nem uma sala cheia de brinquedos só para elas. O passeio de barco a partir do Pinhão também fez sucesso junto dos mais novos, e os grandes gostaram de tudo, sobretudo dos dias praticamente sem relógio e dos brindes à boa vida.
Ontem, ao deitar, os miúdos só diziam "oh mãe, tenho saudades do hotel!" Pois... Eu também...
Apesar de não ser fanática pela Bimby, ou seja, não escolho as receitas pelo facto de poderem ser feitas na máquina ou com a sua ajuda, nem sequer perco muito tempo a adaptá-las - optando muitas vezes pelos métodos tradicionais - adoro-a!
Adoro as sopas que lá faço (e com que rapidez!), adoro o arroz branco, os sorvetes e os granizados (para não falar da famosa limonada), e adoro poder fazer lá massa de tartes, de pizzas e de pão em 2 ou 3 minutos, sem qualquer esforço. Porque por muito romântico que pareça fazer tudo isto de forma tradicional, quando se tem dois filhos pequenos e um trabalho a tempo inteiro, a Bimby é muitas vezes quem nos salva de comprar as coisas já feitas. Como o pão (pelo menos para quem não tem MFP, como é o meu caso).
Este ano lectivo, os meus rapazes passaram a ter de levar diariamente lanche para a escola. E adoram que o 'pão de leite com queijo' faça parte do menu. Agora que experimentei esta receita fantástica da Gasparzinha, acho que não vou precisar mais de comprá-lo: foram um sucesso cá em casa.
Na falta de uma Bimby, é só arregaçar as mangas e seguir as indicações da Gasparzinha para a via tradicional.
300 g de farinha de trigo integral 200 g de farinha de trigo T65 (Não tinha farinha integral e usei 500 g de farinha T65) 250 ml leite 80 g de manteiga 80 g de açúcar (para a próxima vou colocar apenas 50 g, mas talvez tenham ficado mais doces por não ter usado farinha integral) 15 g de fermento fresco de padeiro ou meia saqueta de fermento seco (usei este último) Uma pitada de sal 1 gema de ovo para pincelar
Com a Bimby:
Colocar todos os ingredientes no copo, excepto a(s) farinha(s), e programar 2 min, temp 37º, vel 1. Adicionar a(s) farinha(s) e programar 10 seg, vel 6 e, de seguida, 3 min, vel espiga. Formar uma bola e deixar a levedar num recipiente tapado (eu usei um pirex e tapei com um pano de cozinha) até duplicar de volume, cerca de 30 minutos.
Ligar o forno nos 200ºC, com uma tacinha de metal vazia lá dentro. Fazer bolas de 60 g e colocá-las num tabuleiro de forno forrado com papel vegetal (eu usei os do Ikea anti-aderentes, ligeiramente enfarinhados) Enquanto o forno aquece, deixar levedar mais uns 30 minutos (eu tapei os pãezinhos com um pano, mas não cresceram muito mais). Desfazer a gema de ovo com um pingo de leite e pincelar os pães. Encher a taça que colocámos no forno com água a ferver, para criar humidade. Levar os pães a cozer cerca de 15 a 20 minutos (eu precisei de 25 minutos, mas tive de tapar os pães a certa altura com folha de alumínio, pois ficaram dourados muito depressa).
Sem a Bimby: (não experimentei)
Aquecer ligeiramente o leite e dissolver o fermento e a manteiga derretida. Fazer um monte com a farinha, o açúcar e o sal e no centro colocar os líquidos. Amassar muito bem durante uns minutos, até a massa ganhar ar e elasticidade e se soltar da bancada. Formar uma bola, colocar num recipiente tapado com um pano e deixar que levede até duplicar de volume, cerca de 30 minutos. A partir daqui, proceder como descrito acima.
Eu fi-los à tarde: os que sobraram guardei-os num saco plástico bem fechado e no dia seguinte de manhã continuavam frescos. Para a próxima, vou congelá-los depois de arrefecidos, tal como já fazia todas as semanas com o pão "de compra": congelo-os já partidos e com o queijo, embrulhados individualmente em película aderente. Todos os dias de manhã retiro dois pães do congelador, coloco-os nas lancheiras e vão descongelando até à hora do lanche, ficando como se fossem frescos.
Estes fondant de chocolate são uma bomba. No bom sentido da palavra, se é que ele existe. O que quero dizer é que são potentes e deliciosos, sendo impossível não provocarem boas sensações em quem os come. E são muito fáceis preparar. Se ainda se tentam com os petit gateaux de supermercado, da próxima vez deixem-nos ficar na prateleira e tentem estes.
Fazê-los pode ser uma resolução de última hora: os ingredientes são básicos, daqueles que normalmente temos em casa, a massa prepara-se num instante, podendo inclusivamente rumar ao frigorífico enquanto se trata do resto do jantar e, quanto ao gelado - opcional mas altamente recomendado - pode ser facilmente comprado a caminho de casa, depois de um dia de trabalho.
Tropecei com a receita há uns tempos no 'In the Mood for Food', um dos meus blogs portugueses favoritos, onde as receitas e o styling das fotografias me deixam sempre a suspirar. Já os fiz mais do que uma vez e acrescento sempre o gelado, para torná-los ainda mais gloriosos...
Ramekins de chocolate com gelado (receita original, aqui)
270 g de chocolate de culinária 200 g manteiga sem sal (usei com sal) 6 ovos 1 + 1/4 chávena* de açúcar 6 colheres de sopa de farinha 100 g avelãs tostadas picadas (opcional - eu não usei)
Gelado de nata, baunilha ou caramelo para servir
Ligar o forno nos 180º. Untar 8 ramekins ou outras tacinhas de ir ao forno. Derreter o chocolate com a manteiga no microondas. Mexer bem. Juntar o açúcar, a farinha e os ovos, um de cada vez. Adicionar agora as avelãs picadas, se as for usar. Misturar bem e distribuir pelos ramekins. Levar ao forno durante cerca de 20 minutos. A ideia é que por dentro, no centro, fiquem bastante húmidos. Retirar e deixar que arrefeçam um pouco. Ao arrefecerem, o centro vai baixar: aproveitar essa cavidade para colocar a bola de gelado, com eles ainda mornos. Polvilhar com cacau em pó e servir.
Popular nos Estados Unidos e em Inglaterra, o Banana Bread é um bolo típico de lanche ou pequeno-almoço, e uma saborosa solução para não desperdiçar aquelas bananas que já não temos coragem de comer ao natural por estarem demasiado maduras (o que me acontece muitas vezes, principalmente neste tempo mais quente, em que só a viagem do supermercado até casa já as amadurece!).
Esta versão, com nozes e avelãs, torna-o ainda mais rico e nutritivo, pronto para nos encher de energia logo pela manhã.
Pão de banana com nozes e avelãs (adaptado da revista It's Good to Know Recipes, Outubro 2010)
75 g manteiga amolecida 100 g açúcar amarelo 2 bananas maduras 3 ovos 200 g de farinha 55 sem fermento 1 colher de sopa de fermento em pó 50 g de miolo de nozes ralado grosseiramente 50 g de avelãs tostadas, sem pele e raladas grosseiramente
Pré-aquecer o forno nos 180º. Untar uma forma rectangular (de "bolo inglês") com manteiga, forrar o fundo com papel vegetal e voltar a untar e polvilhar com farinha (eu usei uma forma de silicone e não forrei, mas untei para não correr o risco do bolo não desenformar). Bater muito bem o açúcar com a manteiga até ficar cremoso. Juntar os ovos, um a um, mexendo bem. Adicionar as bananas entretanto desfeitas com um garfo. Juntar as farinhas e o fermento peneirados, e por fim os frutos secos, envolvendo-na massa. Verter para a forma e levar ao forno durante cerca de 40-50 minutos (fazer o teste do palito aos 40 min. para ver se sai seco). Deixar arrefecer alguns minutos na forma antes de desenformar. Servir morno ou frio, simples ou com manteiga.
Pode substituir metade da farinha por farinha integral, também fica muito bom. Se usar três bananas (dá mais sabor), use apenas 2 ovos.
Quer dizer, não são bem duas receitas de salada, mas antes uma e um upgrade. Rúcula, parmesão, azeite, limão, sal e pimenta: tão simples quanto isto. E como eu gosto desta combinação.
A receita veio do Stacey Snacks, um blog de que gosto bastante, tanto pela escrita simples e bem-disposta, como pelas receitas: é raro não ficar logo com imensa vontade de experimentá-las. Assim foi com esta salada, uma ideia que Stacey retirou do primeiro livro de Ina Garten.
Eu acho-a deliciosa. E se pensarmos bem, não é algo tão original assim: em pizzas ou em massas, por exemplo, a rúcula e o parmesão aparecem muitas vezes juntos. Mas combiná-los assim de uma forma tão minimalista, não me tinha passado pela cabeça.
O picante da rúcula e o sabor intenso do queijo envolvidos na vinagreta de azeite e limão... Um pedaço de pão a limpar gulosamente o prato...
Decididamente, esta é para mim a salada do momento. Funciona bem como entrada ou como acompanhamento. E para uma versão mais substancial, é só juntar alguns tomates cereja...
1/2 embalagem de rúcula selvagem 30 g de parmesão às lascas (ou a gosto) 8 tomates cereja partidos ao meio (opcional) 2,5 colheres de sopa de azeite Sumo de 1/2 limão 1 pitada de sal Pimenta preta acabada de moer qb
Num frasco, ou num copo com a ajuda de um garfo, emulsionar bem os ingredientes do molho: o azeite, o sumo de limão, o sal e a pimenta preta. Colocar a rúcula numa taça ou prato de servir. Temperá-la com o molho. Com uma faca ou um ralador, fazer as lascas de parmesão, espalhá-las por cima da salada e servir.
Ah, não esquecer o pão para apanhar os restos de molho que vão ficar no prato...
Quem me conhece, sabe que sou viciada em utensílios de cozinha, sobretudo forminhas de papel e cortantes para bolachas. Quando a semana passada vi este cortante à venda na Pasgelpan, por apenas €9.50, não resisti. Não sabia era que o iria pôr a uso tão rapidamente.
Acontece que a minha professora primária, que entretanto se tornou amiga da família, fez hoje 50 anos de casada. Achei que era a ocasião ideal para experimentar o cortante.
A receita das bolachas (eu sei que já chateia saber que a receita é sempre a mesma, mas tive de fazê-las ontem, no fim de um dia de trabalho e na véspera de outro, sem condições para experiências) é a do costume e está aqui.
Mas sim, este cortante merece uma massa de bolachas que as deixe mais lisas e menos... rústicas, digamos assim.
O cortante portou-se muito bem, ainda que eu tenha usado a "calha" das letras separadamente, ou seja, primeiro cortei as bolachas e só depois gravei a expressão Parabéns! (com as letras incorporadas no cortante as bolachas precisavam de ficar ainda mais grossas do que estas, ou a palavra não ficaria gravada). E foi pena o ponto de exclamação notar-se mal, para a próxima não vou usar.
A boa notícia é que podemos inscrever mensagens em qualquer formato de bolacha, não precisando de usar apenas o cortante que vem neste kit. Mas este formato clássico é um charme, não acham?
Depois de uns bons quilos de cerejas terem sido consumidos cá em casa ao natural, eis que consegui poupar algumas para fazer um clafoutis. Segui a receita que vem na Jamie Magazine de Maio/Junho. E foi aqui que aprendi que este híbrido francês - algures entre o bolo, a tarte e o pudim - nasceu na região de Limoges, não podendo, segundo os puristas, ser feito com outra fruta, ou melhor, caso se use outra fruta este doce passa a chamar-se flaugnarde.
Em tempos, tentei uma receita de clafoutis que foi um autêntico desastre, mas se bem me lembro o azar teve mais a ver com a qualidade das cerejas do que com a receita. Desta vez, a fruta veio de um quintal amigo e esteve à altura dos preciosismos franceses...
Apesar de não entrar para as minhas sobremesas favoritas, é agradável, não é muito doce, e acompanhado de uma bola de gelado de nata foi o final feliz de mais um almoço em família.
300 g de cerejas (usei descaroçadas) 60 g de farinha 60 g de açúcar 1/2 colher de chá de fermento em pó 3 ovos 300 ml de leite 1 pitada de sal 1/2 colher de chá de extracto de baunilha (não usei) Manteiga para untar Açúcar para polvilhar a forma Açúcar em pó para decorar
Ligar o forno nos 180º. Num processador de cozinha ou no copo da varinha mágica juntar a farinha, o fermento, o açúcar, os ovos, o leite e a pitada de sal (e o extracto de baunilha, caso vá usar). Pulsar ou bater com a varinha até ficar homogéneo (tipo massa de panquecas). Reservar durante cerca de 20-30 minutos. Entretanto, descaroçar as cerejas (eu uso o quebra-nozes da Tupperware, que tem a função 'descaroçadora' e funciona muito bem). Untar uma tarteira com manteiga e polvilhar com o açúcar. Espalhar as cerejas na tarteira e levar ao forno cerca de 5 minutos, para as cerejas pré-cozerem. Retirar, verter por cima a mistura líquida e levar a cozer durante 30-35 minutos. Servir morno (foi o que eu fiz, mas desconfio que bem frio, sobretudo se não for servido com gelado, também deve ter a sua graça). Antes de servir, polvilhar com o açúcar em pó.