Cá por casa, as festas continuam. Depois dos parabéns cantados no colégio, chegou a vez do B. soprar as velas em família. E já me preparo (incluindo psicologicamente!) para receber pelo menos uma vintena de crianças cá em casa no próximo sábado, que isto de ter um irmão mais velho faz antecipar a vida social dos mais pequenos...
A ideia não era fazer um bolo todo coberto. O que eu queria mesmo era um bolo assim alto, às camadas, mas com a massa e o recheio à vista, bem vintage. Só que decorar um bolo depois de um jantar de amigos regado a sangria de espumante é capaz de não ser muito boa ideia (mas como no dia seguinte tinha quase 40 pessoas a almoçar cá em casa, entre adultos e crianças, tive mesmo de adiantar serviço de madrugada).
O resultado foi um desejo não cumprido e uma torre de chocolate que acabou por ficar entre o estranho e o giro, ainda não decidi muito bem...
A massa é de bolo chiffon. Tal como à Babette, esta é uma receita que me traz boas recordações. No entanto, esta minha escolha teve menos a ver com uma viagem ao passado e mais com o tipo de massa, pois queria uma relativamente seca, que fosse fácil de cortar e rechear. Nem tenho bem a certeza se o bolo que a minha tia tantas vezes fez na minha adolescência é exactamente igual a este. Acho que não, porque apesar deste não ter ficado mau, acho que o da minha tia era melhor!
O creme de chocolate, que usei para rechear e cobrir, é creme brigadeiro, esse sim, uma delícia aprendida no curso de pastelaria que fiz há cerca de um ano e que já publiquei aqui.
Só tenho pena de não ter tirado uma fotografia ao bolo cortado ou a uma fatia, bem imponente e gulosa, com as suas três camadas de recheio mais cobertura...
Bolo chiffon de chocolate (do livro "As melhores receitas com chocolate", da Impala)
Uma dose deu para duas formas redondas de 20 cm. Cortei os dois bolos ao meio e "colei" as quatro partes com creme brigadeiro, que acabei por usar também como cobertura.
280 g de farinha 350 g de açúcar 70 g de cacau em pó 150 ml de água morna 150 ml de óleo 7 ovos 3 colheres de chá de fermento 1 pitada de baunilha em pó (não usei)
Pré-aquecer o forno nos 170º. Untar uma forma grande (ou duas mais pequenas) com manteiga (e farinha) ou spray desmoldante (para não correr riscos, untei e forrei o fundo das formas com papel vegetal, que também untei). Numa taça, juntar a farinha e o açúcar num monte. Abrir-lhe um buraco, verter aí o cacau previamente dissolvido na água morna e mexer bem (fica uma massa grossa, mas depois com o óleo, as gemas e as claras em castelo acaba por ficar com uma consistência normal). Juntar o óleo, o fermento e a baunilha se for caso disso. A seguir adicionar as gemas, uma a uma. Bater as claras em castelo e envolver no preparado anterior. Verter na(s) forma(s) e levar ao forno cerca de 30/35 minutos. Deixar arrefecer bem antes de cortar e rechear/cobrir.
1 lata de leite condensado 50 g de manteiga sem sal 60 g de cacau em pó
Misturar os ingredientes numa taça de vidro ou de loiça e levar ao microondas, durante três minutos a 800 W. Mexer bem, deixar arrefecer um pouco e usar ainda morno.
Mais um aniversário cá em casa. Desta vez o pirata mais novo, que pediu uma pantera cor-de-rosa para levar para a escolinha.
Precisamente um ano após ter usado pasta americana pela primeira vez (o resultado dessa estreia está aqui) e cerca de meia dúzia de bolos depois, continuo a ter algumas dificuldades em trabalhá-la, sobretudo no momento de cobrir o bolo com a camada principal. As barras de pasta branca deste bolo, por exemplo, foram a solução de recurso para disfarçar um grande defeito... Apesar de tudo, o bolo - de laranja, por dentro - ficou catita e o aniversariante superfeliz quando o viu, por isso, uma vez mais, a noitada valeu a pena!
Há uns tempos experimentei estes palmiers. Para além de serem muito fáceis de fazer, são uma entrada que agrada também aos olhos. Este fim-de-semana decidi variar nos ingredientes e levei esta versão para um almoço em casa dos meus pais. Fizeram sucesso e são uma ideia muito prática para dias de festa, podendo ser servidos com diferentes recheios. Wow factor garantido...
1 placa de massa folhada rectangular 6 colheres de sopa de azeitonas pretas sem caroço picadas (usei do Continente, descaroçadas e às rodelas) 2 pimentos vermelhos grandes assados de conserva (usei do Lidl, em frasco) Azeite aromatizado com orégãos qb (ou azeite e orégãos qb) Sementes de sésamo para polvilhar
Partir o pimento em pedacinhos para uma taça. Juntar as azeitonas picadas. Regar com um pouco de azeite de óregãos e envolver bem. Desenrolar a massa folhada. Espalhar o recheio pela massa. Fechar a massa, enrolando ambas as abas mais compridas da massa sob si mesmas, para dentro, até se encontrarem ao centro. Apertar bem e envolver em película aderente ou no papel vegetal que vem com a massa. Levar ao frigorífico cerca de 20 minutos para ficar mais firme. Cortar às fatias e colocá-las, na horizontal, num tabuleiro anti-aderente. Polvilhar com as sementes de sésamo. Levar ao forno pré-aquecido nos 200º cerca de 20 minutos ou até ficarem bem folhados e dourados.
Escrevo este post com um grande sorriso: primeiro porque estas fotos ficaram bonitas, comprovando que a máquina chegou como nova, depois do meu pirata mais novo a ter mandado para a assistência técnica (abençoado seguro feito quando a comprámos!). Segundo, porque foi feito no meu fantástico, adorável, lindo de morrer e há muito desejado MacBook Pro ;-)
No Carnaval, aproveitámos a ponte e fomos os quatro até às Astúrias. Apesar das nuvens e da neve que encontrámos pelo caminho, o sol fez-nos depois companhia durante todo o fim-de-semana.
A cidade-destino foi Oviedo, com um salto a Gijón incluído. Apesar de Gijón ficar na costa e ter praias, gostei mais de Oviedo, com o seu centro repleto de ruas e praças dedicadas exclusivamente aos peões.
Deu para experimentar a típica sidra (confesso que nem o ritual com que nos servem a bebida - vertendo-a do alto, com o copo bem afastado da garrafa, supostamente para não perder o gás - serviu para me tornar fã).
Deu para provar algumas especialidades da cozinha asturiana, como a "fabada", parecida com a nossa feijoada, mas feita de forma mais simples e com menos ingredientes. E deu, sobretudo, para passar quatro dias inteiros com os miúdos, sem relógio, stress ou preocupações. E ver como estão a ficar crescidos, quanto mais não seja pelas intensas caminhadas que fizeram sem pedir colo.
Este blog tem andado demasiado calórico. Esta receita de peixe muito simples, inspirada nos assados "in a bag" do Jamie Oliver pretende repor o equilíbrio por estas bandas, antes que outras sugestões doces façam o seu caminho.
En papillote é como os franceses designam esta forma de cozinhar os alimentos. Prática, rápida e saudável. O peixe (também se pode usar frango ou peru, em bifes finos), acaba por cozinhar nos próprios líquidos e com a ajuda do vapor que se cria na "bolsa", feita em papel vegetal ou de alumínio.
Quando me falta o tempo, quero cozinhar peixe e não tenho nenhuma receita planeada, esta é uma das soluções a que costumo recorrer. E se nunca sai igual - ou porque muda o peixe ou porque mudam os legumes, conforme o que há no frigorífico e no congelador - fica sempre saboroso. Esta foi uma das últimas variações e resultou especialmente bem.
4 filetes de peixe congelados (eu usei Panga* mas pode usar-se outro peixe branco) 1 cenoura 1/2 alho-francês 1/2 pimento vermelho Sumo de 1/2 limão Um bom fio de azeite Sal e pimenta preta moída na altura Salsa qb Folha de alumínio
Descongelar ligeiramente os filetes (não precisam de estar completamente descongelados). Pré-aquecer o forno nos 200º, com o tabuleiro de alumínio do forno lá dentro (ou outro tabuleiro colocado sobre a grade a aquecer). Num prato fundo, juntar aos filetes a cenoura e o pimento partidos em juliana, o alho-francês partido em rodelas finas, a salsa, o sumo de limão, um bom fio de azeite, o sal e a pimenta. Envolver tudo muito bem. Fazer uma bolsa em papel de alumínio com tamanho suficiente para acolher todos os ingredientes, fechando bem todos os lados (dobrando e enrolando as pontas do papel), à excepção de um. Introduzir o peixe e a respectiva marinada na bolsa, fechar bem esse último lado, e colocá-la sobre o tabuleiro previamente aquecido. Levar a assar durante cerca de 20 minutos. Servir com arroz branco, por exemplo.
*O peixe panga, também conhecido por peixe-gato, tem visto a sua popularidade crescer por cá, sobretudo devido ao seu preço atractivo. A sua qualidade tem sido muito discutida, no entanto, um estudo da Deco-Proteste veio tranquilizar os consumidores.