A minha sobrinha I. adora cozinhar. Sobretudo bolachas, queques e sobremesas. Fez anos a semana passada e fiz-lhe esta surpresa. Por incrível que pareça, este foi o bolo mais simples de decorar até agora. E não me pareça que o segredo esteja na prática. Como não era muito grande e pude cobri-lo por partes, revelou-se bem mais fácil e rápido, uma vez que não tinha de esticar e esticar até ter pasta para cobrir o bolo todo de uma vez!
Por dentro, era de cenoura e laranja e foi todo barrado a chocolate. Assim, mesmo depois da capa retirada e descartada (não gosto que as pessoas comam a pasta de açúcar), ficou um gostinho suave a chocolate, que combinou muito bem com a cenoura e a laranja.
Aqui fica a receita do bolo, que veio na Teleculinária Especial nº31 (Abril 2008), com ligeiras alterações.
É francamente delicioso e fica igualmente bem recheado e coberto de chantilly.
Ah, resta dizer que a forma é da Wilton, comprada aqui.
Bolo húmido de cenoura e laranja
180 g de açúcar mascavado 200 g de farinha 200 g de cenoura ralada Raspa de 1 laranja 3 ovos 120 ml de óleo Sumo de 1 laranja 1 colher de chá de fermento em pó 1 1/2 colher de chá de bicarbonato de sódio 1 colher de café de canela 1 colher de chá de noz-moscada Óleo ou manteiga para untar a forma
Para a calda:
Sumo de 1 laranja Sumo de 1/2 limão 50 g de açúcar mascavado
Pré-aquecer o forno nos 180º e untar a forma (a receita sugere que seja rectangular de 25 cm x 15 cm). Bater os ovos com o açúcar, o sumo de laranja e o óleo com a batedeira eléctrica durante cerca de 4 minutos. Juntar a farinha, o bicarbonato de sódio, o fermento, a canela e a noz-moscada, misturando bem, sem bater. Adicionar a raspa da laranja e a cenoura ralada (usei a Bimby, mas pode usar-se um raspador ou ralador tradicional), verter para a forma e levar a cozer durante cerca de 30 minutos (espetar um palito para confirmar a cozedura) Desenformar para o prato de servir (como vai ficar muito húmido depois é difícil transferi-lo). Picar o bolo com um palito enquanto ainda está quente e regar com a calda, que se faz misturando bem todos os ingredientes.
Fica bom coberto com chocolate ou com chantilly polvilhado de canela. Quanto mais fresquinho, melhor (mas se decorado com pasta de açúcar não pode ir ao frigorífico).
Já não devo ter tempo para colocar aqui mais sugestões antes de ir de férias. O Lume vai ficar, por isso, ainda mais brando. Lá para os finais de Agosto, espero poder espevitá-lo.
A diferença é que esta, em vez de ser barrada com pasta de alho assado, levou uma camada de cebola refogada em azeite. Uma tarte ideal para esta época, em que as cebolas e os tomates estão no seu auge, nos mercados e nos quintais.
Tarte de cebola, tomate e queijo
1 base de massa folhada 1 cebola grande 1 dente de alho 3 tomates médios maduros (usei coração de boi) 100 g de queijo ralado (usei mozzarella e emmental) Azeite qb Folhinhas de manjericão para decorar e aromatizar
Desenrolar a massa folhada, forrar com ela uma tarteira e levar ao forno pré-aquecido nos 180º durante uns 10 minutos. Entretanto, partir a cebola em rodelas finas, picar o alho e levá-los a refogar num fundo de azeite, até a cebola ficar mole e transparente. Retirar a tarteira do forno e dispor a camada de cebola, seguida das rodelas de tomate. Espalhar o queijo por cima e levar ao forno durante 35/40 minutos ou até a massa estar dourada e o queijo bem derretido.
O bolo de aniversário do G. Tinha de ser de chocolate. Cá em casa, os bolos de chocolate funcionam por 'fases'. Agora estamos na fase deste, uma receita que vem no livro da Leonor de Sousa Bastos, mais uma das aquisições na última Feira do Livro do Porto. É já a terceira vez que o faço e desta feita em dose dupla: cozi dois e uni-os, com recheio igual à cobertura - ganache de chocolate. Não há muito a dizer sobre ele, a não ser que é muito fácil de fazer e muito bom. Ainda não experimentei muitas receitas da Leonor, mas o rigor que se nota no seu trabalho e a elegância das suas sugestões, fazem adivinhar que a qualidade e o sucesso estarão sempre garantidos...
Bolo de chocolate (receita de Leonor de Sousa Bastos)
200 g chocolate negro 52% cacau (usei Nestlé) 200 g manteiga 5 ovos 150 g açúcar 1 pitada de sal 50 g amido de milho peneirado (usei Maizena)
Para a ganache: 200 g chocolate 52% cacau (usei Nestlé) 50 g natas (como queria maior quantidade, para rechear, desta vez usei 100 g) 50 g manteiga amolecida
Pré-aquecer o forno a 180º. Untar uma forma redonda com manteiga e forrar o fundo com papel vegetal (untei também o papel). Derreter o chocolate com a manteiga (usei o microondas). Bater os ovos com o açúcar e o sal. Juntar a mistura do chocolate à mistura de ovo, adicionar o amido de milho, envolvendo com cuidado e verter para forma e levar a cozer durante 20 a 22 minutos (depende dos fornos mas a ideia é ficar pouco cozido no centro). Retirar do forno e deixar arrefecer na forma.
Preparar a cobertura: Picar o chocolate ou cortá-lo em lascas muito finas e reservá-lo numa taça resistente ao calor. Levar as natas ao lume até levantarem fervura e depois juntá-las aos poucos ao chocolate, mexendo com cuidado até este estar bem derretido. Juntar a manteiga e mexer até ficar homogéneo e brilhante (eu cobri o bolo directamente no prato, mas a Leonor sugere que se desenforme o dito sobre uma grade de pastelaria, que se espalhe aí a ganache e só depois se transfira o bolo para o prato de servir).
Faz hoje seis meses fiz anos e o meu presente-surpresa foi jantar e dormir aqui. Foi a minha primeira experiência num restaurante estrelado via Michelin e julgo que a extravagância valeu a pena. Mas falo apenas do restaurante, onde o serviço, a apresentação dos pratos e a qualidade da comida do chef Albano Lourenço pertencem, de facto, a um nível difícil de alcançar e manter.
Quanto ao hotel, a pouca simpatia de alguns empregados, o estado desgastado das alcatifas e o estado caótico em que encontrei a sala supostamente dedicada às crianças, incluindo a respectiva casa de banho, não estiveram à altura de um verdadeiro hotel de charme e do preço que essa designação implica. E nesse fim-de-semana, nem os famosos jardins da quinta serviram para aliviar esta impressão negativa, pois chovia tanto e de forma tão ininterrupta que foi impossível visitá-los.
O espaço do restaurante, no entanto, contrasta com as alas dos quartos, nomeadamente com a da casa principal onde está integrado. Mais cuidado, atmosfera agradável, em sintonia com as iguarias provadas e aprovadas neste jantar de aniversário romântico.
Está explicado porque não tirei fotos a todos os pratos do longo menu de degustação: como as escapadelas a dois agora são muito poucas, tivemos de aproveitar...
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5493907796972764498" /> O pequeno-almoço do dia seguinte. Nada de extraordinário, tendo em conta que estávamos na Quinta das Lágrimas, mas soube-me bem. Eu adoro a refeição do pequeno-almoço e tem de ser mesmo muito mau para eu não ficar satisfeita...
Obrigada G. Hoje é o teu dia e o jantar, ainda que não seja surpresa, há-de ser igualmente especial :-)
Este livro faz parte de uma colecção muito apetitosa das editoras DK/Civilização. Comprei este e ainda os volumes dedicados à Cozinha Vegetariana e ao Chocolate na última Feira do Livro do Porto, mas há muitos outros temas interessantes. E o preço até é simpático: 10 euros na Feira, 11 euros na Fnac, onde já os vi à venda.
Não se deixem enganar pelo formato pequeno dos livros, que poderia indiciar uma obra menor: as fotos são muito actuais e inspiradoras e as receitas prometem resultar. Um detalhe curioso é que não são 200 receitas mas sim o dobro, pois para cada receita o livro sugere uma versão alternativa.
Indecisa por que salada começar, o facto de me terem oferecido beterrabas (e courgetes amarelas, e couve roxa, e alface, e pepinos, e ovos, tudo caseiro!) iluminou a escolha.
Não sou particularmente fã de beterraba e nunca tinha cozinhado esta raiz, apesar do G. adorar o seu sabor "a terra". Mas agora que experimentei, estou tentada a incluí-la mais vezes nas ementas cá de casa. Esta salada resultou muito saborosa e sumarenta, e assumiu o papel principal no nosso jantar do último domingo.
Salada de beterraba e laranja Para 2 pessoas como refeição leve ou 4 como acompanhamento
7 beterrabas pequenas (usei 3 médias) 1 colher de chá de sementes de cominhos (usei uma mistura óptima de sementes de cominhos e pimenta à venda na escola Segredos&Cozinha) 1 colher de sopa de vinagre de vinho tinto (usei de sidra) 2 laranjas (usei 3) 65 g de agriões (adicionei a olho) 75 g de queijo chèvre (usei Palhais Original)
Para o molho: 1 colher de sopa de mel 1 colher de chá de mostarda com sementes (usei mostarda normal e misturei uma colher de café de sementes de mostarda) 1 1/2 colher de sopa de vinagre de vinho branco (usei de sidra) 3 colheres de sopa de azeite Sal e pimenta (não adicionei mais pimenta) Pré-aquecer o forno nos 190º. Lavar e esfregar as beterrabas, aparar as extremidades, dispô-las num tabuleiro forrado com papel vegetal, envolvendo-as no vinagre e nos cominhos. Levar a assar durante cerca de 30 m ou até uma faca penetrar facilmente na beterraba. Deixar as beterrabas arrefecer um pouco e, usando luvas de cozinha, esfregá-las e remover-lhes a pele, partindo-as em quartos ou em fatias grossas consoante o tamanho. Descascar as laranjas e separá-las em gomos sem pele. Misturar os ingredientes do molho. Dispor a laranja numa taça, juntar a beterraba e os agriões, envolver no molho e esfarelar o queijo por cima. Já está!
Com o calor que tem estado, a fome contenta-se com menos e os jantares emagrecem. Era bom que o efeito se estendesse à cozinheira comilona, mas isso é outra história.
Esta salada era para ter sido um acompanhamento, mas depois da sopa de agrião, já não houve energia para o prato principal, que foi apreciado apenas pelos dois piratas cá de casa, e marchou só a salada.
A salada é uma espécie de reinterpretação desta aqui, uma vez que também leva queijo de cabra, curgete e vinagre de framboesa. Desta vez com uns extras que a tornaram mais substancial.
Na verdade, não é bem uma receita, é apenas uma sugestão. Até porque como em todas as saladas, pode levar sempre mais alguma coisa...
Salada de alface, curgete, couve roxa e mais alguma coisa
Alface partida em pedaços Couve roxa partida em juliana Curgete partida às rodelas finas (usei amarela - oferta de um quintal amigo) Queijo de cabra aos pedacinhos (usei fresco) Sementes de sésamo torradas Azeite qb Vinagre de framboesa qb Sal (opcional - para mim depende do queijo, se for bastante salgado já não adiciono mais)
Juntar todos os ingredientes numa taça, temperar com o azeite e o vinagre e polvilhar com sementes de sésamo. Levar ao frigorífico 15/20 minutos antes de servir nestes dias de calor.
Este é o mais recente do Jamie e foi uma surpresa do G., que o encomendou sem eu saber. Como sempre, é um livro com fotos inspiradoras, receitas apetecíveis e comentários do autor genuínos e ternurentos.
Desta vez, Jamie aborda no mesmo volume gastronomias de seis países diferentes - Espanha, Marrocos, Suécia, França, Grécia e Itália - resultado de viagens curtas e recentes a estes destinos, realizadas propositadamente para o livro.
França é a inspiração desta primeira receita que experimentei. Ora aqui está algo que nunca tinha feito: uma espécie de risotto no forno, que tanto serve de acompanhamento como de prato principal vegetariano.
Ficou delicioso. Mesmo. Mas atenção: leva natas, queijo, caldo... digamos que não é uma receita para fraquinhos, nem para todos os dias. Perfeita para surpreender convidados num dia especial.
Gratinado de curgete e arroz (para 6-8 pessoas como acompanhamento)
2 colheres de sopa de banha de pato (?) ou azeite (usei azeite) 3 cebolas às rodelas finas (usei 1 grande) 180 g de arroz basmati 7 curgetes medias partidas às rodelas finas (usei 2 curgetes amarelas grandes e achei suficiente) 500 ml de caldo de galinha ou de legumes (usei de galinha) 4 colheres de sopa de crème fraîche (usei natas) 150 g de queijo Emmental ou Cheddar ralados (usei Emmental) Sal marinho e pimenta preta acabada de moer Azeite para untar a assadeira
Pré-aquecer o forno nos 190º. Colocar um tacho grande em lume brando, juntar o azeite e borrifar com água. Quando estiver quente, adicionar as cebolas e deixar cozinhar até elas ficarem bem macias, aí uns 15/20 minutos. Passar o arroz por água (algo que fiz pela primeira vez: nunca lavo o arroz, seja lá de que tipo for) até a água sair limpa. Quando a cebola estiver bem cozinhada e amarelada, juntar as curgetes e o arroz ao tacho, envolver e juntar o caldo bem quente. Aumentar o lume e cozinhar por 5 minutos, mexendo de vez em quando. A mistura deve estar relativamente solta no líquido, se necessário juntar um pouco mais de caldo. Retirar do lume e juntar suavemente as natas e 100 g do queijo ralado. Temperar de sal e pimenta preta. Provar e ajustar os temperos se for necessário. Untar com azeite uma assadeira com cerca de 25 x 32 cm e verter nela o preparado, assegurando que o arroz se espalha por todo. Tentar que a maior parte das curgetes fiquem no topo, para ficar bonito e para manter o preparado com líquido até ao fim da cozedura. Aqui fiz batota: cortei mais curgete e coloquei as rodelinhas no topo do preparado. Polvilhar com o restante queijo e levar ao forno cerca de 40 minutos. Servir idealmente com carne ou peixe grelhados e uma salada.
Apesar do aspecto entre as minhas fotos e a do livro diferirem bastante - o gratinado do livro está mais sequinho e por isso com melhor aspecto - em termos de sabor acredito que tenha ficado próximo do original. Estava muito bom e fez sucesso.
Ah! Esta receita também vem na revista Good Food de Junho.
Devia ter aí uns 8 ou 9 anos quando me foi oferecido. Infelizmente, não me lembro quem foi essa alma visionária. Nessa época não sonhava sequer que viria a gostar tanto de cozinha, nem poderia imaginar que um dia existiria esta plataforma extarordinária de partilha chamada blog, mas o bichinho já cá estava.
Lembro-me de ser pequena, de andar na primária (o que me custa dizer 1º ciclo!) e ir muitas vezes com o meu pai para o escritório. Enquanto ele trabalhava a sério, eu passava à máquina receitas de cozinha dos livros da minha mãe e da minha tia que vivia connosco.
Fiquei por isso radiante quando há uns meses o descobri em casa dos meus pais e o pude trazer para lhe dar o merecido lugar na minha colecção. Afinal, este foi o primeiro dos setenta e tal livros que se acotovelam nas prateleiras (e que ainda me sabem a pouco).
Tratando-se de uma adaptação, esta versão portuguesa é de Maria de Lourdes Modesto, o que o torna ainda mais especial. E não é que as receitas continuam bem apetitosas e actuais?
Trufas de chocolate
200 g chocolate em tablete 100 g açúcar em pó (usei 75 g) 100 g manteiga amolecida (e não derretida!) 1 gema 50 g de cacau em pó (usei menos, aí uns 35 g)
Derreter o chocolate em banho-maria. Numa taça, juntar a manteiga com o açúcar, amassando bem com um garfo. Juntar a gema e por fim o chocolate, já morno. Se o creme estiver demasiado mole para moldar bolinhas, levar ao frigorífico durante uns 15 minutos. Moldar bolinhas com ajuda de uma colher de chá e passar pelo cacau em pó. Colocar em forminhas de papel e levar ao frigorífico cerca de 1 hora antes de servir. Se estiverem muitas horas no frigorífico (se sobrarem de um dia para o outro, por exemplo), retirar do frio uma meia hora antes de servir, se não estarão muito duras.
O resultado são uns bombons macios e de sabor intenso, perfeitos para servir com o café. Inicialmente esta empreitada ia ser feita a 6 mãos, com os meus rapazes pequenos a darem uma ajuda, mas ainda bem que trocaram a cozinha por uma sessão de pista de motos. É que não achei a massa muito fácil de moldar por mãos tão pequeninas...
Está prestes a estrear, pelo menos nos Estados Unidos, o filme com base no livro "Comer, Orar, Amar" de Elizabeth Gilbert. Adorei o livro. Acho que é um livro que todas as mulheres (e homens, porque não?) iriam gostar de ler. Porque nos enche o coração de esperança, porque nos dá vontade de chorar, de rir e de sonhar (para não falar de comer!), porque nos mostra coisas que desconhecíamos sobre os países que a escritora americana visita naquela que se torna a viagem da sua vida, porque quase nos obriga a tornar-nos mais zen e contemplativos, e porque, de uma maneira ou de outra, já todos "estivemos lá".
Não sei se fico muito convencida com a escolha da Julia Roberts para o papel principal. Ainda assim, e mesmo sabendo que o filme desilude sempre quem leu o livro, estou ansiosa que estreie cá!
Foi no blog Entre o campo e a cidade que descobri a Green Gate. Depois, ao pesquisar nos sites que vendem artigos da marca descobri a Cath Kidston. Agora é tentar controlar-me para não comprar.... tudo!
Onde comprar estas e outras coisas lindas de morrer: