Porque nem só de grandes livros e de famosos tratados gastronómicos vive uma cozinheira amadora, hoje trago-vos uma receita muito simples e muito boa, de um livro igualmente simples e apetitoso. Faz parte de uma colecção editada pela Impala de minilivros de culinária. Batatas, Ovos, Massas, Bacalhau e Arroz são os outros temas desta colecção bem simpática.
Beringela com queijo
Para 4
2 beringelas pequenas 2 dentes de alho 1 cebola 0,5 dl de azeite + algum para grelhar as beringelas 3 tomates maduros 100 g de queijo gorgonzola (desta vez usei mozzarella mas também fica muito bem com Brie ou Camembert) Sal, pimenta e tomilho
Lavar as beringelas, cortá-las à rodelas, polvilhá-las com sal e deixá-las a escorrer num coador cerca de 20 minutos. Picar o alho e a cebola e refogá-los no azeite. Juntar o tomate picado, sem pele nem grainhas. Temperar com sal e pimenta (não usei pimenta) e deixar apurar. Secar as rodelas de beringela e numa frigideira anti-aderente com um fundo de azeite, grelhar as rodelas de beringela até começarem a murchar por todo (na receita original diz para fritar em óleo, mas achei mais saudável proceder desta maneira). Dispor as rodelas de beringela num tabuleiro ou prato de ir ao forno. Sobre cada uma, colocar cerca de uma colher de sopa do preparado de tomate, seguido de pedacinhos de queijo. Cobrir com mais um pouco da tomatada. Levar a gratinar e polvilhar com tomilho antes de servir.
Ou o meu homem tem alguma cunha no El Bulli que eu desconheço e tem a reserva controlada ou a minha suposta ida ao melhor restaurante do mundo vai ficar em águas de bacalhau. Soube aqui.
Devo avisar desde já que esta entrada não foi "inspirada" mas assumidamente "copiada".
Em Dezembro, numa das pontes, fui com o G. almoçar ao Buhle.
Foi um belo almoço: tranquilo, sem crianças minhas ou de outros a rabear por perto, comida muito boa e serviço a condizer, num espaço agradável e bem decorado. Nota baixa só mesmo para as cadeiras, que achei pouco confortáveis.
A minha entrada foi uma "salada morna de cogumelos", já não me lembro se o nome incluía mais algum ingrediente, mas quando chegou à mesa tinha um aspecto parecido com o da minha foto: folhas de rúcula e de agrião misturadas com juliana de presunto e cogumelos castanhos salteados, encimados por uma telha de filo crocante, temperada com qualquer coisa que não consegui perceber bem o que era, talvez pimenta de caiena e sementes de papoila, se a memória não me atraiçoa.
Fiquei fã. E não demorei muito a experimentar em casa, com base em algumas suposições e pequenas alterações. Para mim, o elemento-chave é a plaquinha de filo, finíssima, crocante, deliciosa. Da 1ª vez que fiz esta entrada usei massa filo da boa, de uma marca estrangeira. Da segunda vez, a da foto, usei da marca Continente e arrependi-me: a textura e o sabor ficaram bem longe da massa filo autêntica. Aliás, nota-se bem na foto o tom acastanhado e o ar opaco da telha, o que não era suposto, devia ter ficado quase transparente...
Eu não sou muito boa a indicar quantidades dos ingredientes, porque normalmente cozinho sob stress, com os meus dois piratas a solicitarem atenção e sem tempo nem cabeça para fazer apontamentos, por isso deixo apenas a lista do que é preciso e uma pequena descrição do método. Espero que gostem. E que o chef do Buhle me perdoe.
Salada morna de cogumelos com telha crocante de sementes (quase copiada a papel químico do Buhle)
Mistura de folhas verdes (usei alface, rúcula e canónigos) Cogumelos castanhos fatiados Tirinhas de bacon Azeite Sal Alho Massa filo (de boa qualidade!) Manteiga ou margarina Sementes de papoila, sésamo, pimenta preta acabada de moer
Pré-aquecer o forno nos 180º. Separar uma folha de massa filo e colocá-la num tabuleiro anti-aderente ou forrado com papel vegetal. Pincelá-la com a manteiga ou a margarina derretida e polvilhá-la com os temperos e as sementes escolhidas. Cortar em triângulos (sem os destacar) e levar ao forno alguns minutos até a massa ficar sequinha e estaladiça. Reservar. Saltear os cogumelos em azeite e bacon com um pouco de sal e alho picado. Deixar amornar e juntar ao mix de folhas verdes que pode estar já temperado com um pouco de vinagre a gosto. Colocar nos pratos de servir, com a telha crocante de filo por cima.
Com a restante massa filo podem fazer-se muitas outras coisas, no meu caso usei-a como base de uma tarte de maçã.
Hoje tive a minha 1ª aula de Pastelaria aqui. Correu muito bem. Acho até que superou as minhas expectativas. Agora tenho mais nove para confirmar esta primeira boa impressão.
Entretanto, prometo que os posts com receitas regressam dentro de momentos. Assim como o relato da minha primeira experiência num restaurante com estrela Michelin. E não, ainda não foi o El Bulli, esse tem três ;-).