Para os meus lados, e desde que há miúdos pequenos, os piqueniques voltaram a estar na moda. Se o tempo deixar e o local for bem escolhido, é uma óptima maneira de entreter as pestinhas e de juntar a família ou os amigos, sem aquele medo preguiçoso de que vamos ficar com a casa em pantanas. Chega-se ao final cansado (sobretudo quando se passa o dia ou as horas que o antecedem a preparar petiscos), mas com a sensação de que valeu a pena!
Salada fria de cuscuz
(para 10/12 pessoas) 400 g cuscuz pré-cozido (preferencialmente Tipiak) 400 ml de água a ferver temperada com azeite e sal 4 dentes de alho picados 150 g de bacon 1,5 fatias grossas de fiambre (cerca de 1 cm de altura, partidas aos cubinhos) 3 latas pequenas de milho (preferencialmente Bonduelle) 2 latas pequenas de ervilhas (preferencialmente Bonduelle) 1 pimento vermelho Azeite Vinagre de sidra Sal
Preparar o cuscuz conforme as instruções da embalagem (ferver água temperada com sal e azeite - 1 colher de café de azeite por pessoa; retirar do lume, verter sobre o cuscuz e deixar repousar uns 10 minutos; depois deste ter absorvido a água, separar os grãos com um garfo e reservar). Entretanto, levar ao lume um tacho grande ou um wok e num fundo de azeite saltear o alho picado e o bacon aos cubinhos. De seguida, juntar o pimento vermelho aos cubinhos até amaciar um pouco. Juntar o cuscuz e envolver bem, rectificando o sal, se for caso disso. Deixar que o cuscuz salteie por um minuto ou dois, retirar do lume e deixar arrefecer. Antes de servir (ou antes de guardar no recipiente onde vai ser transportado, caso seja para um piquenique), juntar o fiambre partido aos cubos e por fim o milho e as ervilhas devidamente escorridos. Temperar com um fio de vinagre, envolver tudo... e já está!
Acabaram-se as birras à mesa. Esqueçam o aviãozinho, a cenoura que deixa os olhos bonitos ou os espinafres que fazem músculos à Popeye. Estes pratos prometem ser mágicos. E eu quero um só para mim! Estas e outras coisas apetitosas aqui.
Começo a dar razão ao meu homem que está completamente rendido ao campo. Por ele, mudávamo-nos de armas e bagagens e bye-bye rotina da cidade, bye-bye miúdos enfiados durante a semana num apartamento e bye-bye segurança dada pelos nossos empregos "por conta de outrem".
Enquanto não arranjo coragem, vou treinando ao fim-de-semana. Ainda por cima lá, com a máquina meia avariada de sempre, consigo tirar fotos minimamente decentes.
No fim-de-semana que passou, lá fui eu e a família, mais artilhados do que nunca: Bimby, pasta com livros e revistas de cozinha, prints com receitas, ingredientes, formas de bolo... E finalmente consegui experimentar algumas coisas pela primeira vez. O arroz selvagem do post anterior e estes quadrados de limão são duas dessas experiências. Felizes, por sinal.
Andava com esta receita de bolo de limão debaixo de olho desde que a vi aqui, no Bakerella, um dos meus blogs favoritos, daqueles que me fazem ansiar por muito e muito tempo livre para poder experimentar bolos e tartes e muffins e cupcakes e bolachas...
É uma receita fácil e de sucesso garantido. Estes quadrados são óptimos tanto para comer ao lanche, como à sobremesa acompanhados de uma bola de gelado. Comi-os de uma maneira e de outra. Como sobremesa, acompanhei com gelado de nata, mas para a próxima talvez escolha sorvete de limão. Para mim, o limão nunca é demais!
Quadrados de Limão (Lemon Bars)
Para a base: 1 chávena de manteiga (usei como medida uma caneca de leite) 1 3/4 chávena de farinha 2/3 chávena de açúcar em pó (mais algum para polvilhar)
Para a cobertura: 1 1/2 chávena de açúcar 1/4 chávena de farinha 1 colher de chá de fermento em pó 4 ovos, levemente batidos 1/2 chávena de sumo de limão
Pré-aquecer o forno nos 180º. Untar com manteiga e polvilhar com farinha uma forma rectangular com cerca de 23 cm x 33 cm (na receita original, em inglês "americano", a forma sugerida é de 9x13, mas só podem ser "inches" (polegadas) e não "centímetros", por isso fiz a conversão).
Fazer a base: Numa taça média, misturar a farinha com o açúcar em pó. Cortar a manteiga aos pedaços e ir misturando até ficar em migalhas. Forrar o fundo da forma com este preparado, pressionando bem com os dedos. Levar ao forno durante 20 minutos ou até ficar dourado.
Fazer a cobertura: Numa taça maior, juntar o açúcar, a farinha e o fermento. Juntar aos poucos os ovos batidos e o sumo de limão. Mexer bem e verter por cima da base já cozida e ainda quente. Cozer durante 20-25 minutos. Quando arrefecer, polvilhar com açúcar em pó e levar ao frigorífico, pois quanto mais frio, melhor sabe. Antes de servir, partir aos quadradinhos.
A única alteração que vou introduzir da próxima vez que os fizer vai ser deixar menos tempo no forno a cozer a cobertura, para que fique ainda mais húmido e com o aspecto "gelatinoso" da receita original, que está aqui.
Para um momento ser perfeito, a comida, no caso dela fazer parte desse instante, tem de ser memorável. Pelo menos para mim. Daí ter gostado tanto dos dias de férias passados aqui.
Este é mais um prato inspirado no que aí saboreei, adaptado aos ingredientes que tinha no frigorífico e ao meu estilo, pois não faço ideia de como o prato original - "Arroz selvagem com vegetais" - que não levava cogumelos nem bacon, por exemplo, foi confeccionado.
Como se tratou de aproveitar o que já tinha em casa, não vou colocar quantidades na receita, deixo isso ao critério do cozinheiro, que saberá dosear os ingredientes ao seu gosto ou ao que tiver disponível.
Um prato perfeito para almoços de Verão! Arroz selvagem com cogumelos e legumes
Arroz selvagem (usei da marca Caçarola) Cebola Alho Bacon Cogumelos frescos (usei dos brancos mas podem usar-se outras variedades) Legumes variados (eu usei feijão verde, pimento verde e vermelho e curgete) Vinagre balsâmico Azeite Sal
No caso de se usar feijão verde, cozê-lo em água e sal até ficar al dente e reservar. Cozer o arroz (eu cozi-o na água de cozer o feijão verde). Enquanto o arroz coze, preparar o salteado de legumes: numa frigideira grande ou no wok, por exemplo, colocar um bom fundo de azeite, cebola e alho picados e deixar cozinhar até a cebola começar a ficar translúcida. Juntar o bacon aos cubinhos, saltear mais um pouco e juntar os cogumelos laminados. Temperar de sal. Cozinhar durante alguns minutos. Se os cogumelos entretanto tiverem largado muita água, escorrer grande parte deste líquido e depois juntar umas pinguinhas de vinagre balsâmico. Juntar a curgete e os pimentos e deixar cozinhar até estes amolecerem um pouco. Rectificar o sal, se for caso disso, e juntar o feijão verde cozido e o arroz, envolvendo tudo e aquecendo todos os ingredientes por igual. Está pronto a servir.
As saudades que eu tinha deste gelado! Lembro-me de ter aí uns 10 anos e fazê-lo com as minhas primas e a nossa tia N. nas férias grandes.
A receita estava num livro delicioso (sobretudo para os padrões da época) que acabou por desaparecer, mas cujo título nunca mais esqueci: "As 100 mais famosas sobremesas do mundo".
Há uns três ou quatro anos, numa Fnac ou outra livraria do género, deparei-me com um livro com esse título e nem pensei em folheá-lo. "Mmmm, não me lembro desta capa, mas ok, a outra edição tinha muitos anos, é normal que o actualizem", pensei eu.
Comprei-o toda contente mas quando cheguei a casa apanhei uma grande desilusão: não encontrei a receita do sorvete nem conseguia identificar outras receitas do livro antigo, para além do conceito me parecer diferente. Neste livro que eu tinha comprado as receitas estavam associadas ao seu país de origem e não me lembrava que o outro fosse assim.
Nunca me debrucei muito sobre o mistério, que ainda se mantém, mesmo depois de um destes dias ter descoberto um exemplar do livro antigo em casa da minha sogra*. Que alegria!
Passei a receita para uma folhinha e toca de chegar a casa e matar saudades.
Sorvete das ilhas
1 copo de sumo de laranja (natural) 1 copo de sumo de limão (natural) 1 copo de banana aos pedaços 250 g açúcar em pó (achei um exagero, pus só 230 e ainda assim achei que podia ter menos açúcar, talvez o copo que usei como medida - um de plástico do Ikea da colecção das tacinhas da foto - fosse pequeno) 1 clara de ovo Juntar o açúcar às frutas e bater bem no liquidificador (eu usei a Bimby, mas lembro-me que era a varinha mágica que usávamos). Levar uma hora ao congelador. Passado este tempo voltar a bater o preparado, juntando a clara batida em castelo. Verter para cuvetes de gelo e voltar a congelar. Para servir, colocar os quadradinhos de sorvete em copos altos de vidro.
Com dois filhos pequenos sempre a solicitar atenção, achei que não ia conseguir passado uma hora mexer o sorvete e voltar a congelar, por isso resolvi colocar logo de início a clara e levar a congelar nos recipientes finais. Dividi o preparado por forminhas de gelado e por uma cuvete com buraquinhos em forma de estrela e ficou tão giro quanto yummie!
*O da minha sogra, que é igual ao que eu conhecia da minha infância, é do Círculo de Leitores e tem aí uns trinta anos. No entanto, já fui ao site do Círculo e o livro que têm lá é igual ao que eu tenho, que é este aqui.
Este prato não é muito próprio para esta época do ano. E o facto é que já foi há uns tempos que o fiz pela última vez, altura em que aproveitei para fotografar. Aliás, isso vê-se pelas ervilhas de quebrar que cozi para acompanhar! Mas estava a incomodar-me ver o blog sem posts novos e resolvi resgatar esta receita que faço imensas vezes nos dias mais frescos. Aprendi-a com a minha mãe, o que a torna ainda mais especial. Digamos que é uma açorda por camadas que vai ao forno, para tostar um pouco e ficar mais bonita.
Lá em casa todos gostam deste prato de peixe, incluindo os mais novos.
Açorda de peixe da Avó V.
Para 4 3 postas ou lombos de pescada médios (prefiro usar postas, pois a pele e as espinhas dão mais sabor à água de cozedura) 2 cebolas grandes 4 dentes de alho 4 tomates médios maduros (ou 1 lata de tomate pelado) 1 folha de louro 3 a 4 pães (podem e devem ser do dia anterior, muitas vezes até faço com pão que tenho congelado) Azeite Sal Salsa ou Coentros (opcional)
Cozer o peixe em bastante água com um dente de alho e uma folha de louro. Escorrer, limpar de peles e espinhas e reservar a água da cozedura. Num tacho, colocar um bom fundo de azeite e cozinhar o restante alho e as cebolas às rodelas até começarem a ganhar cor. Juntar o tomate sem pele nem grainhas partido aos pedaços, temperar com sal e cozinhar bem, até o tomate se desfazer (pode fazer-se esta tomatada com antecedência). Entretanto amolecer bem o pão partido aos pedaços na água de cozer o peixe (quanto mais quente estiver a água, mais depressa o pão amolece) e escorrer bem. Num prato de forno, colocar uma primeira camada da tomatada. A seguir espalhar o pão amolecido, depois espalhar os pedaços de peixe cozido e polvilhar com salsa ou coentros frescos. Terminar com a restante tomatada e levar ao forno pré-aquecido, na posição grill para tostar um pouco.
Muitas vezes, a minha mãe junta camarão ao peixe, para enriquecer a açorda. O prato pode ser feito só com camarão, para uma refeição mais requintada. Nesse caso, deve usar-se a água de cozer os crustáceos para amolecer o pão.
id="BLOGGER_PHOTO_ID_5355075197075194338" /> Há uns tempos fiz uns ovos no forno de que falei aqui. Ficaram bons, mas desta vez decidi juntar à receita original mais ingredientes, já que tinha umas sobras de queijo e fiambre no frigorífico que convinha gastar. Ficou tão bom, que se tivesse um restaurante, punha este prato na ementa!
Ovos no forno com espinafres, queijo e fiambre
Para 2 taças
300 g de espinafres 2 ovos 2 fatias de fiambre 4 colheres de sopa de queijo ralado para gratinar Sal e pimenta qb
Cozinhar os espinafres (desta vez não os salteei: cozi-os em água a ferver temperada com sal, um dente de alho e um fio de azeite durante cerca de 4 minutos ou menos, não cronometrei bem; os espinafres cozem muito depressa e convém que fiquem al dente). Escorrê-los bem e forrar o fundo das taças com eles. Espalhar por cima a fatia de fiambre partida em pedaços e depois o queijo ralado. No topo, colocar o ovo e por fim temperar com um pouco de sal e pimenta moída na altura. Levar ao forno pré-aquecido nos 200º durante cerca de 15 minutos ou até a clara coagular. O ideal é que os ovos não cozam demasiado para podermos molhar tostas ou pão torrado na gema.
Não queria que a minha adaptação à Bimby prejudicasse o ritmo de posts aqui do estaminé, mas a verdade é que para começar a fazer as minhas receitas com a ajuda da máquina (as que já fazia e as inúmeras que tenho marcadas nos livros e revistas em lista de espera) ainda vai demorar um bocadinho. Até porque não quero fazer do Lume Brando um blog bímbico. O meu desejo é conseguir trazer para aqui receitas que funcionem com ou sem Bimby, com indicações para os dois casos. Enquanto isso, e para fazer uma pausa no estágio, vou pôr ali uns ovos no forno e já venho.
Esta é mais uma das receitas da minha amiga S., aprendida no fantástico curso de cozinha que fez há uns anos e gentilmente cedida às amigas gulosas. E porque o bom da cozinha é mesmo a partilha, aqui ficam as indicações para este bolo de chocolate delicioso. O resultado final depende muito do forno, por isso talvez seja uma receita que não saia perfeita à primeira. Mas fica sempre bom, mesmo quando fica mais cru (como me aconteceu da última vez que o fiz, nota-se nas fotos!) ou mais cozido, ainda que a primeira situação seja mais agradável.
Gateaux de chocolate 250 g + 100 g chocolate (preferencialmente Nestlé) 8 ovos (preferencialmente XL) 125 g manteiga (preferencialmente manteiga e não margarina) 180 g açúcar 50 g farinha Aquecer o forno nos 190º. Untar com manteiga uma forma de aro amovível (tipo cheesecake, com cerca de 25 cm de diâmetro) e polvilhá-la com farinha. Derreter o chocolate e a manteiga em banho-maria até se obter um creme espesso. Separar as gemas das claras e bater as gemas com o açúcar - com a batedeira eléctrica - até se obter um creme esbranquiçado. Juntar a este creme o chocolate e a manteiga derretidos, cuja mistura deve estar ainda morna. Bater as claras em castelo bem firme e incorporar na mistura anterior. Por fim juntar a farinha, com a ajuda de uma peneira, envolvendo delicadamente. Colocar a massa na forma e antes de levar ao forno, introduzir cerca de ½ tablete de chocolate (100 g) partida aos pedaços/quadrados, bem no centro da massa. Levar a cozer até ficar cozido do lado de fora, mas relativamente líquido no centro. Espetar um palito ou faca para confirmar (a receita original diz para cozer cerca de 20 minutos mas depende do forno e do tempo que esteve em pré-aquecimento. Provavelmente vai demorar mais do que isso a ficar no ponto desejado, pelo menos no meu forno, um Siemens normalíssimo, demora cerca de 30 minutos...).